quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Gestão Educacional
Preparado para crescer? 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:14 hs.
19/12/2013 - Via unidades próprias, franquias ou fusões, o pequeno empresário possui diversas formas de escalar seu negócio rumo ao topo. Mas será que expansão de mercado e alta lucratividade andam lado a lado? Descubra se você e a sua empresa estão prontos para crescer e como fazer com sabedoria

“A principal reflexão a ser feita é saber primeiro se quer realmente crescer para ter mais lucro ou se quer valorizar a marca para viabilizar o sobre preço e, assim, conquistar mais lucro. O empreendedor quer ter um pequeno restaurante chique e caro ou uma rede de esfihas?”
ROSANGELA SOUZA, DA COMPANHIA DE IDIOMAS

Grande parte dos microempresários que iniciam no mercado sonha com o crescimento de sua empreitada em um futuro próximo: tornar-se um concorrente a ser batido, ganhar relevância na sociedade ou até mesmo expandir sua marca por todo o território brasileiro. São metas ambiciosas que cada vez mais têm se transformado em realidade para os pequenos. Segundo estudo do Serviço Brasileiro das Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o faturamento das MPEs no estado cresceu 8% em 2012 na comparação com o ano anterior. Quanto à receita, essa fatia alcançou R$528,5 bilhões no mesmo período.

As empresas estão ganhando mais, buscando alta lucratividade e expansão de mercado. No entanto, nem sempre lucrar alto significa ter condições ideais de crescimento ou ter diversas lojas garante o alto faturamento no fechamento das contas mensais. Um levantamento da Forbes apontou que 70% das startups quebram por conta de uma escalabilidade precoce. Então, como saber qual a hora certa para crescer? E mais importante, sua empresa e você estão preparados?

BUSCA PELA ESCALABILIDADE
A busca incessante pelo lucro, para muitos, está diretamente ligada à expansão de mercado. Geralmente, o pequeno tem esses dois objetivos atrelados, mas é preciso pensar em cada um separadamente. “A principal reflexão a ser feita é saber primeiro se quer realmente crescer para ter mais lucro ou se quer valorizar a marca para viabilizar o sobre preço e, assim, conquistar mais lucro. O empreendedor quer ter um pequeno restaurante chique e caro ou uma rede de esfihas?”, questiona a fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e do ProfCerto e professora de Estratégia na pós-graduação da FGV de Santo André, Rosangela de Fátima Souza.

Caso o desejo do empresário seja aumentar seu lucro para depois financiar a expansão, é possível fazê-lo cuidando do posicionamento da própria marca, do aumento do valor agregado e da preocupação de valor pelo cliente. Porém, se o foco for a expansão de mercado para a obtenção de mais lucro, o risco é presente. “Sabemos que nem sempre a expansão vai aumentar a lucratividade e conhecemos diversos casos de empresas que cresceram, cresceram e quebraram. Como é muito mais difícil conseguir transformar um produto em algo tão valioso que justifique cobrar o dobro ou mais, quase sempre a escalabilidade do negócio é a saída encontrada para o tornar lucrativo”, analisa Rosangela.

A escalabilidade é a capacidade de suportar o aumento da carga de trabalho provocado pela expansão da atividade, segundo o diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria, Silvinei Toffanin. “No mercado financeiro, pode-se dizer que a escalabilidade é a capacidade de lidar com a demanda crescendo e obtendo melhores margens de lucro ao mesmo tempo em que são aumentados os volumes de venda”, completa Toffanin. Mas para saber se chegou a hora de crescer, o empreendedor deve observar seus próprios anseios e sua posição em toda a operação. “Normalmente, ele percebe isso quando tem a sensação de não conseguir mais administrar sozinho a operação e ter a necessidade de delegar tarefas para poder dedicar mais tempo às atividades estratégicas em relação às operacionais”, aponta.
“Empreendedores com características de micro gerência, ou seja, que precisam se meter em todas as etapas e áreas da empresa, poderá ter dificuldades em expandir”
ANDRÉ SANTOS, CONSULTOR DE EMPRESAS

Para André Santos, empresário com mais de 15 anos de experiência como executivo de multinacionais e consultor de empresas de tecnologia na área de estratégia e produto, o empreendedor precisa entender a diferença entre controlar uma operação centralizada com cinco pessoas e comandar 100 funcionários, muitas vezes trabalhando remotamente. “Nessa situação, ele tem que assumir a posição de líder. Por mais natural que possa soar, é um grande desafio para muitos. A própria cultura da empresa passa a ser desafiada. E se não houver uma preocupação com o profissionalismo, a tendência é a filosofia do “quebra- -galho” tomar conta das diferentes áreas, deixando a empresa instável”, afirma.

A seguir, é preciso analisar fluxo de caixa, gastos excessivos que podem ser cortados, necessidade de capital de giro para dar sustentação ao desempenho futuro do negócio, entre outros fatores. Conhecer bem o segmento em que atua e entender quais as demandas e se sua expansão se encaixa nelas é fundamental. Outra questão é estudar com profundidade os cenários para que exista um retorno do investimento e a saúde financeira do negócio não seja colocada em xeque. “Considerando que o lucro é o objetivo do negócio e que a lucratividade é a relação entre o lucro e o volume de vendas, em princípio, a variação do lucro será a base de decisão para determinar se a expansão pretendida é ou não viável”, afirma Toffanin.

A expansão de uma empresa estável requer uma análise e um planejamento detalhado, na visão de André Santos. Para ele, o empresário tem que saber prever as mudanças necessárias na empresa, investimentos, contratações, compras e novos processos, etc. “Fazer tudo ao longo do percurso é um risco que as empresas devem evitar, principalmente porque o tamanho atual pode mascarar muita coisa. Uma operação pequena não precisa se preocupar com alguns controles ou com alguns processos. Mas ao crescer, esses pontos se tornam importantes. É preciso visão de negócio para identificar e avaliar uma situação completamente diferente, em que a empresa trabalha em uma dimensão dezenas ou centenas de vezes maior”, emenda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário