segunda-feira, 26 de maio de 2014


Como a prática na sala de aula inspira minha atuação como coordenadora


A partir da observação da minha prática como professora, aprimorei minhas ações e intervenções como coordenadora pedagógica. (Foto: Manuela Novais)
Com base na reflexão sobre minhas atividades como professora, aprimorei minhas ações e intervenções como coordenadora pedagógica (Fotos: Manuela Novais)
Educação de qualidade é uma busca constante das instituições de ensino. Entretanto, para que se torne realidade, são necessárias ações que sustentem um trabalho em equipe e uma gestão que priorize a formação docente. Nessa perspectiva, cabe a nós, coordenadores pedagógicos, ter sensibilidade para identificar quais são as principais necessidades dos professores e desenvolver um trabalho que vise à qualificação de suas práticas.
Como contei para vocês no texto da semana anterior, atuo como professora em uma escola e como coordenadora em outra. Quando assumi a coordenação – nessa época, eu já tinha alguns anos de experiência docente –, eu não queria desperdiçar o meu intenso processo formativo me tornando uma fiscalizadora das rotinas escolares, atividade que era comum ao antigo cargo de supervisor, substituído pelo de coordenador por volta da década de 1990. Muito pelo contrário, minha intenção era me tornar uma parceira dos professores, promovendo o crescimento do grupo com momentos de reflexão e de formação.
Para atingir esse objetivo, passei a observar a minha própria prática como professora. Ao fazer isso, compreendi o que os docentes realmente vivenciam em sala e, assim, aprimorei minhas ações e intervenções como coordenadora pedagógica.
Então, no meu papel de docente, procurei aplicar em classe tudo o que aprendi com meus colegas (professores e coordenadores)  durante as reuniões de formação na escola. Entre os conhecimentos, estão a organização da rotina, o planejamento e a realização de projetos, sequências didáticas e atividades habituais, a distribuição dos conteúdos, as intervenções, a relação com a família, entre outros.
E, para enriquecer minha atuação como coordenadora, com base na observação da minha sala de aula, levantei algumas questões que poderiam me ajudar a dar o suporte adequado aos professores:
  • Como o coordenador pode contribuir no planejamento da rotina, de atividades e de intervenções do professor?
  • Que ações contribuem de fato para o crescimento profissional do docente e o que burocratiza sua função?
  • O que o coordenador deve apresentar para os responsáveis pelas crianças numa reunião de pais de maneira que eles compreendam o que a escola ensina e como os alunos aprendem?
  • Quais cuidados o coordenador deve ter para não ser visto como um fiscalizador de práticas, mas um parceiro?
  • Como analisar o trabalho do professor sem expor sua prática? Como transformar o resultado dessa análise em processo formativo?
Hoje, vejo a pessoa que ocupa o cargo de coordenação como alguém que acompanha a dinâmica das aulas dos professores e o desempenho dos alunos. Para fazer isso, ela orienta a metodologia de ensino, investe em formações que suprem as principais necessidades dos docentes e informa a comunidade sobre os feitos da escola.
Por esse prisma, o coordenador não é mais aquele sujeito que possui um “superpoder” de assessorar, acompanhar, controlar e avaliar o trabalho docente, mas aquele que constrói com os professores o seu trabalho diário. Seu papel envolve uma atuação em grupo e, dessa maneira, exige o exercício constante de pensar, descobrir e saber o modo de avançar nas ações. Atuando em sala consigo enxergar melhor esse papel e assim de fato ser parceira dos professores que coordeno. Tento identificar seus saberes, suas inquietações e suas aprendizagens e necessidades, tudo isso  com base no contato direto com a sala e com os materiais que produzem.  Pensar sobre a prática com base na prática é sempre produtivo e é  por isso que estamos aqui trocando ideias, não é mesmo?

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