sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Os negros na história do Brasil



Por muito tempo, as pinturas do francês Jean-Baptiste Debret (1768 - 1848) e do alemão Johann Moritz Rugendas (1802 - 1858) eram a única representação dos negros nos livros didáticos. Nelas, eles aparecem quase sempre em situações de trabalho forçado ou castigo (veja exemplos abaixo).



Apesar de serem um importante registro histórico, elas não são suficientes para representar a vida dos escravizados e, muito menos, o papel deles e de seus descendentes na construção da história nacional. Durante a existência da escravidão, antes e depois dela, eles tiveram um papel ativo nas lutas pela independência do país, pela liberdade de seu povo, pela democracia e pelo direito à igualdade.
Abordar a participação dos negros em diversos episódios da história nacional é, portanto, imprescindível. Para fazê-lo, o professor precisa se aprofundar na pesquisa sobre o tema. "Tanto a escola quanto os cursos de licenciatura no país ainda têm dificuldades em oferecer uma formação continuada e adequada a professores da rede e graduandos", explica Juliano Custódio Sobrinho, pesquisador da área e professor da Universidade Nove de Julho (Uninove).
A cada conteúdo, o docente deve se perguntar: será que não houve nenhum personagem ou entidade negra envolvidos nesse episódio? Em sala, nas atividades organizadas com a turma, ele deve destacar essa presença. Movimentos organizados foram importantes na luta pela redemocratização após a ditadura militar (1964 - 1985) e em algumas revoltas pela independência do país. Caso o professor queira também desenvolver um trabalho focado no assunto, ele pode realizar uma sequência didática em que os alunos pesquisem sobre alguns episódios em que os afro-brasileiros se destacaram. Veja uma proposta no plano de aula Mobilização negra e cidadania, no passado e no presente.

Cultura afro-brasileira


No passado e no presente, as manifestações culturais representam uma forma de resistência. Para os escravizados, preservar a língua, as músicas, as histórias e a religião trazidas da África significava não aceitar passivamente sua condição. Hoje, os movimentos negros utilizam a cultura também como uma demarcação de sua identidade e, por consequência, de sua luta. Apesar disso, muitas de suas manifestações não são conhecidas da maior parte da população. Por isso, é importante apresentá-las à turma.
A ideia do Brasil como um país miscigenado, que predominou durante boa parte do século 20, teve consequências também na negação da participação negra no que se convencionou chamar cultura brasileira. Diversas manifestações típicas dos descendentes de africanos, como o samba, foram incorporadas à perspectiva nacional e não são reconhecidas mais como originadas em grupos específicos. “A partir da década de 1930 no Brasil, houve um processo de clareamento de uma série de elementos culturais identificados com o protagonismo negro. Assim, o batuque e a feijoada deixaram de ser coisas de escravos e se tornaram símbolos nacionais, da mesma forma a capoeira, que não mais foi reprimida pela polícia, sendo considerada modalidade esportiva nacional”, explica Juliano Custódio Sobrinho, professor da Universidade Nove de Julho (Uninove).
Até hoje, discute-se a existência ou não de uma cultura negra. “A cultura não tem cor, mas é importante discutir quem produz e também o contexto em que ela é feita”, explica Martha Abreu, docente da Universidade Federal Fluminense (UFF). Portanto, o material selecionado para trabalhar esse tema com as turmas deve ser aquele produzido por artistas e intelectuais negros. 
Os hábitos dos próprios alunos podem ser o ponto de partida do trabalho. “Muito do que eles consomem – e até produzem – tem influência negra, como o funk e o rap”, explica Paola Prandini, fundadora da Afroeducação. A partir do que eles gostam, é possível discutir e ampliar o repertório dos alunos, apresentando outros artistas.
Ao lidar com músicas, textos ou filmes produzidos por negros ou que tratem da questão racial, a turma precisa refletir sobre alguns tópicos: quem produziu determinado conteúdo, em que contexto e com qual finalidade. Nesse momento, podem surgir aspectos importantes da história do país e dos afro-brasileiros. Por exemplo: na cançãoHaiti, Caetano Veloso faz um retrato de como ele enxerga o tratamento dado aos negros e sua posição na sociedade. Já em Que Bloco É Esse?, do bloco Ilê Aiyê, a valorização da cultura negra pode ser discutida, principalmente com base nos versos: “Branco, se você soubesse o valor que o preto tem/Tu tomavas banho de piche, branco, e ficava negrão também”.

Intelectualidade e ciência

Diversos cientistas, intelectuais e pensadores importantes na história do país também são negros. Apresentá-los, assim como suas produções, também pode ser uma boa maneira de mostrar a presença desse segmento da sociedade em diversos campos de atuação. Alguns exemplos: Manuel Querino (historiador), Antonio e André Rebouças(engenheiros), Milton Santos (geógrafo) e Juliano Moreira (médico e psiquiatra). Conheça outros no site do Instituto Geledés.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Identidade negra e racismo


No Brasil, a cor ou raça é autodeclarada: ao responder ao Censo Demográfico ou outras pesquisas, cada um diz se é preto, pardo, branco, amarelo ou indígena. Essa identidade normalmente se relaciona à cor da pele e a outras características físicas, não à ancestralidade. É comum, por exemplo, que um filho de pai ou mãe negra, mas que tem a pele mais clara, se declare branco. Em outros contextos, que não o da pesquisa, assumir a negritude é um ato político: trata-se de tomar para si a história e cultura do grupo, suas raízes, suas lutas.
A escola precisa colocar os alunos em contato com os elementos que formam cada grupo étnico brasileiro, para que eles sejam capazes de compreender a complexidade dessas identidades e, assim, se afirmar não apenas pela cor da pele ou do cabelo, mas também por outros elementos. Apesar de os conteúdos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana contemplarem esse esforço, ações específicas sobre a afirmação de cada identidade devem ser empreendidas nas escolas.
O primeiro passo é valorizar os agentes de todas as etnias, apresentando bons modelos de representações afirmativas. “Não se trata de vitimizar o negro ou tratá-lo como mocinho enquanto o branco seria o vilão. O papel da escola é mostrar essa identidade racial de maneira afirmativa, desligando-a das imagens que predominam nos meios de comunicação”, defende Paola Prandini, fundadora da Afroeducação. Essas imagens são comuns em livros didáticos, que mostram africanos escravizados em situações de constrangimento e humilhação, e as representações de filmes e novelas, em que negros ainda não assumem papéis de destaque.
O professor precisa valorizar personagens negros em diferentes funções sociais, incorporando artistas, escritores e cientistas africanos e afrodescendentes no planejamento das aulas. Por meio desse contato, os alunos de diferentes raças passam a considerar natural a presença de afro-brasileiros em cargos de chefia ou como importantes pensadores. “Os próprios alunos podem se identificar com essas pessoas e reconhecer que é possível alcançar o sucesso”, defende Martha Abreu, docente da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Racismo em discussão

Durante o século 20, a ideia de que o Brasil era uma nação miscigenada e de que aqui não existia racismo foi amplamente divulgada. É o famoso mito da democracia racial, como explica a socióloga Lilia Schwarcz no livro O Espetáculo das Raças. Ainda que muito presente na sociedade, diversas pesquisas e estatísticas já comprovaram as diferenças sociais profundas entre negros e brancos no país. Uma das pesquisas mais célebres sobre o assunto, conduzida por Lilia em 1988, mostrou que, apesar de 97% dos entrevistados dizerem não ser racistas, 98% afirmaram conhecer alguém que fosse. O resultado representa como a sociedade se comporta em relação ao racismo hoje: apesar de reconhecer sua existência, não o considera seu problema.
Na escola, a inclusão no currículo de conteúdos que tratam da história e cultura africana e afro-brasileira é um dos passos para o combate ao racismo, mas essa não pode ser a única ação. Os alunos e o restante da comunidade escolar precisam ser sensibilizados para o tema, de maneira que possam reconhecer o racismo em suas próprias atitudes e mudá-las.
“Devemos ser cuidadosos para não naturalizar ações que podem ser racistas e tratá-las apenas como brincadeira ou desentendimentos naturais”, alerta Martha. Trocas de ofensas, brigas e bullying devem ser tratados com cuidado especial quando envolvem grupos historicamente discriminados, e isso deve estar claro no regimento escolar.
Mais do que lidar com casos isolados ou abordar o tema apenas em datas comemorativas, a rotina da escola deve ter momentos de reflexão sobre o tema. Algumas atividades para esse fim são sugeridas no Guia Metodológico para a Educação das Relações Raciais, organizado pela ONG Ação Educativa. Outra possibilidade é o uso de filmes para organizar as conversas com a comunidade escolar.

Alfabetização na Idade Certa



A alfabetização é a fase em que a pessoa aprende a ler e a escrever. Geralmente, as crianças são alfabetizadas nas séries iniciais, que correspondem a 1ª série do ensino fundamental. É um processo um pouco demorado, porém, depende muito de cada pessoa.

Existe o Pacto Nacional pela alfabetização na idade certa, onde é um compromisso formal pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças sejam alfabetizadas até os oito anos de idade.

Porém, existe uma grande quantidade de jovens e adultos analfabetos no Brasil. Segundo um relatório da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Brasil está em 8º no ranking mundial dos países que possuem mais analfabetos entre jovens e adultos.

Além do pacto, existem diversos programas para alfabetização dessas pessoas, que são promovidos pelo governo. Entre eles estão o PBA (Programa Brasil Alfabetizado), e o EJA (Educação de jovens e adultos). Porém, alguns dizem que as pessoas que são alfabetizadas depois de adulto, tem certa dificuldade.

Na realidade, a alfabetização é um processo difícil para todos, independentemente da idade, pois tudo é novo. Contudo, na idade adulta, existem muito mais responsabilidades e preocupações do que de uma criança de 6/7 anos, o que pode influenciar diretamente no desempenho desse aluno adulto. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Teatro e imaginação na pré-escola



A capacidade de fazer de conta é uma das características mais relevantes da infância, pois está diretamente ligada ao desenvolvimento intelectual e físico dos pequenos. Quando imagina que é um policial à procura de um bandido, a criança elabora respostas às distintas situações que surgem e, ao pôr em prática seu personagem, estabelece movimentos que ampliam a consciência e a expressão corporais. Por isso, os jogos teatrais são uma ótima maneira de desenvolver a relação da criança com o próprio corpo, com o do outro e com o espaço. Eles são jogos de construção em que a consciência do "como se" é trabalhada de forma gradativa em direção à articulação da linguagem artística teatral. "No processo de construção dessa linguagem, a criança estabelece com seus pares uma relação de trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a consciência na observação das regras", explica Ingrid Dormien, que leciona Teatro Aplicado à Educação na Universidade de São Paulo (USP) e é coordenadora de projetos da Escola de Educadores. 

Descobrindo novas possibilidades corporais 
O jogo teatral gira em torno de três elementos: onde se passa a cena, quem faz parte dela e qual ação se desenvolve. O professor deve dividir a turma em grupos e propor que cada um decida o que apresentar à plateia - sem o uso de falas nem de objetos cênicos. Exemplo: se escolhem explorar o fundo do mar, as crianças têm de interagir com criaturas e plantas marinhas imaginárias, deixando claros os três elementos básicos. 

Ingrid diz que a intervenção docente pode e deve ocorrer durante a cena. "Se o professor perceber que os gestos não são muito claros, pode instruir os pequenos a repeti-los em câmera lenta. Os jogos teatrais abrem possibilidades infinitas de trabalhar a expressividade corporal", afirma (leia a sequência didática). Durante a ação, deve-se atentar também o uso do espaço e de que forma se dá a interação. 

Com base no que foi observado, é necessário fazer propostas que representem desafios e incentivem todos a buscar novas possibilidades de expressão. Se um grupo escolheu um espaço pequeno e interagiu pouco, por exemplo, no jogo seguinte o professor pode estabelecer que, independentemente da situação, os objetos utilizados em cena terão de passar pela mão de todos e a área precisa ser ampla.

Jogos teatrais permitem que as crianças aprendam e desenvolvam a linguagem corporal




Os próprios jogos apresentam três elementos básicos da linguagem teatral, já que onde a cena se passa nada mais é do que o cenário, quem a desenvolve são os personagens e o que representa a ação dramática. Só quando as crianças aprendem a construir de maneira coletiva esses elementos e os colocam em prática é que eles devem ser apresentados formalmente. Para enriquecer o repertório, é fundamental a apreciação de peças teatrais e uma reflexão sobre elas, assim como das cenas feitas em sala. 

Cristina Aparecida Rastelli de Brito, professora de Educação Infantil na Creche Lar Jane Suzana, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, sabe o valor das rodas de conversa logo após as encenações. Na roda, ela lança perguntas para avaliar se a plateia conseguiu perceber onde se passava a ação, quem fazia parte dela e o que foi apresentado. Esses dados são úteis para verificar as dificuldades e os progressos feitos pelo grupo. "Se as crianças, por exemplo, acharam que o mar, ambiente em que o esquete se passou, era o espaço sideral, eu pergunto por que e, com base nisso, discutimos os movimentos que levaram a tais conclusões. Com isso, o grupo fica mais consciente de como suas opções comunicativas são interpretadas", conta. 

Vale frisar que o propósito do trabalho com os jogos teatrais não é julgar o valor artístico das atuações. O que vale é perceber como cada um busca soluções diante dos desafios e expande suas possibilidades de comunicação via linguagem corporal. Com a prática e observando os colegas, todos aprendem a usar o corpo de forma mais consciente e criativa.

Mordidas na creche




Nada mais corriqueiro no cotidiano das creches do que uma criança tascar uma mordida em outra. "Essas ocorrências são naturais na Educação Infantil. O que não exime a escola de fazer de tudo para que não se repitam", defende Ana Paula Yazbek, coordenadora do Espaço da Vila, em São Paulo, e formadora de professores. 

Ainda que desprovida de má intenção, a mordida é uma agressão, provoca dor e deixa marca. Por isso, precisa ser combatida. O primeiro passo é identificar as situações em que acontece. "Ela pode significar muitas coisas: demonstração de carinho - por vezes, aprendida em casa, com os pais - ou de interesse pelo colega, disputa por brinquedo, irritabilidade, tédio e até um meio de chamar a atenção", lista Ana Paula. "Não podemos esquecer que nessa faixa etária os pequenos estão desbravando o mundo por meio da via oral", acrescenta Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. 

Cientes desses diferentes aspectos, as educadoras do CEIM Cristo Rei, em Chapecó, a 545 quilômetros de Florianópolis, inseriram o tema no projeto político-pedagógico (PPP) e no planejamento dos 21 docentes do berçário e 20 do maternal. 

"O ponto de partida foi conversar com as famílias para explicar o porquê das mordidas, mostrar a normalidade delas no desenvolvimento infantil e assegurar que seriam feitas intervenções pedagógicas para evitá-las", conta a coordenadora pedagógica Juliana Sive Pommerening. Pais e responsáveis foram chamados a uma palestra na escola, organizada com base no textoMordidas: Agressividade ou Aprendizagem?, do livro Os Fazeres na Educação Infantil (Maria Clotilde Rossetti- Ferreira, Telma Vitória, Ana Maria Mello, Adriano Gosuen e Ana Cecília Chaguri, 208 págs., Ed. Cortez, tel. 11/3611-9616, 52,20 reais). 

As educadoras esclareceram que praticamente todas as crianças, entre 1 e 3 anos, em algum momento, usaram ou usarão tal conduta. Disseram também que esse recurso praticamente desaparece quando a linguagem está mais desenvolvida e enfatizaram que ficariam atentas. "Quando a mordida ocorre, é comum as famílias acharem que o filho não está sendo devidamente cuidado. Daí a importância do engajamento e da transparência por parte da instituição", diz Ana Paula. 

Além da parceria com os pais, o CEIM incluiu o tema na rotina e passou a ter um trabalho minucioso tanto para tentar evitar as mordidas quanto para fazer as intervenções necessárias quando ela acontece. A atenção com relação ao problema permeou as diversas atividades realizadas, desde os momentos de leitura até as brincadeiras. Como explica Ana Paula, as ações nesse sentido devem ser parte do dia a dia escolar.

Olhar atento dia após dia


"No início do ano letivo, ocorreram vários casos motivados por disputa de brinquedos e questões afetivas", exemplifica Tatiana Bonato, que leciona para duas turmas de berçário. Sempre que episódios assim ocorriam, a educadora acalmava a vítima e, na sequência, conversava com quem tinha mordido. Em geral, o agredido não entende o porquê daquilo. E o autor do gesto não o vê necessariamente como uma violência. "Orientamos as professoras a confortar a criança ferida e mostrar ao colega o que ele fez. É importante que ele perceba a consequência da ação, mesmo sem ter tido intenção de machucar", diz a coordenadora. Olhar para os meninos e meninas e dizer frases como "Não pode. Dói", sem gritar, é uma boa opção. Com isso, espera-se que eles vão compreendendo que morder não pode ser a melhor forma de se comunicar. 

Vale, também, mapear o primeiro evento, fazendo uma análise detalhada. Como a mordida se deu? A dupla estava brincando? Havia mais gente junto? Um deles estava ansioso para pegar o brinquedo? Ou animado, gargalhando? Havia indícios de irritabilidade? Assim, a educadora vai levantando pistas que auxiliam na compreensão do caso e ajudam a rever a organização das atividades em sala. Como diz o texto Mordidas: Agressividade ou Aprendizagem?, "para acabar com o problema, é preciso pensar sobre a rotina, o espaço, a quantidade e a variedade de brinquedos. Estar atento aos detalhes. Muitas vezes, são eles os fatores desencadeadores de mordidas".

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Campanha #CriançaNoOlhar #CriançaSegura


Toda criança tem o direito à atenção e proteção de pais, familiares, cuidadores e de toda a sociedade, como está no ECA. Esse duplo direito delas é um dever de cada um de nós. Porém sabemos que nem sempre elas vivem em um ambiente seguro e o resultado muitas vezes são os acidentes.
Para falar da necessidade desse olhar constante à prevenção de acidentes que convidamos você a participar da campanha #CriançaNoOlhar, que acontece junta a ação para o Dia das Crianças.
O desafio é mobilizar muitas pessoas de sua comunidade para publicarem em suas redes sociais uma foto fazendo um óculos de dedo junto às #CriançaNoOlhar e #CriançaSegura. O objetivo é fazer mais pessoas conhecerem a causa e engajarem-se a ela.
O que significa os óculos de dedo?
São três os significados atribuídos ao gesto de unir às mãos e formato de óculos e elevar ao rosto: o gesto é uma brincadeira, algo bem característico da infância; o óculo traz o conceito de ver melhor, focar o olhar; e a união dos dois nos chama a olhar como as crianças, a entender o mundo a partir da visão delas e descobrir os perigos de uma perspectiva diferente.
Comece por você! Tire sua foto e poste junto das # e convide quem você conhece para fazer! Afinal, juntos podemos fazer muito mais! 

Nova resolução do Contran traz mais segurança ao transporte escolar




Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada na edição de ontem (6) do Diário Oficial da União, torna obrigatório o uso de espelhos retrovisores, câmera-monitor ou outro dispositivo equivalente nos veículos destinados ao transporte escolar (categorias M1, M2 e M3).
O objetivo da medida é oferecer ao motorista visão completa do entorno do veículo no momento de embarque e desembarque das crianças.
A medida passa a ser obrigatório, a partir de 1° de janeiro de 2016, para todos os veículos de transporte escolar fabricados no país ou importados. Os veículos fabricados ou importados antes de 1° de janeiro de 2016 terão até 1° de janeiro de 2018 para serem adequados.

A determinação está na Resolução n° 504,de 29 de outubro de 2014.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Os computadores estão fora do alcance de alunos e professores na maioria das escolas. Como é na sua?

Dificuldade de acesso ao computador é entrave em escolas brasileiras

A velha imagem das máquinas trancadas na sala do diretor não combina com a Educação deste século.  Mas ainda é verdadeira… A maioria das escolas públicas do país tem computador e acesso à internet, mas eles continuam fora do alcance da comunidade escolar ou, na melhor das hipóteses, restritos aos laboratórios de informática (85%). É o que mostra a pesquisa TIC Educação, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), divulgada na última segunda-feira (10). O estudo ouviu estudantes, professores e diretores de 1.125 instituições em áreas urbanas no país. Em 30% das unidades escolares, o uso do computador ocorre prioritariamente na sala de aula, mas por esforço dos educadores, que levam seu próprio equipamento a esses espaços. A velocidade das conexões também é um empecilho. Segundo o estudo, 17% das escolas tem conexão inferior a 1 megabit por segundo – bem abaixo do mínimo previsto Programa Banda Larga nas Escolas (2megabits por segundo). Além disso, há muitas disparidades regionais. O acesso à internet é universal nas escolas do Sul e do Sudeste, mas atinge 86% dos estabelecimentos do Norte e Nordeste. O Nordeste e o Centro-Oeste também concentram as conexões mais lentas. Pensando nos dados da pesquisa, queremos saber: onde estão os computadores de sua escola? Responda a nossa enquete e deixe seu depoimento na caixa de comentários!

Clique aqui para acessar a enquete!

ECOPEDAGOGIA

Design em tampinha de garrafa faz adolescente ficar milionária




Fique sabendo sobre a adolescente milionária ontem, através de uma matéria que li no site da Revista Veja. A menina começou aos 10 anos, vendendo tampinhas de garrafa para decoração. E tudo teve início porque ela queria decorar de um modo diferente seu armário no colégio.

Sinceramente, posso estar errada, mas acho que ela nem pensou nisso de reaproveitar as tampinhas dentro do conceito dos tantos erres da sustentabilidade. Mas está ai uma proposta legal de logística reversa ;)

A jovem  Maddie Bradshaw, agora empresária   tem um projeto que ensina alguns passos aos adolescentes que queiram caminhar para a criação do próprio negócio, e participa  do Lemonade Day, um programa divertido que ensina esses mesmos adolescentes interessados, em como começar, manter e operar seu empreendimento.

Atualmente a empresa M3, onde  Maddie, de 17 anos, é presidente, produz acessórios e bijuterias e, em 2013, faturou 1,600 milhão de dólares.
Facebook/Snap Caps by m3 girl designs


Depois de procurar por ímãs para o meu armário na 5 ª série, eu decidi que eu poderia fazer o meu próprio. Logo, eu decidi que seria divertido de usar e trocar minhas tampas de garrafa. Assim, a Snap Caps®, "o original intercambiáveis ​​colar de tampa de garrafa" ® foi criado. Nossa empresa, m3 projetos da menina, foi criada por minha irmã, Margot, minha mãe e eu, m3!  
Texto extraído do site http://www.m3girldesigns.com/

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Dança criativa e jogos na pré-escola: da solidez à fluidez



Objetivo(s) 
- Ampliar o repertório de brincadeiras tradicionais e jogos de criação em dança;
- Pesquisar entre os adultos que trabalham na creche (ou na escola) brincadeiras com pedras por meio de entrevistas;
- Aprender a fazer registro audiovisual;
- Conhecer diversas brincadeiras e transformá-las em dança;
- Conhecer um grupo de artistas contemporâneos que usam pedras e água em suas obras;
- Explorar as formas corporais, o volume, as direções, os caminhos e as trajetórias no espaço a partir das imagens das obras de arte e dos elementos água e pedra;
- Construir uma dança a partir das brincadeiras com as pedras.

Acompanhe a descrição e dicas de músicas Clicando Aqui!

Identidade e Autonomia: Pensamento Infantil


O desenvolvimento da identidade e da autonomia dos pequenos não ocorre de maneira adequada se não for estimulado. Por isso, todo educador que trabalha na creche desempenha um papel essencial, pois ele ajuda a criança a desenvolver-se, desde que consiga estabelecer vínculos com ela.

Um pouco de teoria
Segundo o médico, psicólogo e filósofo francês Henri Wallon(1879-1962), um dos principais estudiosos do desenvolvimento infantil, antes mesmo da aquisição da linguagem, a emoção se configura como o meio utilizado pelos bebês para estabelecer uma relação com o mundo. Ele foi o primeiro pesquisador a incluir a afetividade como componente para a formação integral da criança, junto do movimento, da inteligência e da formação do eu como pessoa. Aspectos motores, afetivos e cognitivos, portanto, integram-se o tempo todo ao longo do desenvolvimento. E a manutenção de vínculos com os adultos é essencial.
Esse aspecto é explorado com profundidade na obra do psicólogo bielo-russoLev Vygotsky (1896-1934), para quem o homem é dialógico por natureza. Isso significa que ele precisa dos semelhantes para existir, ser e viver. O psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), vai ainda mais fundo. Para ele, a ideia que temos do "eu" só é possível graças ao outro. Ou seja, o "eu" é construído pela imagem do outro. A identidade e a autonomia, portanto, estão intimamente ligadas às relações com o grupo.
À medida que os pequenos vão sendo atendidos em suas necessidades básicas, eles passam a identificar as pessoas que cuidam deles e aprendem a se localizar no ambiente. Aos poucos, também percebem que são distintos das outras pessoas e passam por um estágio de reconhecimento da própria imagem diante do espelho, marca da passagem que diferencia o "eu" do outro.

A especificidade do trabalho na creche
Até os três anos, praticamente todas as descobertas e brincadeiras estão relacionadas à construção da identidade e da autonomia. Por isso, o educador deve estar sempre atento a qualquer manifestação das crianças (choros, caretas, movimentos). Também é importante sempre chamá-las pelo nome; além de observar e de registrar, com cuidado, as preferências e gostos de cada um.
Para Beatriz Ferraz, coordenadora da Escola de Educadores, em São Paulo, "unir cuidados e conteúdos é oferecer, ao mesmo tempo, afeto e Educação desde os primeiros anos de vida". O eixo de identidade e autonomia trata, justamente, da capacidade de o bebê se perceber como pessoa e tornar-se independente, desde que receba os estímulos adequados. Vale lembrar que os bebês aprendem de forma ativa e, por isso, valorizar a exploração e a manipulação de espaços e de objetos é imprescindível nesse período.
Uma boa evolução psicomotora, cognitiva e linguística está vinculada ao processo de construção da personalidade e à capacidade de se relacionar e de se comunicar com as outras pessoas. E é somente ao ter a oportunidade de interagir que o bebê aprende a se relacionar com o outro. O mundo e ele deixam de ser uma coisa só (a criança não distingue totalmente os limites entre ela e o outro até o primeiro ano de vida) e os conflitos gerados nessas situações de interação são um ótimo meio de aquisição da linguagem verbal, desde que bem mediados por você. Já as atividades que a criança começa a realizar sozinha, como alimentar-se ou observar as ações dos colegas, ajudam-na a incorporar hábitos e valores do lugar onde vive.
Confira a reportagens e vídeos da série especial sobre desenvolvimento infantil e entenda como se forma o pensamento das crianças.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ECOPEDAGOGIA

Atividades - Brincadeiras  

Pedagogia ao Pé da Letra


CACHORRO E GATO CEGO
IDADE: 7 anos
OBJ. ESP.: Audição, atenção
MATERIAL: Lenços
LOCAL: Sala, quadra, pátio
Formação: círculos

Organização: alunos em círculos que irão dois para o centro; um será o cachorro e outro o gato. Veda-se os olhos de ambos
Execução: toda vez que o cachorro latir o gato miará e o cachorro tentará pega-lo. Se conseguir, irão outros ao centro.
QUAL O PERFUME?
IDADE: 9 anos em diante
SEXO: Ambos
OBJ. ESP.: Desenvolver o olfato
MATERIAL: Frutas, perfumes, loções, etc
Formação: círculos
Organização: alunos em círculos, sendo que um irá para o centro com olhos vendados
Execução: o professor dará ao alunos do centro para cheirar o perfume e dirá: – deverás reconhecer este aroma entre outros que vou te dar. Em seguida dará alvejante, etc… Este deverá identificar, entre outros qual foi o primeiro, etc.

TOCAR O CEGO
IDADE: Todas
OBJ. ESP.: Desenvolvimento-perspectivo
LOCAL: Ar-livre, salão
Formação: círculo
Organização: alunos sentados em círculo. Ao centro, um colega de olhos vendados
Execução: um colega do círculo se levantará, tocará o ceguinho e se sentará novamente. Pelos movimentos feitos, o cego tentará adivinhar quem o tocou.
COM QUEM ESTARÁ A BOLA?
IDADE: 9 anos
OBJ. ESP.: Atenção, perspicácia
MATERIAL: Bola
LOCAL: Pátio, gramado
Formação: círculo
Organização: alunos em círculo, pernas cruzadas, um aluno sentado no centro com olhos vendados
Execução: os companheiros passam a bola entre si e ao sinal do professor coloca as mãos para trás escondendo a bola. O aluno que está no centro, abre os olhos e aponta aquele que imagina estar com a bola. Se errar repete o jogo.

GARRAFA MÁGICA
IDADE: 8 anos em diante
OBJ. ESP.: Desenvolver a imaginação
MATERIAL: Uma garrafa
LOCAL: Sala, pátio
Formação: círculo
Organização: os alunos em círculo, o professor no centro
Execução: o professor gira a garrafa no solo e quando esta parar apontará na direção de um aluno. Este deverá ir para o centro e executar uma tarefa determinada pela turma ou professor.

COMER A MAÇÃ
IDADE: 9 anos em diante
OBJ. ESP.: Controle Emocional
MATERIAL: Maçã
LOCAL: Quadra, pátio
Formação: fileiras
Organização: em fileiras, tendo na frente das mesmas, maças penduradas
Execução: ao sinal procurar morder a maçã que lhe corresponde, sem segura-la, dentro de um tempo determinado. Vencerá a fileira que obtiver maior número de pontos, por mordida, ou que morder a maçã primeiro, ou ainda o que comer a maçã primeiro.

