Os desafios da Educação
inclusiva: foco nas redes de apoio
Para fazer a inclusão de verdade e garantir a
aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a
formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes,
gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças
com Necessidades Educacionais Especiais
3. O que significa ter um projeto pedagógico
inclusivo?
Marilda Dutra,
professora de Geografia, e Marcia Maisa Leite Buss, intérprete de libras, da EE
Nossa Senhora da Conceição, e seus alunos.
As barreiras que podem impedir o acesso de alguns
alunos ao ensino e à convivência estão relacionadas a diversos componentes e
dimensões da escolarização. Ocorrem, também, impedimentos na ação dos
educadores. Vejamos os principais pontos revelados na experiência com
educadores no exercício da Educação inclusiva, para todos.
Educadores reconhecem, cada vez mais, a diversidade
humana e as diferenças individuais que compõem seu grupo de alunos e se deparam
com a urgência de transformar o sistema educacional e garantir um ensino de
qualidade para todos os estudantes. Não basta que a escola receba a matrícula
de alunos com necessidades educacionais especiais, é preciso que ofereça
condições para a operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo.
A inclusão deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem
por meio de todas as possibilidades de desenvolvimento que a escolarização
oferece.
As mudanças são imprescindíveis, dentre elas a
reestruturação física, com a eliminação das barreiras arquitetônicas; a
introdução de recursos e de tecnologias assistivas; a oferta de profissionais
do ensino especial, ainda em número insuficiente. Além da compreensão e
incorporação desses serviços na escola regular são necessárias alternativas
relativas à organização, ao planejamento e à avaliação do ensino.
Outro ponto importante refere-se à formação dos professores para a inclusão. A transformação de paradigma na Educação exige professores preparados para a nova prática, de modo que possam atender também às necessidades do ensino inclusivo. O saber está sendo construído à medida que as experiências vão acumulando-se e as práticas anteriores vão sendo transformadas. Por isso, a formação continuada tem um papel fundamental na prática profissional.
A inclusão de pessoas com necessidades especiais
faz parte do paradigma de uma sociedade democrática, comprometida com o
respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apresenta-se no
projeto pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional,
seu compromisso com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam
a inclusão social.
É o projeto pedagógico que orienta as atividades
escolares revelando a concepção da escola e as intenções da equipe de
educadores. Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho;
garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação
inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas
curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à
diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam
a ação de profissionais especializados, para favorecer o processo educacional.
É na sala de aula que acontece a concretização do
projeto pedagógico - elaborado nos diversos níveis do sistema educacional.
Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do
processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações
organizativas diversas, com possibilidades de adequações ou flexibilizações têm
sido uma das alternativas mais discutidas como opção para o rompimento com
estratégias e práticas limitadas e limitantes.
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