terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Gestão Educacional
Inovação chinesa 
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 00:17 hs.
17/12/2013 - O número de pedidos de patentes no mundo cresceu 9,2% em 2012, a maior expansão dos últimos 18 anos. O dado, contido na edição 2013 do informe Indicadores Mundiais de Propriedade Intelectual, elaborado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), confirma que, embora a recuperação da economia global após a crise de 2008 ainda seja lenta, os países competitivos continuam a investir pesadamente em inovação.

O destaque do último relatório é a China. Pela primeira vez, o país lidera em solicitação de patentes, apresentando um crescimento de 24% entre 2011 e 2012 - foi o único caso de expansão de dois dígitos. Com isso, a China alcançou 27,8% de participação no total de patentes requeridas no mundo em 2012, superando os Estados Unidos, que ficaram com 23,1%.

Segundo a Ompi, o desempenho chinês foi o maior responsável pelos bons resultados do ano. O ritmo do país no campo das patentes é um poderoso indicativo da nova etapa de seu desenvolvimento. Está ficando para trás a China que se notabilizou por copiar os produtos da indústria ocidental e inundar as prateleiras internacionais com mercadorias falsas e de má qualidade, e está surgindo um país com grande capacidade de agregar valor a seus produtos.

Neste ano, o governo chinês anunciou um aumento de 6% nos investimentos anuais destinados ao ensino de ciência e tecnologia, passando a US$ 1,7 bilhão. O esforço do país para alterar seu perfil colocou 23 de suas universidades entre as 100 melhores dos países emergentes, segundo a publicação britânica Times HigherEducation. A pretensão dos dirigentes chineses é transformar a Universidade Tsinghua, voltada para o ensino tecnológico, na mais importante do mundo até 2020.

O agressivo desenvolvimento técnico chinês não se limita a boas escolas. Há prêmios oficiais para soluções tecnológicas e estimula-se o envio de estudantes chineses para as melhores universidades do mundo - há 100 mil deles matriculados nos Estados Unidos.

Com isso, entre 2007 e 2012, o incremento da inovação deixou de ser uma particularidade dos países desenvolvidos e passou a se concentrar também na China e em outros emergentes asiáticos, como Taiwan e Coreia do Sul. O caminho para reduzir a diferença ainda é grande. Os Estados Unidos detêm 2,2 milhões dos 8,6 milhões de patentes em vigor no mundo, enquanto o Japão tem 1,7 milhão. A China já chegou às 900 mil e está em terceiro lugar.

Para ilustrar o apetite chinês, o levantamento da Ompi mostra que, no ano passado, o país pediu o registro de 1,5 milhão de marcas, três vezes o registrado nos Estados Unidos e cinco vezes o total da Alemanha.

Já o Brasil, a despeito de ter apresentado crescimento de 5,1% de solicitações de patentes, continua com números pífios. No ano passado, brasileiros pediram 6.603 patentes, contra 560.681 da China, 203.410 da Coreia do Sul, 34.803 da Rússia e 18.020 da Índia, para ficarmos apenas nos principais emergentes. Ademais, no que diz respeito a patentes de desenho industrial, o Brasil teve queda de 4% nos pedidos de registro em território nacional, um dos piores desempenhos entre os emergentes.

Em contrapartida, o Brasil teve 11% de crescimento nos pedidos de registro de variedades vegetais, mostrando a força do País no setor de biotecnologia. Mesmo nessa área, no entanto, a China, com alta de 32,9%, teve desempenho muito melhor.

No geral, o aumento expressivo das solicitações de patentes indica que as empresas e os governos ao redor do mundo estão, no dizer da Ompi, "plantando as sementes" do futuro crescimento econômico. No entanto, observa-se que há diferenças consideráveis no ritmo dessa inovação - enquanto a Ásia e os Estados Unidos lideram a renovação industrial, a Europa mostra estagnação e países como o Brasil apresentam ainda resultados muito tímidos, se comparados a suas pretensões no cenário global. Para quem almeja ser mais do que apenas coadjuvante na disputa por mercados, o investimento em inovação teria de ser muito mais consistente do que é hoje - como prova o formidável caso chinês.

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