sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Tecnologia Educacional
Implante dentro da retina poderá tratar doenças oftalmológicas 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 08:48 hs.
29/11/2013 - Biodegradável, o mecanismo é inserido na retina do paciente e se dissolve depois de seis meses, não sendo necessário removê-lo

Uma tecnologia que permite a aplicação de medicamentos diretamente na retina para tratar doenças que podem levar à cegueira, já utilizada com sucesso nos Estados Unidos, acaba de ganhar uma versão brasileira. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram criar esse tipo de implante, que, por ser biodegradável, é absorvido pelo organismo após seis meses, tempo suficiente para que o remédio termine de ser administrado. Com isso, o produto não precisa ser retirado, evitando que o paciente passe por um segundo processo cirúrgico.

Segundo Rubens Siqueira, oftalmologista do Serviço de Retina e Vítreo do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP) e um dos envolvidos no projeto, a característica biodegradável do implante é uma melhora feita pela equipe brasileira em relação ao método que serviu de inspiração. “Quando começamos a pesquisa, existia um sistema não biodegradável disponível no mercado dos Estados Unidos para tratamento de inflamação da retina por citomegalovírus em pacientes com Aids. Tivemos, então, a ideia de usar esse sistema na oftalmologia, com a vantagem de ser biodegradável”, destaca.

Outras vantagens, segundo o médico, são o tamanho (a prótese brasileira é menor) e a possibilidade de aplicar diferentes tipos de drogas, o que amplia o número de males a serem combatidos. “O implante pode ser usado com diferentes medicamentos, como antibióticos, corticoides e imunossupressores, que serão escolhidos de acordo com o tipo de doença da retina”, explica Siqueira. “Atualmente, estamos usando mais o corticoide, adequado para várias doenças da retina, como uveíte (inflamação no olho), retinopatia diabética (doença da retina causada pelo diabetes) e oclusões vasculares da retina”, acrescenta. No primeiro teste, 10 pacientes receberam, com sucesso, um tratamento com dexametasona, anti-inflamatório oftálmico muito utilizado.
Tecnologia Educacional
Estudo de 10 anos de duração comprova: videogames não provocam violência 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 00:29 hs.
29/11/2013 - Desde o surgimento dos primeiros consoles de videogame, há mais de vinte anos, existe um debate sobre a influência dessas plataformas no comportamento dos jogadores. Diversos estudos surgiram nas últimas décadas para mostrar os benefícios e desvantagens que esses aparelhos podem exercer na vida dos usuários. Mas, afinal, eles causam ou não um efeito negativo sobre quem está jogando?

De acordo com uma pesquisa recente, a resposta é não. Para quem lê, este pode ser apenas mais um estudo sobre o assunto, mas prova que não existe nenhum tipo de associação entre jogar videogame e ter algum tipo de comportamento agressivo. As informações são do TechSpot.

Publicado na British Medical Journal, o estudo faz parte do "UK Millennium Cohort", um relatório do Reino Unido com dez anos de duração que observou como as crianças são afetadas psicologicamente pelos produtos do mercado do entretenimento – mais precisamente aqueles em que o usuário fica de frente para uma tela, incluindo TVs e os próprios videogames. Desde 2003, mais de 11.000 crianças a partir dos cinco anos de idade foram submetidas a vários testes de exposição diária a diferentes formas de conteúdos, tanto na televisão quanto nos consoles.

Uma década depois, os pesquisadores constataram que assistir mais de três horas à TV por dia pode aumentar as chances de desenvolver problemas comportamentais em jovens com idades entre cinco e sete anos. Por outro lado, os videogames não exercem nenhum efeito negativo nas características pessoais da criança, como comportamento e atenção, nem ajuda a desenvolver doenças emocionais. A mesma conclusão vale para meninos e meninas.
Ensino Superior
Reviravolta no ranking do Enem 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:27 hs.
29/11/2013 - Revisão das médias coloca escola brasiliense entre as 30 primeiras do país. Colégio Olimpo mantém o primeiro lugar, conquistado no ano passado. Instituições têm até 4 de dezembro para pedir o reexame do cálculo

O ranking das melhores escolas do Distrito Federal no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem um novo líder. Com média 679,55 na soma das provas objetivas, o Olimpo retoma a primeira colocação conquistada em 2012. Além disso, Brasília passa a ter uma representante entre as 30 primeiras classificadas. Com a nota obtida, a instituição assume a 27ª posição na lista nacional. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aceitou o pedido de revisão do estabelecimento de ensino, que nem sequer tinha o nome citado entre as participantes. A autarquia do MEC alegava que menos de 50% dos alunos do 3º ano haviam feito o exame em 2012, mas foi comprovada a participação de 90%.

O mesmo ocorreu em nível nacional, na última quarta-feira, quando o colégio Bernoulli, em Belo Horizonte, detentor do primeiro lugar no ranking, com média de 722,15, perdeu o posto para o Objetivo Integrado, de São Paulo, com média 740,81. De acordo com a nota técnica da Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb), do Inep, após a divulgação dos resultados de 11.239 escolas, 31 entraram com pedido de reexame.

Ontem, com o Olimpo, três instituições tiveram o pedido deferido. No total, são seis mudanças nos rankings de todo o país. Com as alterações, a Ari de Sá Cavalcanti, no Ceará, alcançou média 711,24 e conquistou a quinta colocação do Brasil, no lugar do Colégio de Aplicação da UFV, em Minas Gerais. O Instituto Gay Lussac, no Rio de Janeiro, chegou a 35ª posição com 675,13 pontos. As unidades têm o direito de requerer o recálculo até 4 de dezembro.

Ano passado, o Olimpo colocou Brasília no 32º lugar no ranking nacional. Com o ganho positivo de cinco posições, o sócio-proprietário e diretor de ensino do Olimpo, Rodrigo Bernadelli, comemora o resultado: “Esses são os primeiros alunos formados no Olimpo, nos três anos de ensino médio. O resultado é fruto do professor que faz a diferença na sala de aula e da direção que se preocupa com o aluno”.

Os 60 alunos do 3º ano do ensino médio do Olimpo, na Asa Sul, têm rotina intensa de estudos para alcançar os resultados. A carga horária é de 36 aulas semanais e, durante a tarde dos sábados, são feitos simulados com questões do Enem e do Programa de Avaliação Seriada (PAS). “Durante a semana disponibilizamos aulas de retorno à tarde. O aluno pode resolver as dificuldades que apresentou pela manhã. Além disso, o material didático é desenvolvido pelos nossos professores”, ressalta Bernadelli.

Até o fim da tarde de ontem, o primeiro colocado na lista do Enem era o Galois, com média 654.86, estava na 79ª posição no ranking nacional, mas caiu para 82ª. O Pódion passa a figurar em terceiro; o Sigma da Asa Norte em quarto; e o Colégio Marista de Brasília deixa a lista das 10 melhores, assumindo a 11ª colocação. 
Gestão Educacional
Como conseguir manter a motivação no dia a dia 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:39 hs.
29/11/2013 - Está com dificuldades em se manter motivado? Veja como conseguir com 6 dicas

Por mais que as coisas dêem errado algumas vezes, tente não desanimar por qualquer coisa

Manter-se motivado nem sempre é uma tarefa simples. Por vezes a vida apresenta tantos desafios e surpresas desagradáveis que com certeza fazem com que você se questione sobre como conseguirá seguir em frente e o que fará para melhorar a sua situação atual. Por isso, nós, da Universia Brasil, separamos seis formas de fazer com que você se mantenha motivado e consiga um cotidiano satisfatório e feliz.

1 – Não desanime por qualquer coisa
Por mais que as coisas deem errado algumas vezes, tente não desanimar por qualquer coisa. Filtre os acontecimentos e consiga separar quais realmente merecem a sua preocupação e quais podem ser descartados como um estresse momentâneo. Não desanime por qualquer coisa – ou melhor: não se deixe desanimar por nada.

2 – Descubra quem você é de verdade
Manter-se motivado tem muito a ver com a sua autoestima. A cada vez que você se sentir mal, tente lembrar quais são as suas habilidades, o que você gosta de fazer e o que faz com que você se sinta bem. Enalteça as suas qualidades.

3 – Tenha por perto pessoas que te queiram bem
Fique próximo a amigos que te façam bem, aqueles que ajudam você a resolver seus problemas e não permitem que você desista dos seus objetivos. Afaste-se de pessoas que você sabe que não têm boas intenções e que parecem sugar as suas energias. Tal como o bom humor, o mau humor também é contagioso.

4 – Estabeleça objetivos
Sim, nós bateremos de novo na mesma tecla do “estabelecer objetivos”, mas é porque eles são realmente necessários. Você com certeza já deve ter ouvido falar que para um casal dar certo é necessário que as duas partes tenham sempre um objetivo em comum – se nunca tinha ouvido, agora já sabe. Então, imagine que você a sua motivação estão num relacionamento, e para que ele prospere é necessário que você tenha um objetivo que o mantenha vivo. Pode ser profissional, pessoal, não importa: estabeleça-o e faça o possível para realizá-lo.

5 – Saia da rotina
A rotina é, com toda a certeza, um dos fatores mais desmotivadores de todas as pessoas. Isso porque toda a repetição acaba se tornando chata e cansativa, justamente por já se saber o que está por vir. Tente fazer coisas diferentes de vez em quando, como ir num parque, num museu ou em algum lugar que você gosta e que não vai sempre.


6 – Descubra o que te faz seguir em frente
Existe um ditado que diz que todos nós nascemos com uma missão. Já parou para pensar que pode ser verdade? Tente encontrar qual é a sua. Não precisa ser algo gigantesco e mirabolante, mas sim uma razão, um motivo para acordar todos os dias com a sensação de que o dia valerá a pena e faça você seguir de cabeça erguida.
Gestão Educacional
Vale a pena para microempresários participarem da Black Friday? 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:29 hs.
29/11/2013 - As pequenas e médias empresas representam 20% dos participantes da Black Friday, ação que reúne ofertas em mais de 120 lojas virtuais com até 80% de descontos, nessa sexta-feira (29). A informação é do portal Busca Descontos, organizador da versão brasileira do dia dos descontos na internet.

Para especialistas, mesmo que a companhia tenha uma margem menor ou nenhum lucro nas vendas, vale a pena participar de eventos como a Black Friday.

"É uma boa maneira de as pequenas empresas se tornarem conhecidas e conquistarem mais clientes", diz Alexandre Soncini, especialista em comércio eletrônico e diretor de vendas da VTEX.

Pedro Eugenio, diretor do site organizador do evento na internet, diz que as pequenas empresas têm a mesma chance de se destacar no site oficial do evento do que as grandes companhias.

"Se uma pequena empresa tiver uma oferta muito boa, que está sendo muito clicada, automaticamente ela ganhará mais destaque na página. Nosso termômetro é o consumidor e não o porte da empresa", declara.

Ingresso em ações promocionais deve ser planejado

Para Soncini, apesar de a participação dos pequenos negócios ser positiva, a empresa não pode ingressar na ação por impulso.

Segundo ele, é preciso se preparar para não faltar peças no estoque, manter o sistema do site funcionando mesmo com o aumento de acessos, cumprir o prazo de entrega e, principalmente, oferecer descontos reais na data.


"No site oficial, só publicamos ofertas com preços mais baixos do que os praticados no mercado. Se não tiver um desconto real, não publicamos", afirma Eugenio.

Segundo Eugenio, o site possui filtros que comparam os preços de produtos de uma mesma categoria. Se uma empresa anuncia um item por R$ 1.000, por exemplo, e a concorrente por R$ 800, a página destaca a oferta mais vantajosa e exclui a anterior.

"Assim que ocorre a troca de promoções, a anunciante é avisada e tem a opção de baixar seu preço ou enviar uma oferta de outro produto. Se ela não altera o valor ou não faz a troca por outra promoção, é excluída do site."

As lojas afirmam que darão descontos de até 80%. Em edições anteriores, houve denúncias de "maquiagem de descontos", e o Procon de São Paulo chegou a autuar algumas empresas em 2012. Por isso, neste ano a ação será acompanhada de perto pelo órgão.

De acordo com Eugenio, essas fraudes ocorrem porque algumas empresas divulgam seus produtos também em outros canais, seja no próprio site ou por e-mail, e essas ofertas não passam pelo filtro do site oficial. "A melhor maneira para se prevenir contra falsos descontos é pesquisando preços", diz.

Estrutura de TI e atendimento é fundamental, segundo especialista

O SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) também deve ser reforçado na data, de acordo com o especialista, para a empresa tirar dúvidas e solucionar problemas dos consumidores com agilidade.

"O primeiro passo é avaliar a sua infraestrutura de tecnologia da informação. Na data, é comum que os sites tenham até seis vezes mais acessos do que o normal. Este volume pode fazer a página cair e frustrar o consumidor", afirma.

Soncini diz que a participação em um evento como a Black Friday deve ser planejada com antecedência. "Para garantir uma margem de lucro, ainda que pequena, na data, o ideal é negociar um desconto com os fornecedores antecipadamente", declara.

Dar descontos bons e garantir o funcionamento do site é fundamental, mas o pós-venda não pode ser esquecido, diz Soncini.

"É preciso garantir a qualidade e a entrega do produto. A empresa deve aumentar o número de funcionários para embalar, emitir nota fiscal e despachar o pedido. Se deixar o cliente insatisfeito, além de ter perdido sua margem de lucro na venda, a empresa pode perder valor de imagem se o cliente reclamar nas redes sociais, por exemplo", afirma.

A previsão do portal Busca Descontos é de que as vendas online na data gerem R$ 340 milhões, o que representa um crescimento de mais de 50% em relação à Black Friday de 2012, quando foram vendidos R$ 217 milhões, segundo a ClearSale, empresa de autenticação de vendas no comércio eletrônico.

Loja virtual quer vender nesta sexta o equivalente a 20 dias

A Liquidae, loja online de eletroeletrônicos, participou da edição anterior da Black Friday e, segundo o diretor da empresa, Bruno Loiola, teve bons resultados. "Em apenas quatro horas, vendemos todo nosso estoque e tivemos que sair do site da promoção", declara.

Loiola afirma que, por vender produtos de ponta de estoque, fora de linha ou com defeitos na embalagem, a empresa já oferece descontos de até 30% em dias normais.
Nesta edição da Black Friday, a loja dará até 40% de descontos, diz o empresário. Com as promoções, ele afirma que espera vender, nesta sexta-feira (29), o equivalente a 20 dias.

"Estamos há dois meses negociando com fornecedores para conseguir preços menores e repassar os descontos para o consumidor. Também reduzimos nossa margem para conseguir um preço agressivo para atrair mais clientes", afirma.

Segundo Loiola, a estratégia vale a pena porque os clientes voltam depois para mais compras. "No ano passado, quem comprou voltou. É claro que não depende apenas do desconto, mas da entrega, do atendimento e da qualidade do produto", diz.

A Liquidae espera 70 mil acessos hoje. Em dias normais, a média é de 3.500 acessos.

Empresa se prepara há quatro meses e investe no pós-venda

A MXT Shop participará pela primeira vez do evento. Assim como a Liquidae, a loja online vende eletroeletrônicos que estão fora de linha ou com pequenos defeitos na embalagem, com descontos de até 20% em dias normais. Na Black Friday, os descontos também serão de 40%.

"Estamos nos preparando há quatro meses, comprando mais do que vendendo para ter estoque para a data. Nossa expectativa é vender, pelo menos, R$ 2 milhões, não apenas hoje, mas em todo o fim de semana, à medida que a loja ganhar visibilidade", declara Fabio Henrique Caiel, gerente de e-commerce da MXT Shop.

A loja virtual existe há apenas oito meses, por isso, segundo Caiel, a empresa quer reforçar a marca junto aos clientes, captar novos compradores e formar uma base de clientes cadastrados para oferecer outras ofertas ao longo do ano.

                    Professores

Divórcio entre formação e prática

Pesquisadora da América Latina, Denise Vaillant fala dos desafios da região na formação de professores

O diagnóstico da formação nos países da América Latina foi trazido para o Seminário de Secretários Estaduais de Educação pela coordenadora do Programa de Desenvolvimento Profissional Docente na América Latina e Caribe (Preal), Denise Vaillant. "Há um divórcio duro entre formação dos professores e a prática de sala de aula em toda América Latina", sentenciou a especialista.

Ela apontou que os modelos existentes para formação de professores na América Latina estão falidos, tanto na formação universitária quanto a formação média. "E o centro do problema é o professor, ele é o foco tanto do problema como da solução", diz.

Para um projeto de formação adequado, Denise abordou algumas questões que considera cruciais: 

- A formação não é isolada, ela está articulada com as condições de trabalho e a gestão da docência. "Se critica muitos os docentes, mas há um divórcio generalizado entre quem forma, contrata e quem avalia os professores", criticou. 

- Selecionar bem os professores. "O Brasil, por exemplo, deu um salto enorme em termos de cobertura, mas falta mão de obra qualificada para cobrir essa demanda com qualidade". 

- Levar em consideração o contexto social e cultural. "Muitos professores repetem aquilo que tiveram em seu processo educativo. Os padrões mentais e as experiências prévias são fundamentais para compreender a forma como o professor ensina". 

- Reformar instituições de ensino e currículos e focar na melhoria das habilidades dos formadores de formadores é imprescindível para uma reforma na formação. "É um momento de colocar a casa em ordem na América Latina e esses são passos iniciais". 

Finalizando sua apresentação, Denise resumiu a mensagem em uma frase. "Os sistemas educativos nunca são melhores que os professores que estão nele. Não há receitas prontas, mas ingredientes fundamentais como: contexto de trabalho, formação inicial e continuada, gestão e valorização fazem parte de um sistema educacional que dá certo".

                 Coordenador

A estante do formador

Organize os arquivos para acompanhar melhor o trabalho pedagógico e ajudar a construir a memória da escola

Em nome da ordem, muitos profissionais adoram fazer uma limpeza nos arquivos e jogar fora a papelada que, acreditam, só ocupa espaço e não tem mais utilidade. O coordenador pedagógico, porém, não pode abusar dessa prática. É responsabilidade de quem exerce essa função arquivar atas de reuniões, materiais teóricos, avaliações, planos de aula e outros registros relacionados à prática docente e aos alunos. E não é só guardar por guardar: tudo isso é útil no planejamento da formação dos professores e para preservar a memória da escola. "Esses documentos revelam o passo a passo do desenvolvimento dos estudantes", explica Flávia Melice Vergani, assessora da coordenação pedagógica da Secretaria Municipal da Educação de Caxias do Sul, a 125 quilômetros de Porto Alegre.
ORGANIZE SEUS DOCUMENTOS NO COMPUTADOR
Quer ter no seu computador uma estrutura de pastas como a que você vê abaixo? Faça o download. O arquivo está zipado (compactado). Salve-o no seu computador e faça a descompactação. Para isso, basta clicar duas vezes sobre o arquivo e determinar onde você quer salvar as pastas. Pode ser em qualquer lugar, mas é recomendável um local de que você não se esqueça mais tarde. Por exemplo, o desktop (a tela inicial do computador) ou a pasta Meus Documentos.
Clique nas pastas para ver uma simulação.

Os relatórios dos professores e as anotações, por exemplo, quando bem organizados, servem para identificar eventuais dificuldades dos docentes em sala de aula. É com base neles que o coordenador vai pensar nas pautas do trabalho pedagógico coletivo, buscar referências teóricas para responder às dúvidas, discutir estratégias, propor soluções e garantir que o projeto político pedagógico da escola seja mantido. "Analisando essas pastas, a equipe gestora consegue enxergar tudo o que está sendo feito na escola", diz Dineia Hypolitto, especialista em avaliação pela Universidade de Brasília e professora no curso de Pedagogia da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo (leia nos boxes o exemplo de uma estante completa para o coordenador).
Cada um tem um jeito diferente de organizar os arquivos. Os critérios podem ser cronológicos, temáticos ou relacionados a problemas ou conteúdos específicos, como "Alfabetização", "Sistema Numérico" e "Produção de Texto". Clézio dos Santos, professor do Centro Universitário da Fundação Santo André e formador de professores em Santo André, na Grande São Paulo, explica que existem dois tipos de documento no acervo do coordenador: os primários (textos escritos pelos professores e os livros para consulta) e os secundários (material que traz análises e comentários do coordenador em relação aos registros e às observações feitas em sala de aula). É interessante que os documentos sejam datados (a não ser os de uso contínuo, como os teóricos e as obras de referência) para facilitar a localização.

As anotações do coordenador imprimem nos materiais feitos pelos professores os componentes da análise e da reflexão, essenciais para a melhora da prática profissional. Por exemplo, nos documentos de avaliação de alunos, os comentários ajudam a identificar a dificuldade de alunos ou turmas e a pensar formas de superar as lacunas de aprendizado, como o uso de outras estratégias de ensino.

Formação em serviço 
No Liceu Santista, em Santos, município do litoral paulista, os encontros dos docentes com a equipe pedagógica acontecem regularmente uma vez por semana ou fora do planejado, sempre que for necessário. As falas dos participantes são transcritas pelas estagiárias da escola e as atas assinadas por todos. Os assuntos debatidos aparecem em tópicos e os encaminhamentos necessários são destacados, com grifos ou anotações das coordenadoras, para posterior consulta. "Sempre recorro a esses papéis antes de fazer a pauta da reunião seguinte, o que é essencial para a coerência e a continuidade nos trabalhos", conta Elaine Zipoli Martinez Novaes, uma das coordenadoras pedagógicas da escola.

Esses documentos ajudam, inclusive, a manter a sintonia na atuação das duas educadoras, que trabalham na escola em turnos diferentes. Diariamente, elas anotam tudo o que acontece: as conversas com os pais de alunos, os professores e a direção e até situações ocorridas com os estudantes que fujam da rotina. Nenhuma das profissionais começa a jornada antes de consultar os registros da outra.

