sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

                  Professores

Um projeto para ensinar cálculo mental

Em quatro meses, o coordenador vai ajudar os professores a dominar a didática do cálculo mental

No início de 2007, os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental da EE Victor Civita, em Guarulhos, na Grande São Paulo, tinham dificuldades em Matemática: 20% deles não compreendiam as noções estipuladas como elementares para cada ano letivo. Para superar o problema, os professores receberam formação durante dois anos do programa Matemática É D+, desenvolvido pela Fundação Victor Civita. "Nos encontros quinzenais, todos os 14 professores tinham a chance de participar e aprender juntos", lembra Elisete Luttzolff, professora coordenadora da escola.
Segundo Priscila Monteiro, formadora que coordenou o programa, muitos docentes se esquecem de um passo importante no dia-a-dia do trabalho e mostram às turmas como fazer contas sem antes explorar os caminhos do raciocínio matemático - provavelmente porque essa é a maneira como eles próprios aprenderam tanto na escola como na faculdade: "Os cálculos simples geralmente não são trabalhados em sala de aula e a ênfase é dada à conta armada, considerada uma das maneira mais rápida e eficiente de resolver problemas." Porém, ao ter contato com fórmulas, o aluno começa a usá-las sem compreender o que está por trás do resultado. Ao iniciar a formação, o primeiro grande desafio de Priscila e Elisete foi mostrar que o pensamento matemático pode ser ensinado às crianças desde os primeiros anos de escolaridade e que a melhor maneira de introduzi-lo é pelo cálculo mental (leia a íntegra do projeto de formação).

Repertório ampliadoEsse conteúdo só foi validado como estratégia escolar para a resolução de contas em meados dos anos 1960. Por seu caráter aparentemente pouco científico, nunca foi bem recebido pelos adeptos da maneira tradicional de ensinar, apesar de essa ser a maneira mais utilizada por todas as pessoas para resolver problemas matemáticos do cotidiano quando não têm lápis, papel ou calculadora à mão. É assim que se faz no momento de estimar quanto vai ser o gasto no supermercado ou quanto se vai receber de troco numa compra paga com dinheiro.
Priscila mostrou aos professores que fazer cálculo mental não é sinônimo de "chute" nem de soluções inexatas. "Esse trabalho tem como propósito fazer com que os alunos disponham de variados recursos e aprendam a selecionar a modalidade de resolução que lhes pareça mais adequada para cada caso (cálculo mental, algoritmo, calculadora) e os meios de controle sobre os recursos utilizados." Para bem utilizá-lo, as crianças precisam dispor de um repertório memorizado de resultados de diversas operações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário