quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dicas para inscrever um projeto nota 10 no Prêmio Victor Civita

Nas aulas de Ciências, os estudantes ampliaram seus conhecimentos sobre a Lua
Quero compartilhar o que aprendi quando preparei meu projeto para inscrevê-lo no Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Torço para que muitos trabalhos de EJA sejam selecionados, neste e nos próximos anos, e espero que estas dicas sirvam de estímulo para vocês!
No post anterior, contei como surgiu a inspiração para enviar meu trabalho de Educação de Jovens e Adultos. A ideia surgiu quando conheci a experiência da professora Flávia Lima, de Goiânia. Na época, procurei encontrar, no meu próprio trabalho, sequências didáticas que atingissem o mesmo objetivo que o projeto da Flávia: fazer com que os alunos vivenciassem o processo de construção do saber científico. Em minha opinião, qualquer bom projeto de ensino de Ciências deve, de alguma maneira, tocar nesse ponto.
Além disso, achei que seria interessante inscrever um trabalho que explicitasse uma das particularidades da Educação de Jovens e Adultos: o choque entre cultura letrada e cultura popular. Como os alunos da EJA já trazem muitos conhecimentos de fora da escola, é comum que façam comparações e tentem acomodar em seus raciocínios os saberes populares.
Foi pensando nisso que escolhi apresentar o trabalho de pesquisa de meus alunos sobre a Lua.
Comecei a desenvolver esse trabalho em 2009, quando se comemorou o Ano Internacional da Astronomia, e resolvi abordar conteúdos ligados ao céu. Por ser biólogo e apenas um iniciante na Astronomia, precisei estudar bastante para dominar os assuntos que pretendia tratar em aula. Ao longo dos semestres, fui repensando as atividades e cheguei ao projeto que inscrevi em 2012. Ou seja, o relato que inscrevi foi a sétima versão, fruto de muita reflexão e transformação!
Antes de enviar, busquei orientações. No site do prêmio, encontrei um vídeo em que a Luciana Hubner, que é selecionadora da área de Ciências, explicava os principais problemas encontrados nos trabalhos recebidos em 2011 (clique aqui para ver o vídeo com os comentários da Luciana sobre os trabalhos de 2012 e o relatório).
De acordo com as dicas dela, notei que o trabalho deveria explicar claramente os conteúdos de Ciências abordados (tanto conceitos como procedimentos e atitudes). Segundo Luciana, muitos trabalhos pecam por não deixar claro quais assuntos o professor pretende ensinar ou por tratarem somente de conteúdos gerais, que não são exclusivos de Ciências (por exemplo: leitura ou conscientização ambiental).
Em segundo lugar, ela conta que o foco do relato deve estar no processo que os alunos viveram. A Luciana relata que muitos trabalhos enfatizam demais o produto final (uma feira de Ciências ou um estudo do meio, por exemplo), mas não explicam como foi o crescimento dos alunos ao longo das atividades até gerarem esse produto.
Percebi que seria necessário fazer um registro detalhado de tudo o que eu fazia. Guardei tudo: fichas que distribuí à turma, produções dos alunos, anotações de tudo o que disseram, entre outros. Cheguei a fotografar a lousa onde eu havia anotado os depoimentos deles. Tudo isso foi importante para demonstrar como os alunos foram modificando suas ideias. Dica importante: leve caderno na mão e máquina fotográfica no bolso para todas as aulas!
Um dos pontos a que dei especial atenção foi a coerência entre o que eu pretendia ensinar e o que de fato eu fazia. Será que essa atividade que estou promovendo agora contribui para atingir o objetivo que pensei lá atrás? Eu me fiz (e faço ainda hoje) essa pergunta muitas vezes.
Última dica: pense no que a sua realidade tem de especial e que merece ser mostrado. O que será que seus alunos pensam, o que há de diferente na sua escola? Isso requer certa habilidade para olhar a sua realidade com novos olhos.

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