Coordenador
Coordenador pedagógico também precisa de formação continuada
Algumas Secretarias de Educação já oferecem tutoria e cursos específicos aos responsáveis pela formação da equipe docente
Ter competência para desenvolver o seu papel e buscar aperfeiçoamento constante são as principais características de um bom coordenador pedagógico. E é a Secretaria de Educação que deveria se responsabilizar pela sua formação. Essa é a opinião dos próprios coordenadores pedagógicos, segundo apurou o estudo da Fundação Victor Civita que traçou o perfil desse profissional. Contudo, não é isso que acontece em boa parte do país: 38% dos entrevistados afirmam receber capacitação da Secretaria e 36% procuram por si mesmos meios de se atualizar e estudar, lendo livros e revistas especializadas, frequentando cursos e palestras e navegando na internet (veja gráficos abaixo).
''Além de haver pouca oferta, o que existe deixa a desejar'', afirma Eliane Bambini Gorgueira Bruno, professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). É comum as Secretarias convocarem os coordenadores para as mesmas palestras e oficinas destinadas aos professores - o que às vezes é necessário, mas está longe de ser o suficiente. A formação continuada do coordenador tem de prever uma orientação constante no local de trabalho, nos moldes de uma tutoria, e permitir a troca de experiência entre os pares. ''As redes devem ter uma equipe de supervisores e cada um se responsabilizar pelo acompanhamento de um grupo de formadores'', defende Cybele Amado, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), da Bahia. Somente com essa combinação, é possível identificar as necessidades da função e trabalhar os conteúdos indispensáveis a todos que estão no cargo (leia o quadro da página três).
Essa receita já é usada por algumas Secretarias de Educação, como a de São José dos Campos, a 95 quilômetros de São Paulo. ''Os orientadores pedagógicos das escolas, que é como chamamos os coordenadores, têm o acompanhamento dos orientadores da Secretaria. Há também o trabalho das equipes de referência, formada por quatro membros - um supervisor de ensino e três especialistas (um nos anos iniciais do Ensino Fundamental, outro nos anos finais e um terceiro em inclusão. Cada uma é responsável por cinco escolas'', conta Márcia Suení Cintra, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação.
Foi graças a tal estratégia que Carmen Lúcia Silveira Cruz Fiebig, coordenadora pedagógica da EMEF Professora Ana Berling Macedo, diz ter aprimorado as ferramentas de trabalho. Há dez anos na função, ela aprendeu recentemente a fazer a tematização da prática e começou a utilizá-la com os docentes. ''Já analisava com os professores as atividades desenvolvidas em sala de aula com base na teoria, utilizando para isso a produção dos alunos. Em todo o processo de formação continuada, aprendi outro procedimento: a gravação em vídeo das aulas'', afirma Carmen, Com mais esse instrumento - que permite visualizar a interatividade dos alunos com as propostas, os colegas e a professora -, a reflexão ficou mais rica. ''Fiz o trabalho por etapas, pois para implantar a tematização é fundamental, antes, ter a confiança de toda a equipe e estabelecer uma boa parceria com ela.''
Quem deveria se responsabilizar pela formação do coordenador
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''Além de haver pouca oferta, o que existe deixa a desejar'', afirma Eliane Bambini Gorgueira Bruno, professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). É comum as Secretarias convocarem os coordenadores para as mesmas palestras e oficinas destinadas aos professores - o que às vezes é necessário, mas está longe de ser o suficiente. A formação continuada do coordenador tem de prever uma orientação constante no local de trabalho, nos moldes de uma tutoria, e permitir a troca de experiência entre os pares. ''As redes devem ter uma equipe de supervisores e cada um se responsabilizar pelo acompanhamento de um grupo de formadores'', defende Cybele Amado, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), da Bahia. Somente com essa combinação, é possível identificar as necessidades da função e trabalhar os conteúdos indispensáveis a todos que estão no cargo (leia o quadro da página três).
Essa receita já é usada por algumas Secretarias de Educação, como a de São José dos Campos, a 95 quilômetros de São Paulo. ''Os orientadores pedagógicos das escolas, que é como chamamos os coordenadores, têm o acompanhamento dos orientadores da Secretaria. Há também o trabalho das equipes de referência, formada por quatro membros - um supervisor de ensino e três especialistas (um nos anos iniciais do Ensino Fundamental, outro nos anos finais e um terceiro em inclusão. Cada uma é responsável por cinco escolas'', conta Márcia Suení Cintra, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação.
Foi graças a tal estratégia que Carmen Lúcia Silveira Cruz Fiebig, coordenadora pedagógica da EMEF Professora Ana Berling Macedo, diz ter aprimorado as ferramentas de trabalho. Há dez anos na função, ela aprendeu recentemente a fazer a tematização da prática e começou a utilizá-la com os docentes. ''Já analisava com os professores as atividades desenvolvidas em sala de aula com base na teoria, utilizando para isso a produção dos alunos. Em todo o processo de formação continuada, aprendi outro procedimento: a gravação em vídeo das aulas'', afirma Carmen, Com mais esse instrumento - que permite visualizar a interatividade dos alunos com as propostas, os colegas e a professora -, a reflexão ficou mais rica. ''Fiz o trabalho por etapas, pois para implantar a tematização é fundamental, antes, ter a confiança de toda a equipe e estabelecer uma boa parceria com ela.''
Quem deveria se responsabilizar pela formação do coordenador
Secretaria da Educação |
Situação ideal
|
Na realidade
|
64
|
38
| |
Diretor da escola/vice-diretor/adjunto/assistente de direção |
17
|
25
|
Consultores/especialistas ligados à Secretaria |
14
|
11
|
Eu mesmo procuro me atualizar e estudar |
5
|
36
|
Universidades |
-
|
1
|
Leio livros ligados a assuntos pedagógicos | 74% |
Leio revistas especializadas em Educação | 63% |
Participo de cursos/palestras ligados à Educação | 62% |
Navego na internet, em sites de Educação | 61% |
Navego na internet, em sites de notícias em geral | 32% |
Leio revistas e jornais de notícias em geral | 28% |
Discuto com meus colegas coordenadores ou com professores | 21% |
Leio livros de interesse geral (romances, biografias, livros-reportagem) | 16% |
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