O CACHORRO E O OSSO
IDADE: 7 anos
OBJ. ESP.: Atenção, audição
MATERIAL: Qualquer objeto
LOCAL: pátio, gramado
Formação: círculo
Organização: os alunos em círculos. Um sentado ao centro tendo olhos vendados, que será o cachorro. Perto de si haverá um objeto “o osso”
Execução: dado o sinal, o professor indicará um dos alunos no círculo que tentará cautelosamente pegar o osso. Percebendo o ruído, o cachorro latirá e indicará o lado do ruído. Ao acertar a direção o professor indicará outro aluno. Se um conseguir e não for adivinhado se tira as vendas e tenta adivinhar.

AGORA O FOCO É NA COORDENADORA

A escrita dos relatórios de avaliação




Quando o final do ano se aproxima, uma das metas de todo coordenador pedagógico é orientar e auxiliar os professores na produção de um bom relatório ou portfólio de avaliação das aprendizagens das crianças. Esse documento deverá ser apresentado aos familiares e a outros profissionais (terapeutas, professores do ano seguinte, entre outros) para mostrar como foi o processo de ensino e aprendizagem.
A tarefa de avaliar as crianças é sempre bastante complexa. Por isso, construir um documento claro sobre o que cada uma delas aprendeu e como aprendeu já é desafiador. Imagine, então, elaborar um relatório que explicite informações relevantes com fidelidade e linguagem acessível, sem o nosso “pedagogês” de todo dia. Portanto, cabe ao coordenador prever uma formação para discutir e elaborar uma pauta avaliativa comum a todos os professores da escola.
É claro que, ao longo do semestre, os docentes já guardaram registros variados, como produções das crianças, reflexões escritas, pautas de observação, fotos e filmagens. Tudo isso será retomado no momento da elaboração do relatório de avaliação. Um exemplo são as produções artísticas das crianças, como desenhos, pinturas e colagens. Se elas estiverem datadas, podem ser um valioso instrumento para a escrita do processo de aprendizagem no eixo de Artes Visuais.
O processo formativo dos professores
Abaixo, compartilho um passo a passo de como oriento os professores na elaboração do relatório de avaliação.
1º passo: Para começar, acredito ser importante retomar com os professores qual é o período de avaliação em questão. É muito comum, no final do ano, o docente comparar os saberes atuais da criança com os conhecimentos do início do ano. No entanto, eu oriento que já foi elaborado um relatório avaliativo no final do primeiro semestre, então, agora devemos focar apenas no segundo semestre.
2º passo: A próxima providência é separar os planejamentos desse período e retomar quais foram os objetivos em cada um dos eixos.  Com esses documentos em mãos, é hora de fazer um roteiro sobre o que será abordado no relatório (clique aqui para ver um exemplo).
Exemplificando: ao longo do semestre, as crianças aprenderam muitas coisas no eixo de Oralidade, inclusive em atividades cujos objetivos eram do eixo de Movimento. Para organizar o registro, é preciso elencar quais eram os objetivos específicos do segundo semestre no eixo de Oralidade para aquela turma e escrever o que a criança aprendeu com as atividades propostas no planejamento. Se na escola tiver mais de uma turma no mesmo nível, é interessante que os professores elaborem em grupo o roteiro do relatório.
3º passo: Utilizar fotos pode ser interessante, desde que elas façam sentido na complementação do que está escrito. Colocar inúmeras imagens que não ampliam a avaliação não qualifica o relatório.
4º passo: Recomendo aos professores que, primeiramente, façam os relatórios que julgam ser mais fáceis, ou seja, os relatórios daquelas crianças que, por diferentes razões, têm os percursos de aprendizagem mais visíveis. Os primeiros documentos são mais difíceis de elaborar, mas depois fica mais claro como se faz.
5º passo: Combino com os docentes que eles devem revisar suas escritas pelo menos um dia depois de tê-las escrito. Só assim conseguimos nos distanciar do nosso texto para identificar erros ou falhas.
6º passo: Por último, mas não menos importante: o percurso de cada criança é particular e revela peculiaridades, curiosidades, avanços e dificuldades. Então, o relatório final deve mostrar uma criança única. O recurso de copiar e colar só funciona para o cabeçalho ou para citar os objetivos, nunca para descrever as aprendizagens dos pequenos.
Depois dessa formação, colocamos as mãos à obra! Caso algum professor tenha alguma dúvida na elaboração dos relatórios, sempre procuro estar disponível em horários variados para auxiliá-los.
O resultado desse trabalho também me mostra se o processo de formação dos professores foi efetivo. É uma boa avaliação do nosso trabalho, você concorda?
Por Eduarda Diniz Mayrink, coordenadora pedagógica, e Leninha Ruiz, formadora 
na área de Educação Infantil

Lugar de bebê é fora do berço

Crianças até 1 ano podem ter uma rotina permeada de explorações e descobertas





Que atividades realizar com pequenos até 1 ano, que geralmente não falam nem andam? Antes de assumir uma turma de berçário, Marlene Steffens, do CEI Miosótis, em Joinville, a 176 quilômetros de Florianópolis, costumava ouvir questionamentos como esse. O que a princípio parece um empecilho, no entanto, é um foco de oportunidades. "Uma das especificidades dessas crianças é que estão em um momento de aquisição de linguagem, locomoção, comunicação e conhecimento sobre o corpo. Por isso, todo estímulo é necessário", diz Maria Teresa Venceslau de Carvalho, coautora do livro Interações: Ser Professor de Bebês - Cuidar, Educar e Brincar, uma Única Ação (Cisele Ortiz, 221 págs., Ed. Blucher, 11/3078-5366, 53 reais). 

O biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) descreve essa fase do desenvolvimento infantil como sensório-motora, em que conhecemos o mundo por meio dos sentidos. Propiciar o contato com elementos visuais, sonoros, olfativos e táteis auxilia no aumento e no aperfeiçoamento desse repertório. Por acreditar na importância da experimentação, Marlene elaborou um planejamento anual voltado à exploração de diferentes materiais e espaços dentro e fora da classe. 

Uma iniciativa foi transformar os momentos de cuidados diários em possibilidades de aprendizagem. A educadora começou pela hora da higiene, alternando alguns tipos de banho - de imersão, ducha e com objetos -, para proporcionar prazer e sensações diferentes às crianças.

Em outra proposta, o berçário foi transformado em um spa, com ofurôs, velas e óleos aromáticos para perfumar o ambiente e música relaxante. Cada bebê foi colocado dentro de um balde com água aquecida a 37 graus Celsius e pétalas de rosas. A professora alerta para a importância de regular a quantidade de água, que deve ficar abaixo do pescoço da criança quando ela estiver imersa. Para favorecer a interação entre os bebês, os baldes foram colocados perto uns dos outros. Ela também os aproximou do espelho fixado na parede para auxiliá-los na descoberta do próprio corpo, ampliando a consciência de si mesmo. 

A logística para dar conta de tudo isso não foi fácil. "Lidar com crianças tão pequenas demanda uma organização muito precisa para que elas não fiquem desassistidas", afirma Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa lá. Marlene conta com a ajuda de duas auxiliares. Como só tinham quatro baldes, ela coordenava os banhos enquanto uma cuidava dos demais bebês e a outra mudava a água e higienizava tudo para que as próximas crianças pudessem entrar nos ofurôs.






Vamos inovar e desenhar no espaço





Lance o desafio. Os ambientes vão ficar pequenos para tantas obras que serão criadas


Papel, lápis e giz de cera são presença certa na pré-escola: costumam ser usados em atividades de desenho, importante estímulo ao desenvolvimento da motricidade, além de incentivo à expressividade e à observação de mundo. Mas a atividade pode extrapolar o suporte do papel e fugir do grafite e dos pincéis. Que tal fazer traçados no ar? A ideia parece impossível, porém é mais simples do que se imagina. "O desenho é o registro do percurso de uma linha no espaço", diz a artista plástica Edith Derdyk. 

Com essa definição em mente, Flávia Kioko, da EMEI Antônio Gonçalves Dias, em São Paulo, propôs à turma de 5 anos usar o espaço para desenhar. As crianças ficaram curiosas e inicialmente incrédulas com a ideia. Mas, assim que receberam pedaços de linha de tapeçaria vermelha, de cerca de 80 centímetros, começaram a achá-la divertida. A sugestão foi que pegassem as linhas e fizessem e desfizessem desenhos quantas vezes e onde quisessem. "Inicialmente elas exploraram o chão e a carteira tentando reproduzir a experiência do papel e criando obras mais figurativas", conta a docente. Surgiram sóis, cobras, corações, carrinhos e bonecos comuns, mas também aviões que planavam, seguros pela mão de uma das crianças, representados por uma linha reta.

A artista visual e arte-educadora Sheila Ortega diz que o trabalho de Flávia tem relação direta com a arte contemporânea, que foca o processo e não estritamente um resultado final. "A proposta é uma investigação mais livre, que possibilita desestruturar o desenho tido como correto e capturar o mundo genuinamente no gesto infantil." Nesse período do desenvolvimento das crianças, a criatividade, a curiosidade e as descobertas estão latentes e devem ser favorecidas. 

Os pequenos logo notaram que as produções poderiam se tornar brincadeiras e investiram no faz de conta. Começaram a se ajudar e mostrar as obras para os colegas. Flávia lembra que houve quem demorasse um pouco para se esmerar nas experimentações. "Alguns me procuravam expondo dificuldades. Eu sempre incentivava dando sugestões e aprovando as tentativas." Essa postura é importante para romper com a ideia de desenho correto e ampliar o repertório das crianças, para quem a experiência vivida deve ser mais importante do que o produto final.

https://www.youtube.com/watch?v=J3s9X4NV4cs


Como trabalhar saltos na quadra da escola

É possível praticar saltos em distância e em altura na quadra da escola? Fábio D’Ângelo, coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, elaborou uma aula de Educação Física diferente para a turma de 8º ano da EE Doutor Afiz Gebara, em São Paulo. Usando bambolês, cordas, bolas e elásticos, a garotada praticou diferentes tipos de salto.