Cada turma ganha uma pasta no início do ano letivo. Nelas, os documentos são agrupados por aluno. São fichas de avaliação, relatórios sobre a evolução dos diversos aprendizados, as observações com as características de cada criança e os registros das conversas feitas pelas coordenadoras ou pelo professor com os pais. Até encaminhamentos a psicólogos e outros profisisonais ficam registrados ali. No fim do ano, é possível rever o que foi realizado em sala de aula e o desenvolvimento por turma e por estudante. Esses documentos são arquivados enquanto o aluno permanece na escola. No começo do ano, os professores leem as fichas relacionadas aos aprendizados dos novos alunos. Essa prática ajuda os docentes a conhecer melhor o grupo com o qual vão trabalhar e a fazer um planejamento que considere os aprendizados e as possíveis dificuldades sem deixar de lado os conteúdos previstos para o ano.
Ilustrações: Fábio Dias
Base teórica
Aqui estão o projeto político pedagógico da escola (com os princípios e os valores, o que deve ser ensinado e como), os Parâmetros Curriculares Nacionais, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o currículo da rede (estadual ou municipal, todas as redes, a princípio, devem ter um). Sem consultas constantes a eles, o trabalho corre um grande risco de perder o direcionamento claro e a coerência. Ficam também nessas prateleiras os textos e livros teóricos, que dão as bases para as soluções dos dilemas do dia a dia.

Registros de reuniões Pautas e atas de reuniões dos encontros de trabalho pedagógico, ou mesmo outras reuniões, organizadas por datas, são essenciais para que a formação em serviço tenha continuidade. O foco das pautas deve ser o processo pedagógico. As atas são mais eficientes se mostrarem as estratégias, as dificuldades e os problemas discutidos nos encontros. Anotações de reuniões individuais com os professores também merecem estar em pastas (que tal uma para cada docente?) para facilitar o acompanhamento de toda a equipe.
Uso no planejamento 
Um professor novo entra na escola. O que fazer para familiarizá-lo com a proposta pedagógica e as atividades já realizadas? Abrir os arquivos é um bom começo. E isso também ajudará o novato a dar início ao próprio planejamento. "Nesses documentos, estão os saberes produzidos que circulam na escola. Para que eles sejam compartilhados e bem utilizados, é necessário que estejam organizados", afirma Ana Maria David, da Escola Stance Dual, na capital paulista. Suas pastas - com planos de aula, sequências didáticas e projetos - estão marcadas com o nome da disciplina, o ano e o item da matriz curricular ao qual os conteúdos estão relacionados. Ela mantém arquivos em papel e no computador. Cronogramas e agendas abertas, com os eventos e os compromissos de toda a equipe, completam o arquivo - sempre disponível para a consulta dos professores.

Se organizar o material de uma escola é trabalhoso, imagine de duas. É o que faz Maria Madalena Debastiani, formadora da EMEF Vinte e Um de Abril e da EMEF Assis Brasil, ambas na região rural de Caxias do Sul, a 137 quilômetros de Porto Alegre. Alguns documentos, Maria deixa nas escolas. De outros, como os materiais de estudo e planejamentos, ela tira cópias e carrega de uma para outra. Dessa forma, ela faz o papel de uma agente de intercâmbio: "As unidades têm propostas diferentes, mas estamos sempre trocando informações. Procuro ouvir as necessidades dos professores e sugerir atividades que atendam às necessidades de ensino. Juntos, adaptamos os projetos que deram certo e elegemos sequências didáticas eficientes, muitas vezes com base em experiências testadas e aprovadas na outra unidade".
Ilustrações: Fábio Dias
AvaliaçãoCópias das ferramentas de avaliação usadas pelos professores (portfólios individuais e coletivos, provas e relatórios) e pautas de observação. Aqui cabem CDs e fitas com registro de atividades para a tematização da prática. Tudo isso é usado para definir a pauta de reuniões, refletir sobre os instrumentos de avaliação e planejar a formação de grupos de apoio. Todos os materiais podem - e devem - ter anotações feitas pelo coordenador. 

Planejamento de aulas Todo professor deve ser orientado a planejar as aulas dentro da proposta pedagógica da escola e da rede. Porém cabe ao coordenador apoiar essa tarefa. Uma das maneiras é organizar e disponibilizar o acervo de planos de aula, sequências didáticas e projetos, construído ao longo dos anos não só para consultas mas também para tornar esses documentos objetos de reflexão nas reuniões coletivas. Se um projeto funcionou bem com uma turma, por que não ser retomado por outros docentes em momentos posteriores?

                      Diretor

Como estrear bem no cargo de diretor

Conheça dicas preciosas e leia um breve panorama sobre a seleção e capacitação de diretores escolares para exercer essa função com sucesso

Todo diretor se lembra de seu primeiro dia na função. A estreia pode ter sido na escola onde já trabalhava como professor ou em outra totalmente estranha, mas o frio na barriga é o mesmo. Afinal, tudo é novidade: o papel de líder, a responsabilidade pela aprendizagem e pelo funcionamento da escola e o relacionamento com a comunidade.

Com tantas atribuições, é comum surgirem dúvidas sobre como agir na transição. De acordo com Agnelson Correali, consultor de recursos humanos, "a primeira coisa que um gestor deve fazer é apresentar-se a todos, caso ainda não os conheça, e comunicar que conversará individualmente com os membros da equipe. Assim, o grupo pode conhecê-lo melhor e você saber o que cada um espera de sua gestão".

Nessa conversa, é importante perguntar a funcionários, professores e demais gestores: quais são os desafios atuais? O que gostariam de modificar? Quais sugestões têm para melhorar o próprio trabalho e a escola como um todo? Que projetos tiveram bons resultados? Com isso, é possível ter um panorama sobre a percepção dos profissionais que ali trabalham e uma ideia de como estão as relações entre eles.

Paralelamente, é preciso conhecer a comunidade e as expectativas de pais e alunos. É importante informar às famílias sobre a mudança de direção e apresentar-se a elas, mandando uma carta ou chamando-as para uma primeira reunião - até porque levar em conta o perfil da clientela e o que ela espera da escola é fundamental para rever (ou fazer pela primeira vez) o projeto político-pedagógico da escola.

Esse processo inicial leva tempo - às vezes, semanas, dependendo do tamanho da instituição. Somente ao final dele você estará apto a fazer um planejamento, apresentar propostas para a melhoria do ensino e colocá-las em discussão antes de concretizar um plano de trabalho. "Desse modo, as pessoas olharão para o conjunto de metas como um guia de objetivos compartilhados capazes de legitimar a direção diante do grupo e da comunidade", diz Correali.

Mesmo com esse diagnóstico, haverá desafios a superar. Um cenário comum é que professores e funcionários, por ansiedade ou insegurança, tentem resolver questões particulares logo de cara, dizendo "não quero mais o meu horário" ou "estou cansado de supervisionar o recreio", por exemplo. Diante disso, é bom ter em mente que problemas pessoais, salariais e de sobrecarga de trabalho que preocupam e desanimam sempre existirão. "Se há desestímulo, é importante ouvir, entender as razões e buscar soluções em grupo. Contudo, nenhum diretor pode deixar que o foco - que é a aprendizagem - se desvie. Os demais problemas receberão atenção, cada um a seu tempo", diz Angela Maria Oliveira Mello, coordenadora de cursos de formação para gestores e consultora da Fundação Lemann, em São Paulo. O mesmo vale para a burocracia e os problemas de infraestrutura, que não devem consumir a agenda do novo líder.

Um grande parceiro nessa etapa pode ser o ex-diretor, se ele topar compartilhar sua experiência e apontar os problemas mais urgentes. Porém não é raro que a equipe anterior esteja ausente ou fechada ao diálogo. Nesse caso, para não ficar perdido, é preciso pedir ajuda constante aos docentes e aos demais funcionários. A Secretaria de Educação também deve oferecer auxílio, mas até mesmo os gestores mais tarimbados dizem que esse apoio ainda é insuficiente. Essa foi uma das conclusões da pesquisa Práticas de Seleção e Capacitação de Diretores Escolares, feita pela Fundação Victor Civita.

Na próxima página, leia um breve panorama sobre o trabalho do diretor escolar e veja um quadro com dicas para se sentir mais seguro nos primeiros dias. Você também pode ler osdepoimentos de gestores contando como estrearam na função. E seja bem-vindo à liderança!

