Professores
O poder não pode tudo
O abuso de autoridade afeta o desenvolvimento do aluno e tem de ser discutido na formação de professores.
Muito se fala sobre a necessidade de a escola trabalhar a ética com os alunos. O tema é discutido de modo transversal nas diversas disciplinas com a finalidade de formar cidadãos críticos, que conheçam e exerçam seus direitos e deveres. Mas o que podemos dizer da formação dos professores nesse aspecto? Não seria importante olharmos também para as práticas desses profissionais sob essa perspectiva?
É fundamental termos consciência de que o vínculo entre o educador e o educando é assimétrico, visto que eles têm posições e papéis diferentes nos processos de ensino e aprendizagem. Na interação docente/discente, o primeiro tem autoridade sobre o segundo. Trata-se de uma relação de poder que não é restrita a esse contexto e se estende a qualquer relacionamento que não for entre iguais.
Isso não deve ser entendido como algo nocivo, mas como essencial na construção do conhecimento. O problema ocorre quando o professor faz uso inadequado dessa condição - o que infelizmente não é difícil de acontecer nas escolas.
Alguns casos se tornam bastante evidentes. Exemplos: quando um professor coloca um apelido humilhante no aluno, faz comentários públicos constrangedores sobre ele ou conta piadas discriminatórias, de cunho sexista, racista ou homofóbico. Mas existem também situações menos explícitas e ainda assim bastante graves e que demandam atenção. Caso de um docente que deslegitima ou desvaloriza uma produção só por ela ter sido realizada por determinado estudante. Episódios dessa natureza ficam claros na correção de trabalhos ou de avaliações, quando respostas semelhantes são avaliadas de forma desigual.
Outra circunstância comum presenciada em sala de aula, que revela um tratamento diferenciado, diz respeito à maneira como o educador conduz o diálogo com a classe, dando a palavra e se dirigindo sempre aos mesmos garotos ou garotas que lhe são mais simpáticos.
Evidentemente, nem todos esses comportamentos são intencionais. Alguns são exercidos de forma consciente, e outros não. O fato é que eles ocorrem e os gestores têm de ficar atentos. É preciso construir um ambiente em que todos se sintam seguros para dizer se algo não vai bem. Muitas vezes, o aluno não informa uma atitude inadequada do docente por constrangimento ou por temer uma retaliação. Dispositivos como os conselhos escolares e as assembleias podem se configurar como um canal de expressão eficiente. Projetos institucionais que envolvam a ampliação da comunicação e a compreensão dos direitos e deveres de cada ator da comunidade escolar e que promovam a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) contribuem para o fortalecimento de uma noção crítica por parte de todos.
Precisamos formar jovens que tenham capacidade de identificar situações de abuso de qualquer natureza - física ou moral - e resistir a elas. Também é necessário prever uma capacitação adequada dos docentes, que lhes permita reconhecer os seus poderes e perceber a responsabilidade de manejá-los de forma positiva. É justamente o poder da mediação por parte do professor que faz o aluno se aproximar da teia do conhecimento, se envolver com ela e nela penetrar.
É fundamental termos consciência de que o vínculo entre o educador e o educando é assimétrico, visto que eles têm posições e papéis diferentes nos processos de ensino e aprendizagem. Na interação docente/discente, o primeiro tem autoridade sobre o segundo. Trata-se de uma relação de poder que não é restrita a esse contexto e se estende a qualquer relacionamento que não for entre iguais.
Isso não deve ser entendido como algo nocivo, mas como essencial na construção do conhecimento. O problema ocorre quando o professor faz uso inadequado dessa condição - o que infelizmente não é difícil de acontecer nas escolas.
Alguns casos se tornam bastante evidentes. Exemplos: quando um professor coloca um apelido humilhante no aluno, faz comentários públicos constrangedores sobre ele ou conta piadas discriminatórias, de cunho sexista, racista ou homofóbico. Mas existem também situações menos explícitas e ainda assim bastante graves e que demandam atenção. Caso de um docente que deslegitima ou desvaloriza uma produção só por ela ter sido realizada por determinado estudante. Episódios dessa natureza ficam claros na correção de trabalhos ou de avaliações, quando respostas semelhantes são avaliadas de forma desigual.
Outra circunstância comum presenciada em sala de aula, que revela um tratamento diferenciado, diz respeito à maneira como o educador conduz o diálogo com a classe, dando a palavra e se dirigindo sempre aos mesmos garotos ou garotas que lhe são mais simpáticos.
Evidentemente, nem todos esses comportamentos são intencionais. Alguns são exercidos de forma consciente, e outros não. O fato é que eles ocorrem e os gestores têm de ficar atentos. É preciso construir um ambiente em que todos se sintam seguros para dizer se algo não vai bem. Muitas vezes, o aluno não informa uma atitude inadequada do docente por constrangimento ou por temer uma retaliação. Dispositivos como os conselhos escolares e as assembleias podem se configurar como um canal de expressão eficiente. Projetos institucionais que envolvam a ampliação da comunicação e a compreensão dos direitos e deveres de cada ator da comunidade escolar e que promovam a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) contribuem para o fortalecimento de uma noção crítica por parte de todos.
Precisamos formar jovens que tenham capacidade de identificar situações de abuso de qualquer natureza - física ou moral - e resistir a elas. Também é necessário prever uma capacitação adequada dos docentes, que lhes permita reconhecer os seus poderes e perceber a responsabilidade de manejá-los de forma positiva. É justamente o poder da mediação por parte do professor que faz o aluno se aproximar da teia do conhecimento, se envolver com ela e nela penetrar.
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