Gestão Educacional |
Como mudar o trabalho para dentro de casa ? Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:04 hs. |
11/12/2013 - Recentemente, escrevi sobre o tempo, em como os profissionais podem aproveitá-lo melhor. Agora, gostaria de tecer alguns comentários sobre o “lugar” do trabalho.
Neste fim de ano, as pessoas frequentemente cogitam da mudança. Ouço gente dizer, por exemplo, que já não aguenta o trânsito das grandes cidades. E têm razão na reclamação. Alguns já pensam, portanto, em se mudar para dentro de casa em 2014, transformando um cômodo da residência em escritório ou oficina. Posso dizer que não é má ideia, mas alguns cuidados devem ser observados nesse processo. Primeiramente, cabe uma análise conceitual sobre o mundo do “fazer”. A mudança de paradigmas das últimas décadas inclui um elemento de expansão, que diz respeito à escala dos negócios, muitos dos quais passaram a fazer parte das redes de conexão global. Um videogame produzido por garotos da Índia, por exemplo, pode ser jogado por meninos brasileiros ou canadenses. Amplificou-se o alcance e muitos códigos da receita de produção foram uniformizados. Curiosamente, esses bens, tangíveis ou intangíveis, de consumo além-fronteiras, passaram a exigir labor cada vez mais local. No caso dos tais videogames, há oficinas caseiras cooperativas que os produzem em qualquer lugar. Esse avanço de autonomia depende de alcance e mobilidade, atributos constituídos pela revolução tecnológica. Combinaram-se, neste caso, a invenção do satélite e a miniaturização dos dispositivos de computação. A mudança está associada também ao modelo de produção de boa parte dos bens na nova economia. No antigo sistema fordista, por exemplo, era fundamental a linha de produção. Exigia-se a sequência combinada de procedimentos e, obviamente, de presença física. Hoje, boa parte dessas funções depende da sincronização de equipamentos robotizados, que liberaram os seres humanos para atividades intelectualmente mais complexas, nas quais se exige o exercício da subjetividade. Mas, afinal, qual a vantagem de se montar um negócio em casa? Primeiramente, poupa-se o valor empenhado no aluguel ou na aquisição de uma sede própria. Ao mesmo tempo, o profissional ganha tempo e energia ao evitar o trânsito pesado. Com horários mais flexíveis, esses trabalhadores podem se dedicar a diferentes jobs, sem contar que podem estar mais tempo com a família. No entanto, o sucesso nessa operação depende de alguns cuidados. O maior perigo para esse tipo de empreendimento é a procrastinação. Afinal, como já escrevi em artigo recente, na nossa cultura, muitas vezes o trabalhador só entrega o que lhe é exigido quando ouve a advertência do chefe ou a bronca do cliente. Ao atuar em casa, o profissional precisa ter consciência dos prazos e cumpri-los. Outro problema frequente é a comunicação escassa com parceiros e clientes. Nesse caso, o importante é que se aprimore e normatize a comunicação. Fundamental é dar “retorno” no contatos. Ao receber uma encomenda, por exemplo, convém redigir um contrato ou uma carta de detalhamento do serviço a ser realizado. Deve ser assinada pelo profissional e pelo contratante do serviço, a fim de que se evite o erro por desinformação. Na gestão caseira de um negócio, exige-se planejamento. O profissional precisa ter em mente o que fazer no mês, na semana e no dia. Deve colocar tudo no papel e corrigir essa pauta com frequência. Trabalhar em casa não tem nada a ver com fazer o “que dá na telha”. Na verdade, exige muito mais organização e responsabilidade. Ali, o chefe é o trabalhador. Ele precisa racionalizar o tempo, eleger prioridades, cuidar da qualidade e ainda checar se os dispositivos online estão entregando os serviços realizados. Cabe lembrar também que alguns trabalhadores domésticos lidam com elementos tangíveis, como o marceneiro, a quituteira e o artesão. Nesse caso, precisam se organizar para estabelecer os contatos presenciais com seus clientes. Se a proposta é fazer, por exemplo, uma mesa, convém que o cliente dê uma olhada no produto ainda na fase de produção (pode até ser por fotos). Esse cuidado evita a reclamação posterior. O ideal é que o profissional tenha em casa um escritório ou oficina, ou seja, um lugar destinado exclusivamente ao trabalho. Também convém que esse espaço seja separado do resto da casa, onde transitam o cônjuge, os filhos e servidores domésticos. No caso da família, é preciso que exista um acordo de respeito, seguido à risca. O profissional tem que estabelecer regras. Por exemplo: “não posso ser importunado de 14h até 18h, exceto em casos de urgência”. É fundamental que seja separado um período de tempo para os assuntos da casa. A primeira hora do dia, por exemplo, pode servir para uma faxina que inclua o escritório ou a oficina. Em alguns casos, a prosperidade faz o negócio ficar grande ou complexo demais. Multiplicam-se as reuniões e encontros com fornecedores e clientes. Nesse caso, o profissional começa a sair demais de sua base, a enfrentar novamente o trânsito e, principalmente, a perder desperdiçar de produção com essas viagens. Portanto, pese prós e contras, reflita, converse com a família. Mudar-se para dentro de casa pode ser um acerto, mas depende de organização, disciplina e foco. Afinal, a teoria, na prática, funciona! Carlos Júlio é professor, palestrante, empresário e escritor. Leia mais artigos do Magia da Gestão. Siga @profcarlosjulio no twitter e seja fã no Facebook. |
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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
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