segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Professores

E-mail: uma ferramenta a serviço da formação dos professores

Estabelecer um diálogo virtual com a equipe complementa a discussão das reuniões pedagógicas

Foi-se o tempo em que o e-mail era usado entre gestores e professores somente para a troca de avisos gerais, convocações e informações burocráticas. Hoje, muitas equipes descobriram que o correio eletrônico é uma ferramenta para o aperfeiçoamento da prática pedagógica. A lógica é bastante simples: antes dos encontros de formação, os docentes partilham dúvidas e experiências com o coordenador pedagógico, que, por sua vez, indica materiais bibliográficos e faz comentários e sugestões. Assim, o professor ganha bagagem extra para começar a pensar sobre sua prática e chegar à reunião pedagógica mais preparado. O coordenador pedagógico, por sua vez, adquire subsídios para planejar a formação, ancorando-se nas necessidades de sua equipe, e forma um acervo de qualidade, com experiências de sucesso que poderão ser compartilhadas com os pares.

É certo que esse trânsito prévio de informações pode - e deve - acontecer presencialmente. Porém o uso do e-mail tem uma vantagem: é mais rápido e viabiliza diálogos que poderiam ter de esperar muito para acontecer. Por exemplo, o do coordenador com os professores que não vão à escola todos os dias e o que deve se dar entre grupos que atuam em turnos distintos e dificilmente se encontram ao longo da semana. Quando o coordenador pedagógico se ausenta para receber formação própria, ele pode continuar orientando a equipe. Trocar e-mails com propósitos formativos tem certo paralelo, portanto, com o ensino a distância: a interação presencial jamais será descartada, mas é bastante facilitada pela vivência online (leia o infográfico abaixo). Confira ao longo desta reportagem histórias de gestores que usam mensagens eletrônicas no dia a dia.

O troca-troca virtualEntenda como a internet agiliza o contato entre os educadores da rede
Entenda como a internet agiliza o contato entre os educadores da rede. Ilustração: Renata Borges
Conectar turnos diferentes e promover a troca de saberes

"O e-mail tem sido meu principal instrumento de trabalho", afirma Fabio Toro, coordenador pedagógico da segunda etapa do Ensino Fundamental da EMEF Elvira Paolilo Braido, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. A unidade funciona em período integral e ele usa a internet para se comunicar diariamente com docentes dos dois turnos no qual atua - manhã e tarde. "Divulgo os cursos de formação promovidos pela rede e envio o planejamento das reuniões e as soluções para dúvidas pontuais e coletivas. Exemplo: geralmente, um professor novo demanda um acompanhamento mais específico que muitas vezes não consigo dar nos encontros gerais. Então, entre as reuniões coletivas, faço a observação de sala de aula e mando somente a ele meus comentários, sugerindo intervenções. Assim vamos aperfeiçoando o trabalho com as turmas", conta Toro.

A equipe aprova a iniciativa: "No ano passado, desenvolvemos um projeto multidisciplinar envolvendo os gestores e os professores de Matemática, Língua Portuguesa, Inglês e Italiano com o objetivo de ajudar os alunos a criar um blog. Para dar conta de um trabalho tão abrangente e ousado, fazíamos reuniões no início de cada semana. Entre elas, executávamos o que havia sido planejado e enviávamos relatórios por e-mail ao coordenador. Ele nos dava as devolutivas prontamente", afirma Conceição Russo, professora de Língua Portuguesa.

Para chegar a esse nível de comunicação online, foi preciso superar barreiras. No começo, os professores pouco familiarizados com a tecnologia resistiram um pouco. Porém logo o boca a boca sobre as trocas virtuais aguçou a curiosidade de todos. "Hoje, temos docentes usando tablets e smartphones para acessar as mensagens praticamente em tempo real", diz Toro. Uma iniciativa que colaborou para consolidar o uso das mensagens virtuais foi a sistematização de todo o material. Para evitar que os professores recebessem uma avalanche de mensagens desordenadas, o coordenador criou uma tabela com as seguintes entradas: assunto, destinatário e data do e-mail. O esquema está registrado em um caderno (físico, não virtual) e permite a Toro seguir uma sequência lógica nos temas discutidos com cada membro da equipe e saber se determinado assunto já foi abordado.

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