segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Explorando portadores de textos com as crianças


Aprender as características dos portadores de texto desde cedo ajuda as crianças a preverem que tipos de conteúdos encontrarão neles
Aprender as características dos portadores de texto desde cedo ajuda as crianças a preverem que tipos de conteúdos encontrarão neles
Um portador de texto é um objeto que carrega um registro escrito, como jornais, revistas e gibis. Na escola, é importante que as crianças aprendam suas características já no ciclo de alfabetização. Assim, quando se depararem com eles nos anos seguintes, serão capazes de prever que tipos de conteúdo encontrarão neles e em qual formato.
Para orientar os professores nesse trabalho, elaborei o projeto “Explorando portadores de textos” para as turmas do 2º e do 3º do Ensino Fundamental. O programa visa à leitura e à exploração dos diferentes materiais recebidos do Programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, composto por gibis, diversas revistas e acervos de literatura para cada turma. O objetivo principal é apresentar às crianças, de maneira sistematizada, as características de cada portador: conteúdo, finalidade, destinatário, imagens, entre outros aspectos.
Como eu desenvolvi as atividades com os professores
Nas reuniões de formação, procuro fazer com os professores o mesmo que eles fariam com as crianças em sala de aula. Portanto, proporciono um momento de exploração dos diferentes portadores de textos, pegando alguns exemplos e discutindo suas características.
O objetivo desse exercício é fazê-los refletir a fundo sobre cada meio e também sobre alguns aspectos ligados ao ensino e à aprendizagem dos portadores de textos. Além disso, é importante que eles percebam a importância de a escola proporcionar um olhar diferenciado para as crianças que estão se iniciando no mundo da leitura e do desenvolvimento de trabalhos de oralidade e de leitura.
Depois dessa atividade, os professores se sentem mais seguros e entendem a importância de também se fazer o que propõem às crianças.
E, na sala de aula, como os professores podem realizar o projeto?
Abaixo, listo como é possível abordar os portadores de textos durante as aulas, tomando como exemplo o gibi. Outros portadores podem ser trabalhados da mesma maneira, desde que se leve em consideração suas especificidades.
1- O professor leva para a sala de aula um portador específico, nesse caso o gibi. Cada criança recebe um exemplar, não necessariamente igual ao do colega.
2- As crianças podem manusear o gibi à vontade.
3- O professor começa, então, a explorar o portador. Ele discute com as crianças o que há em comum em todos os gibis:
• A capa: qual é a história (pode ser sobre a Magali, da Turma da Mônica, por exemplo), quem é o escritor, de que editora é, qual é o número da edição, qual é o preço, o que significa o código de barras;
• Contracapa e capa final;
• Propagandas: a quem elas se destinam e por quê;
• Conteúdo: em um gibi há mais de uma história e, no final de cada parte, sempre aparece a palavra “fim” para indicar que ela terminou;
• Atividades: os gibis oferecem atividades que podem ser feitas na parte “passatempo”;
• Cartinhas de crianças leitoras: em um gibi, existe o endereço, o site e o e-mail da editora para o envio de cartinhas.
4- As crianças podem ler o gibi e trocar entre os colegas.
Essa não é, no entanto, a única possibilidade de trabalho com os gibis. Existem muitas outras, como, por exemplos, explorar os tipos de balões usados pelos autores e as onomatopeias presentes no texto. O importante é planejar cada atividade de acordo com o momento de aprendizagem!

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