Um panorama sobre a direção
A relação entre a escola e a Secretaria de Educação interfere diretamente na qualidade do trabalho do diretor escolar. É o que mostra o estudo Práticas de Seleção e Capacitação de Diretores Escolares, encomendado pela área de Estudos e Pesquisas da Fundação Victor Civita (FVC) e coordenado por Heloísa Lück, diretora educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), em Curitiba, com patrocínio de Itaú BBA, Instituto Unibanco, Fundação Itaú Social e Fundação SM e apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Realizado entre maio e novembro de 2010, o estudo teve a colaboração de Secretarias de Educação de 24 estados e 11 municípios.
A seguir, as principais conclusões:
  • A eleição - realizada de forma exclusiva ou combinada com outras modalidades, como indicação, entrevista e provas - é a prática mais comum de seleção para o cargo de diretor, adotada por 62% das Secretarias estaduais e 82% das municipais. Porém não tem atingido seu objetivo, que é um maior envolvimento da comunidade na gestão e em ações de melhoria à escola. Isso porque ela repete os vícios cometidos pela sociedade nas eleições político-partidárias do país.
  • Há pouco interesse dos professores em assumir a função - média de um ou nenhum candidato ao cargo - devido ao aumento das responsabilidades, ao baixo retorno pessoal e profissional e à falta de apoio das Secretarias de Educação.
  • Apesar de a formação continuada de diretores ser importante para o bom exercício da gestão e oferecida pela maioria das Secretarias estaduais (95%) e municipais (73%), os diretores reclamam que o conteúdo abordado nesses cursos tem pouca relação com as demandas do cargo.
Dicas Gerais
Certos cuidados ajudam todo novo diretor a se aproximar da equipe e da comunidade:
- Lembre-se de que é preciso tempo para transformar uma cultura institucional.
- Não apresente projetos prontos: discuta-os antes com a equipe e ouça sugestões.
- Valorize os pontos positivos da gestão anterior.
- Aceite críticas e opiniões contrárias às suas sem levar para o lado pessoal.
- Aproxime-se de quem está com dúvidas ou se mostra resistente e mostre que há espaço para o debate e a colaboração de todos.
- Tenha justificativas concretas sobre decisões que objetivam melhorar as condições de ensino.
- Abra a sala da direção à comunidade escolar para receber as famílias e os membros da equipe.
- Deixe-se conhecer pelos colegas.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tecnologia Educacional
Site gratuito oferece curtas e planos de aula 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 00:28 hs.
28/11/2013 - Na semana passada, o YouTube Edu entrou no ar reunindo cerca de 8 mil videoaulas de professores brasileiros com conteúdos voltados ao ensino médio. Mas nem só de videoaulas vivem as plataformas que usam o recurso do audiovisual como meio de ensinar. O Curta na Escola, criado em 2006, é um portal onde, além de assistir gratuitamente aos mais de 350 curtas – como o documentário Brasil (2012), com Caetano Veloso e Gilberto Gil –, os professores recebem indicações pedagógicas de como aplicar esses conteúdos em sala de aula.

“A linguagem do audiovisual trabalha com vários sentidos, além do auditivo e visual, pois propicia que o aluno imagine e compreenda contextos diversos. Na plataforma são selecionados vídeos que podem auxiliar o professor no desenvolvimento de habilidades diversas com os alunos, não somente em áreas específicas do currículo como também de leitura crítica de mídia e até mesmo produção”, afirma Mary Grace, uma das coordenadoras do projeto.

Projeto Curta na Escola tem mais de 350 curtas-metragens disponíveis com sugestões de aplicação em sala de aula

Ao acessar a plataforma e se cadastrar, o professor tem acesso ao acervo pedagógico. Nele, os curtas estão divididos da seguinte maneira: gênero, nível de ensino – que vai desde educação infantil até ensino superior –, faixa etária, disciplinas e temas transversais que podem ser discutidos junto desse conteúdo, como cidadania, ética, psicologia, meio ambiente, saúde e família.

Todos eles podem ser assistidos on-line, tanto do computador quanto de um smartphone.

“Queremos que os vídeos sejam utilizados a partir dos temas que o professor está abordando, sempre com uma intencionalidade pedagógica, jamais o vídeo pelo vídeo. A ideia é sempre complementar com outras atividades do currículo”, explica Grace. Por isso, ao escolher qualquer um dos filmes, o educador tem acesso a planos de aula, sugestões de uso e comentários de outros professores que já usaram o material em sala de aula.

No documentário A Invenção da Infância (2000), por exemplo, existem três planos de aula. No primeiro deles, chamado de O Conceito Moderno de Infância, as sugestões indicam que ele seja usado na disciplina de história para ensino médio e superior e para formação de educadores.

“A diversidade de curtas que existe no portal, inicialmente não pensados para fins didáticos, contribui para que as aulas sejam significativas e apóiem muito bem a aprendizagem dos alunos”Além disso, o plano também indica um roteiro para sua aplicação, começando pelo levantamento da discussão sobre o que é ser criança, passando pela apresentação do contexto do nascimento na sociedade moderna, até os objetivos a serem conquistados com a atividade, que podem ser tanto o conhecimento das influências socioeconômicas na vida das crianças como a reflexão sobre os valores e hábitos de consumo. “A diversidade de curtas que existe no portal, inicialmente não pensados para fins didáticos, contribui para que as aulas sejam significativas e apóiem muito bem a aprendizagem dos alunos”, afirma a coordenadora.

É nesse mesmo espaço onde são apresentadas as informações desenvolvidas pela equipe de pedagogos da plataforma que os professores deixam seus depoimentos.

Sobre o documentário supracitado, por exemplo, cinco professores explicam como ele foi utilizado e o mais curioso é que as idades variam de 10 a alunos de mais de 18 anos e as disciplinas trabalhadas vão de língua portuguesa para o ensino fundamental 2 até pedagogia, para uma turma de educadores em formação.

E se o trabalho do professor deu certo e a escola quiser adotar o conteúdo da plataforma em toda a instituição, é possível fazer um cadastro – também gratuito – que permite receber as coleções Curta Na Escola em um kit com planos impressos e de DVDs, que são seleções de curtas-metragens acompanhadas dos planos de aula, de acordo com a disciplina.

As três coleções já desenvolvidas até agora – sendo duas de conteúdo multidisciplinar e uma para literatura brasileira – já foram entregues para mais de 3.000 escolas em todo o Brasil, com o patrocínio da Petrobras.
Tecnologia Educacional
Encontro na USP discute uso de games no aprendizado 
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28/11/2013 - Mesmo com a popularização cada vez maior dos games, até mesmo os mais pedagógicos, ainda existe uma série de pais e educadores que se mostram céticos quanto a utilização do jogo digital como ferramenta educacional. Para esclarecer ainda mais as possibilidades do uso de games e os seus impactos não só no contexto escolar, mas na sociedade como um todo, a USP (Universidade de São Paulo) vai sediar, nos dias 28, 29 e 30 de novembro, a terceira edição do Festival Games for Change América Latina. O encontro, organizado pelo grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento da USP, prevê uma série de palestras, oficinas para empreendedores e programadores, além de apresentações de jogos com impacto no ensino.

Para os interessados em participar, as inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas diretamente no site oficial do encontro ou durante os dias do evento. O custo é de R$ 350, independentemente do dia em que for feito a inscrição. Além dos ingressos, o participante ainda ganha o acesso a um livro digital, licenças de games, possibilidade de participar por um ano da comunidade virtual Games for Change e, posteriormente, o DVD com as palestras gravadas do encontro. Para quem não puder frequentar o encontro pessoalmente, haverá transmissão gratuita via streaming, durante todos os dias do debate.

Tendo como umas de suas bandeiras de fundação a pesquisa, valorização e promoção da relação entre jogos, aprendizagem e transformação social, o festival Games for Change (Jogos pela mudança, em inglês) vai colocar estudos teóricos e experiências práticas em contato direto com os participantes. A ideia é apresentar perspectivas sobre o tema além de apresentar jogos que conseguem promover a convergência entre ludicidade, educação, tecnologia e sustentabilidade. Além da América Latina, a rede global de ativistas do Games for Change também tem atuação em outros continentes, como América do Norte, Ásia e Oceania.

“Games são objetos complexos, interdisciplinares e transmidiáticos. Seu impacto tem sido crescente, especialmente em áreas tidas como alheias ao entretenimento como educação. O Festival é uma referência única na América Latina para quem está atento à gamificação. Vamos apresentar e debater tendências, mas também oferecer oficinas de game design e lançar produtos de como Ludwig, um game patrocinado pelo Ministério da Educação da Áustria”, afirma, em nota, o organizador do evento Gilson Schwartz, professor do Departamento de Cinema da USP e líder do grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento.

Para dar conta dos seus objetivos, a pauta do encontro foi dividida em três “trilhas”: Impacto, Aprendizagem e Inovação. Além das palestras, o público do encontro ainda poderá participar de sessões de teste de games com o Conflitos Globais – jogo de 2010, voltado ao ensino de geografia e história. Durante o encontro, realizado na (ECA) Escola de Comunicações e Artes e no Centro de Práticas Esportivas da USP, haverá ainda uma maratona onde programadores serão desafiados, durante três dias, a produzir jogos sociais relacionados com o universo da USP e da sociedade.
Ensino Superior
Os avanços do Plano Nacional de Educação 
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28/11/2013 - Posicionamento do movimento Todos Pela Educação em relação à votação urgente do PNE. Já são 1061 dias sem um plano nacional!

Os avanços do Plano Nacional de Educação

Em sua tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) teve ao longo dos últimos anos ampla participação de diferentes setores e de especialistas das mais diversas áreas. O resultado desse processo, ainda que excessivamente longo, foi um texto mais adequado aos desafios da Educação brasileira.

Trata-se de um plano importante para a próxima década da Educação e, portanto, para o futuro do país. Não podemos entrar em 2014 sem o PNE aprovado.

Ao longo da tramitação tivemos retrocessos preocupantes. Entretanto, é importante nesse momento, em que se aproxima a votação no Senado, não perdermos os avanços, como os contemplados no último texto apresentado pelo relator do PL na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), alguns dos quais destacamos abaixo.

Definição de uma Base Nacional Comum

Um currículo nacional permite a execução eficiente, transparente e justa das políticas públicas na área da educação. É urgente que, democraticamente, seja debatido e definido uma base nacional comum, que oriente as políticas educacionais, o trabalho de milhões de profissionais, o engajamento das famílias e a participação de toda a sociedade em torno do direito de aprender de todas as crianças e jovens.

Nesse sentido, o texto da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado traz grandes avanços em relação aos anteriores.

Na Meta 2, as duas primeiras estratégias são relativas à definição e implantação de uma base nacional comum, reconhecendo que ela é a base para o desenvolvimento das demais estratégias. Vale ressaltar que a estratégia 2.2. é muito mais enfática ao falar em “implantaçãodos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do ensino fundamental” do que o texto anterior que previa que o MEC deveria apenas encaminhar ao Conselho Nacional de Educação“proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os alunos do ensino fundamental”.

Nas Metas 3 e 7 também foram enfatizadas estratégias referentes à proposta e implantação da base nacional comum para cada ano do ensino fundamental e médio.

Ainda nesse mesmo tema, na Meta 15, que trata da formação dos professores, foi inserida na estratégia 15.6 referente à reforma curricular dos cursos de licenciatura, a “articulação com a base nacional comum dos currículos da educação básica”. Ora, se os professores precisam estar formados para garantir as aprendizagens dos alunos, a formação desses professores deve ter como fundamento o currículo dos alunos, uma base concreta onde se apoia a docência dentro da sala de aula.

Matemática

Diante do baixíssimo aprendizado em matemática no Brasil, foi incluída a estratégia específica para enfrentarmos essa preocupante realidade: “fomentar a qualidade do ensino de Matemática na educação básica, em especial nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio”.

Como referência, no 5º ano do Ensino Fundamental, 36% dos alunos aprenderam o adequado em matemática, caindo para 17% no 9º ano e chegando a 10% ao final do Ensino Médio. Nesta última etapa, estamos estagnados no mesmo patamar de baixa aprendizagem há mais de uma década.

Participação das famílias e da sociedade

Foi corretamente inserida a estratégia 2.9 para promover a participação das famílias “no acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias”. Não há país com educação de alta qualidade sem que isso seja uma demanda da sociedade, com a participação de todos, cada um fazendo a sua parte. Há farta comprovação de que as famílias podem ser vetores importantes para a melhoria da qualidade da educação.

Esportes

A prática esportiva é fundamental para o desenvolvimento de habilidades não cognitivas com alto impacto na aprendizagem dos alunos, a educação integral, a integração das escolas com as famílias e a comunidade e para o desenvolvimento de uma cultura esportiva entre os alunos brasileiros.

Assim, é positiva a inserção da estratégia 2.13 de promoção de “atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas nas escolas”.

Educação integral

Outro caminho já consagrado pelas pesquisas educacionais para garantirmos a aprendizagem de todos, principalmente dos alunos mais pobres, é a educação integral. A alteração do termo “Educação em tempo integral” para “Educação integral” na Meta 6 foi um avanço no entendimento, uma vez que sabemos que não basta ampliar o tempo que os alunos passam na escola, mas sim ampliar sua formação por meio de aulas e atividades que promovam um desenvolvimento mais abrangente e contemporâneo.

Redução da desigualdade educacional

Um dos principais desafios da educação brasileira é reduzir o enorme fosso que existe entre os resultados educacionais entre regiões do país. Os municípios, estados e população mais pobres, em geral, têm resultados piores. Essas desigualdades começam desde cedo, já na alfabetização. Precisamos dar mais para quem tem menos para que possam superar sua condição de vulnerabilidade por meio da Educação. Portanto, é muito bem-vinda a estratégia que garante maior apoio aos municípios com resultados educacionais piores (7.9): “identificar, a cada dois anos, os 250 municípios que apresentem indicadores educacionais e socioeconômicos em maior desvantagem comparativa, para concentrar ações de apoio técnico e financeiro da União e de cooperação com a sociedade civil”.

Uso das avaliações educacionais para a melhoria das práticas pedagógicas
Também foi um importante avanço que o texto atual do PNE reconhecesse a necessidade do uso dos resultados educacionais para orientar as práticas pedagógicas. O Brasil tem um dos maiores sistemas de avaliação da Educação do mundo. Os abundantes dados educacionais das provas de larga escala, dos censos escolares e das Pnads, deveriam ser de fato insumos para a gestão das secretarias de Educação, mas também para as escolas e professores, conforme colocado na estratégia 7.10: ”aprimorar continuamente os instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental e médio,..., e apoiar o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas e redes de ensino para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas.”

Gestão

Por fim, na nova redação da Meta 20, a falsa dicotomia entre gestão e financiamento é substituída por uma ideia mais equilibrada e moderna, a de que além da ampliação dos recursos, precisamos de “mecanismos de gestão e critérios de repartição que visem a combater a ineficiência e as desigualdades educacionais”.

Esperamos que nesta quarta-feira o Senado Federal esteja ao lado da sociedade na defesa de um Plano Nacional de Educação que efetivamente impulsione a qualidade da Educação brasileira.
Gestão Educacional
Jorge Paulo Lemann dá sete dicas para ser bem-sucedido 
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28/11/2013 - SÃO PAULO – A falta de experiência e a concorrência com os profissionais influenciam no desempenho dos jovens no mercado de trabalho. Muitos não sabem como mostrar suas habilidades e os seus talentos. Em videoconferência realizada pelo site na Prática, da Fundação Estudar, Jorge Paulo Lemann, maior bilionários do país, dono de empresas como AB Inbev e Burger King, ensinou algumas lições a esses jovens de como se tornar um talento e como alcançar o sucesso. Confira:

1- Faça a diferença
Segundo o investidor, ele procura pessoas que já fizeram alguma coisa na vida mesmo que ainda seja muito jovem. Ou seja, busque fazer atividades e projetos que melhorem o seu currículo e a sua experiência profissional.

2- Brilho do olho
“Nós gostamos de pessoas com brilho no olho, que querem fazer alguma coisa e querem ser bem-sucedidos”, afirma Lemann. A iniciativa e ambição de crescer profissionalmente são valorizadas dentro das companhias.

3- Resultados
“Tem gente que fala muito, fala bonito, mas não faz nada”, diz Lemann. Ou seja, entregar resultados e atingir as metas da empresa é importante para se destacar no ambiente de trabalho.

4- Grupo
Assim como na maioria das empresas, as companhias de Lemann valorizam as pessoas que sabem trabalhar em grupo e aceita diferentes opiniões. “Aquele gênio solitário pode ser um gênio, mas não funciona bem dentro da nossa cultura de empresas.”

5- Ética
“As pessoas podem ser diferentes, vir de origens diferentes e ter maneiras diferentes de fazer as coisas, mas tem que ser ético. Se não é ético não dá para trabalhar”, explica o investidor.

6- Encontre sua vocação
“Eu acho que a única maneira de se encontrar é fazendo, testando. Mas também não pode passar o resto da vida testando, porque você acaba chegando a nenhum lugar”, diz Lemann. A dica é fazer estágios e trabalhar em diversos setores para abrir os horizontes de novas oportunidades. Vale também investir na leitura e pesquisa sobre as áreas de interesse.

7- Intercâmbio
Apesar de não considerar essencial, Lemann, que estudou em Harvard, acredita que estudar em outros países é importante para a pessoa conhecer novas culturas e abrir os olhos e a mente.
Gestão Educacional
Como se tornar líder na era digital 
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28/11/2013 - A cada vez mais rápida transição do analógico para o digital afeta não apenas os profissionais dentro das organizações como as próprias empresas, que estão se transformando e evoluindo de forma diferente. A Korn/Ferry, empresa de gestão de talentos, identifica os diferentes perfis das empresas e profissionais que passam por essa adaptação da era digital. Com base em uma pesquisa de competências e características de liderança apresentada no IT Business Forum, a empresa identificou perfis de sucesso para o mundo digital, sendo eles o nativo digital e o imigrante digital.

O primeiro perfil, do nativo digital, é mais flexível, com valores técnicos, nasceu, cresceu e se desenvolveu no mundo digital e não conhece outro mundo, enquanto o imigrante está acostumado com o analógico, mas quer conhecer o mundo digital. “Os nativos digitais têm a tecnologia intrínseca a vida, adquirem e desenvolvem talentos digitais de forma tranquila”, explica Guilherme Maciel, principal da Korn/Ferry. Para esses profissionais, a motivação financeira é diferente, e as competências de liderança mais desafiadoras são liderar colaboradores de outras gerações, evoluir a cultura corporativa em um ambiente onde pessoal e profissional são mais divididos e liderar organizações durante diferentes estágios.

Já para o imigrante digital, o negócio pode ser facilmente entendido em um contexto global. “Para este profissional, as iniciativas digitais levam à transformação dos negócios. Ele é um agente de mudança”, destaca Jairo Okret, senior client partner da empresa. O imigrante digital vem do passado mas visa promover um futuro diferente. Trabalha com uma dose de ambiguidade, ritmos e pessoas diferentes, se sente confortável com diferentes projetos, sejam grandes ou pequenas iniciativas. Contudo, não tem a mesma facilidade em atrair desenvolver e reter talentos digitais ou em se adaptar à cultura de inovação, já que passa por contradições internas – quer promover digital e a mudança, mas estranha o mesmo. Conservador, não tem o mesmo apetite de risco do nativo digital.

Além dos diferentes profissionais identificados, há empresas que nasceram digitais e empresas se transformando – e o mais interessante é que os diferentes profissionais se dividem categorias. Os desafios das empresas nascidas digitais consistem em manter o gerenciamento de informações, lidar com o big data, controlar inteligencia de mercado e saber investir. “Empresas digitais requerem investimentos constantes e isso normalmente é uma característica dominada pelos imigrantes digitais”, destaca Maciel. Retenção de clientes é outro desafio. “A empresa nasce atrasada, e o cliente não tem tanto compromisso”.

Por outro lado, empresas que estão se tornando digitais devem se preparar para a disrupção, ou a quebra de paradigma, além de lidar com conhecimentos desnivelados e diversos graus de adaptação ao mundo digital. “Empresas no mundo pré-digital se acostumaram com desuniformidade da informação e, hoje, o cliente tem mais informação que a empresa”, diz Okret. “Clientes conectados com informação na mão tem maior poder de compra”. Gerenciar os diversos canais de marketing também é fundamental para o desenvolvimento da empresa.

“A empresa que não conseguir se transformar em empresa digital vai desaparecer, e não basta produzir conteúdo ou dados. Tem que ter todos os processos adaptados para a era digital”, ressalta Okret.

Na hora de definir qual profissional é o ideal para qual empresa, não há um consenso. “Nativo e imigrante são competências colaborativas e devem ser somadas. Não há como definir qual dos dois perfis é o mais apto a dirigir uma empresa que está se transformando”, diz Guilherme Maciel. “O número de nativos digitais está crescendo”, completa Jairo. “Nativos digitais de hoje podem ser imigrantes de amanhÔ.

Competências e características de liderança

Outra pesquisa realizada pela empresa com mais de 100 CIOs aponta para sete competências chamadas críticas para o sucesso de líderes digitais.

•Criar o novo e o diferente – estar sempre em busca de inovação

•Entender o negócio – quais são as coisas que preciso fazer melhor no meu negócio e como transformá-lo.

•Tomar decisões complexas – com o volume de dados mais complexo, os riscos são maiores e tempo é menor; como tomar decisões?

•Avaliar e movimentar pessoas de forma criteriosa – como reter pessoas, completar posições na empresa e assegurar que pessoas se desenvolvam na direção correta?

•Concentrar em ações e resultados – monetizar a base de clientes

•Comunicar com eficiência

•Demonstrar flexibilidade pessoal – estar abeto ao aprimoramento contínuo

Maciel aponta ainda que, das sete competências, há gaps em na hora de identificar profissionais dispostos a criar o novo e diferente, a tomar decisões complexas, demonstrar flexibilidade pessoal e habilidade em relacionamento. “Os CIOs questionam real interesse dos vendedores”, explica.

                  Ensino Médio

Humor a qualquer custo: preconceito ainda tem graça?

