sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Gestão Educacional
Vale a pena para microempresários participarem da Black Friday? 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:29 hs.
29/11/2013 - As pequenas e médias empresas representam 20% dos participantes da Black Friday, ação que reúne ofertas em mais de 120 lojas virtuais com até 80% de descontos, nessa sexta-feira (29). A informação é do portal Busca Descontos, organizador da versão brasileira do dia dos descontos na internet.

Para especialistas, mesmo que a companhia tenha uma margem menor ou nenhum lucro nas vendas, vale a pena participar de eventos como a Black Friday.

"É uma boa maneira de as pequenas empresas se tornarem conhecidas e conquistarem mais clientes", diz Alexandre Soncini, especialista em comércio eletrônico e diretor de vendas da VTEX.

Pedro Eugenio, diretor do site organizador do evento na internet, diz que as pequenas empresas têm a mesma chance de se destacar no site oficial do evento do que as grandes companhias.

"Se uma pequena empresa tiver uma oferta muito boa, que está sendo muito clicada, automaticamente ela ganhará mais destaque na página. Nosso termômetro é o consumidor e não o porte da empresa", declara.

Ingresso em ações promocionais deve ser planejado

Para Soncini, apesar de a participação dos pequenos negócios ser positiva, a empresa não pode ingressar na ação por impulso.

Segundo ele, é preciso se preparar para não faltar peças no estoque, manter o sistema do site funcionando mesmo com o aumento de acessos, cumprir o prazo de entrega e, principalmente, oferecer descontos reais na data.


"No site oficial, só publicamos ofertas com preços mais baixos do que os praticados no mercado. Se não tiver um desconto real, não publicamos", afirma Eugenio.

Segundo Eugenio, o site possui filtros que comparam os preços de produtos de uma mesma categoria. Se uma empresa anuncia um item por R$ 1.000, por exemplo, e a concorrente por R$ 800, a página destaca a oferta mais vantajosa e exclui a anterior.

"Assim que ocorre a troca de promoções, a anunciante é avisada e tem a opção de baixar seu preço ou enviar uma oferta de outro produto. Se ela não altera o valor ou não faz a troca por outra promoção, é excluída do site."

As lojas afirmam que darão descontos de até 80%. Em edições anteriores, houve denúncias de "maquiagem de descontos", e o Procon de São Paulo chegou a autuar algumas empresas em 2012. Por isso, neste ano a ação será acompanhada de perto pelo órgão.

De acordo com Eugenio, essas fraudes ocorrem porque algumas empresas divulgam seus produtos também em outros canais, seja no próprio site ou por e-mail, e essas ofertas não passam pelo filtro do site oficial. "A melhor maneira para se prevenir contra falsos descontos é pesquisando preços", diz.

Estrutura de TI e atendimento é fundamental, segundo especialista

O SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) também deve ser reforçado na data, de acordo com o especialista, para a empresa tirar dúvidas e solucionar problemas dos consumidores com agilidade.

"O primeiro passo é avaliar a sua infraestrutura de tecnologia da informação. Na data, é comum que os sites tenham até seis vezes mais acessos do que o normal. Este volume pode fazer a página cair e frustrar o consumidor", afirma.

Soncini diz que a participação em um evento como a Black Friday deve ser planejada com antecedência. "Para garantir uma margem de lucro, ainda que pequena, na data, o ideal é negociar um desconto com os fornecedores antecipadamente", declara.

Dar descontos bons e garantir o funcionamento do site é fundamental, mas o pós-venda não pode ser esquecido, diz Soncini.

"É preciso garantir a qualidade e a entrega do produto. A empresa deve aumentar o número de funcionários para embalar, emitir nota fiscal e despachar o pedido. Se deixar o cliente insatisfeito, além de ter perdido sua margem de lucro na venda, a empresa pode perder valor de imagem se o cliente reclamar nas redes sociais, por exemplo", afirma.

A previsão do portal Busca Descontos é de que as vendas online na data gerem R$ 340 milhões, o que representa um crescimento de mais de 50% em relação à Black Friday de 2012, quando foram vendidos R$ 217 milhões, segundo a ClearSale, empresa de autenticação de vendas no comércio eletrônico.

Loja virtual quer vender nesta sexta o equivalente a 20 dias

A Liquidae, loja online de eletroeletrônicos, participou da edição anterior da Black Friday e, segundo o diretor da empresa, Bruno Loiola, teve bons resultados. "Em apenas quatro horas, vendemos todo nosso estoque e tivemos que sair do site da promoção", declara.

Loiola afirma que, por vender produtos de ponta de estoque, fora de linha ou com defeitos na embalagem, a empresa já oferece descontos de até 30% em dias normais.
Nesta edição da Black Friday, a loja dará até 40% de descontos, diz o empresário. Com as promoções, ele afirma que espera vender, nesta sexta-feira (29), o equivalente a 20 dias.

"Estamos há dois meses negociando com fornecedores para conseguir preços menores e repassar os descontos para o consumidor. Também reduzimos nossa margem para conseguir um preço agressivo para atrair mais clientes", afirma.

Segundo Loiola, a estratégia vale a pena porque os clientes voltam depois para mais compras. "No ano passado, quem comprou voltou. É claro que não depende apenas do desconto, mas da entrega, do atendimento e da qualidade do produto", diz.

A Liquidae espera 70 mil acessos hoje. Em dias normais, a média é de 3.500 acessos.

Empresa se prepara há quatro meses e investe no pós-venda

A MXT Shop participará pela primeira vez do evento. Assim como a Liquidae, a loja online vende eletroeletrônicos que estão fora de linha ou com pequenos defeitos na embalagem, com descontos de até 20% em dias normais. Na Black Friday, os descontos também serão de 40%.

"Estamos nos preparando há quatro meses, comprando mais do que vendendo para ter estoque para a data. Nossa expectativa é vender, pelo menos, R$ 2 milhões, não apenas hoje, mas em todo o fim de semana, à medida que a loja ganhar visibilidade", declara Fabio Henrique Caiel, gerente de e-commerce da MXT Shop.

A loja virtual existe há apenas oito meses, por isso, segundo Caiel, a empresa quer reforçar a marca junto aos clientes, captar novos compradores e formar uma base de clientes cadastrados para oferecer outras ofertas ao longo do ano.

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