Diante das polêmicas causadas por humoristas, faça a turma refletir sobre a existência de limites à liberdade de expressão

Plano de aula sobre os limites entre humor e liberdade de expressão.Ilustração: Vilmar Oliveira
Objetivos
- Compreender os conceitos de liberdade de expressão e censura
- Analisar criticamente o uso das liberdades
- Discutir a tensão entre diferentes direitos e seus limites

Conteúdos
- Liberdades democráticas
- Direitos e deveres na democracia

Anos
Ensino Médio

Tempo estimado
Três aulas

Materiais necessários
- Projetor e computador com conexão com internet.
- Documentário O riso dos outros (Pedro Arante, 51 minutos, disponível online) 
- Cópias para os alunos da reportagem "Juíza manda Band tirar vídeo de Danilo Gentili do ar", disponível no site de VEJA

Introdução
Diversos casos nos últimos anos evidenciaram os conflitos entre a liberdade de expressão e a proteção de direitos de grupos ou indivíduos. Mensagens transmitidas em livros, filmes, programas de TV, publicações na internet e até piadas de humoristas fizeram com que negros, homossexuais, mulheres e outras minorias se sentissem ofendidos.

Os esquetes de humor, em especial, jogam luz sobre os limites entre a liberdade de expressão e o respeito aos direitos: será que espetáculos cômicos devem se levar a sério e respeitar as pessoas ou as situações de que tratam? Ou a piada é, por princípio, ofensiva, e não pode ser controlada, ao custo de perder a graça? Essas questões começam a surgir, particularmente, quando os alvos de humoristas são indivíduos ou grupos historicamente perseguidos ou humilhados. Nesses casos, o humor tende a colidir com o chamado "politicamente correto", que defende uma maior preocupação com as expressões ofensivas e que tendem a perpetuar discursos discriminadores.

Ocorrências desse tipo naturalmente atraem a atenção dos alunos e, por isso, constituem um campo bastante fértil para discutir em sala de aula temas tão importantes quanto abstratos - como as liberdades e os direitos na democracia. 

É possível definir os limites aos direitos em uma democracia? Quais devem ser os mecanismos adotados para proteger esses direitos e deveres? A proibição de piadas ofensivas é ou não censura? Proibir a piada é a melhor forma de proteger o ofendido? Há outra forma de proteger tanto a liberdade dos humoristas quanto o respeito dos ofendidos? Os alunos podem ser convidados a discutir essas questões, consultar fontes informativas e contrapô-las com seus próprios pontos de vista.

Desenvolvimento
1ª etapa
Pergunte à turma se eles conhecem humoristas como Danilo Gentili e Rafinha Bastos e as polêmicas em que estão envolvidos. Diga que, nas próximas aulas, vocês discutirão justamente esses casos.

Distribua cópias da reportagem "Juíza manda Band tirar vídeo de Danilo Gentili do ar", disponível no site de VEJA e leia-a em voz alta com a turma. Discuta com os alunos a piada de Gentili e a resposta de quem se sentiu ofendida por ser seu alvo: por que a piada ofende? A indenização é justa? É um caso de censura? Por que esse caso virou foco de atenção nacional?

2ª etapa
Dê continuidade à discussão apresentando o documentário "O Riso dos Outros", disponível online. O filme discute a relação entre humor, preconceitos e estereótipos. Como o documentário trata do polêmico tema da liberdade de expressão do humorista, algumas passagens são fortes e podem não ser adequadas ao ambiente escolar. Por isso, assista Ao vídeo antes e selecione os trechos que serão exibidos. Caso opte por passar o filme completo, alerte a turma antes da exibição sobre a presença de uma linguagem forte e, ao final, discuta os contextos em que os termos foram utilizados e os efeitos de sentido causados por seu uso.

3ª Etapa
A partir da leitura do texto e da exibição do filme, construa coletivamente com os alunos uma tabela conceitual, apresentando definições para os termos "censura", "liberdade de expressão" e "politicamente correto". Peça que eles digam quais as definições que imaginam para esses conceitos e acrescente informações mais aprofundadas (veja o quadro abaixo). Evidencie para os alunos que esses são conceitos polêmicos, e justamente por isso podem ter sentidos conflitantes.

Um pouco de teoria: definições de liberdade de expressão, censura e politicamente correto
Liberdade de expressão
Direito garantido na Constituição de que qualquer indivíduo possa expressar suas ideias sem censura ou autorização prévia. Ainda assim, como todo direito, encontra limites em outros direitos, como, por exemplo, direito de privacidade e respeito à imagem. As piadas de Gentili (na reportagem) e de Rafinha Bastos (no documentário) mostram os limites entre a liberdade de expressão e a proteção da imagem de pessoas ou grupos que se sentiram ofendidos pelos seus comentários e exigiram indenizações ou a proibição desses comentários.

Censura
Proibição (prévia ou posterior) de que uma determinada forma de expressão seja difundida publicamente. É vetada pela Constituição brasileira de 1988. Os alunos podem discutir se a retirada dos vídeos do programa *Agora É Tarde de Gentili da internet é ou não um ator de censura: como lidar com um caso como esse respeitando tanto a liberdade de expressão quanto os direitos dos que se sentiram ofendidos?

Politicamente correto
Nas últimas décadas, movimentos sociais têm exigido maior respeito na utilização de certos temas ou representações de grupos minoritários ou que historicamente foram discriminados. A ideia é adotar linguagem e imagens adequadas para o respeito de todos - em outras palavras, "politicamente corretas". Envolve desde a adoção de termos que não sejam ofensivos (como "afrodescendentes", para evitar antigos termos ofensivos) e a proposta de controle de expressões consideradas ofensivas que ainda circulem.
4ª etapa
Proponha um debate sobre os limites entre liberdade de expressão e o respeito. Peça que os alunos reflitam em casa sobre um dos pontos enumerados abaixo e organizem, em forma de tópicos, seus pontos de vista principais sobre ele. Na aula seguinte, eles deverão apresenta-lo aos colegas.

Temas propostos para debate:
- Os humoristas tem uma licença maior para crítica do que quem fala "seriamente"? Ou eles também podem ser criticados pelos seus excessos, assim como criticam os outros?

- O preconceito é manifestado por quem ri ou por quem conta a piada?

- Se os humoristas deixarem de tratar de temas ofensivos, esses problemas deixam de existir? Ignorar o problema só o torna pior? Os humoristas devem ser responsáveis por reforçar o preconceito?

Na aula seguinte, peça que os alunos apresentem seus pontos de vista para os colegas. Para isso, dê um minuto para cada jovem. Após todos apresentarem, peça que eles façam questões, críticas ou apontamentos uns para os outros - se necessário, o professor pode incentivar o diálogo com algumas perguntas iniciais para alguns alunos, evidenciando como os pontos de vista podem divergir sobre certas abordagens.

5ª etapa
Proponha que os alunos escrevam uma carta ao humorista Danilo Gentili pontuando sua opinião sobre o acontecimento e, no decorrer do texto, respondendo a uma das perguntas enumeradas na aula anterior. Na composição de sua carta, eles devem considerar as opiniões expostas pelos colegas.

Caso a turma não possua familiaridade com o gênero, apresente alguns exemplos e discuta as suas principais características. Faça uma primeira leitura e aponte pontos que podem ser melhorados. Deixe que eles reescrevam e solicite que entreguem na aula seguinte a redação e os tópicos usados no debate.

Avaliação
Avalie as redações e as discussões em sala de aula. Leve em consideração os avanços nas opiniões expressas nas primeiras aulas, nas listadas pelos tópicos e nas expressas na carta, enriquecidas gradualmente a cada atividade. Mostre para os alunos como eles podem melhorar seus textos ao compartilhar seus pontos de vista e introduzir novas ideias e fortalecer seus pontos de vista a partir das críticas dos colegas.