Ensino Médio
O que foi o Império Otomano?
Aborde com a turma as causas que levaram à queda do regime islâmico e sua consequência na geopolítica do início do século 20
Objetivo
-Identificar fenômenos e fatos histórico-sociais em suas dimensões espaciais e temporais.
-Desenvolver a compreensão dos elementos socioculturais que constituem as identidades, a partir do estudo das questões de alteridade.
Conteúdo
Império Bizantino e o mundo árabe: características sociais, econômicas, políticas e culturais.
Anos
Ensino Médio
Tempo estimado
Três aulas
Materiais necessários
-Cópias da reportagem "A longa decadência" (Veja,2347, 13 de novembro de 2013).
-Mapa do Império Otomano em 1566, disponível aqui.
-Mapa do Império Otomano em 1920, disponível aqui.
-Identificar fenômenos e fatos histórico-sociais em suas dimensões espaciais e temporais.
-Desenvolver a compreensão dos elementos socioculturais que constituem as identidades, a partir do estudo das questões de alteridade.
Conteúdo
Império Bizantino e o mundo árabe: características sociais, econômicas, políticas e culturais.
Anos
Ensino Médio
Tempo estimado
Três aulas
Materiais necessários
-Cópias da reportagem "A longa decadência" (Veja,2347, 13 de novembro de 2013).
-Mapa do Império Otomano em 1566, disponível aqui.
-Mapa do Império Otomano em 1920, disponível aqui.
Desenvolvimento
1ª etapa
Inicie a aula perguntando aos alunos o que eles conhecem sobre o Império Otomano. Anote no quadro as respostas pertinentes ao assunto para, mais tarde, contextualizá-las na explicação. Então informe à turma que o assunto das próximas aulas será o Império Otomano, com especial enfoque em sua queda e nas consequências de sua fragmentação.
2ª etapa
Para iniciar a abordagem, contextualize o Império Otomano no tempo e no espaço. Explique que ele foi um Estado turco que durou de 1299 a 1922 e foi um poderoso império islâmico. No final do século XIII, o Império Bizantino havia perdido grande parte de suas terras para os pequenos Estados independentes formados por muçulmanos no Norte da África, na Europa Oriental e no Oriente Médio. Entre seus governantes, destacou-se Osman I, um governante forte e dinâmico, capaz de unir o povo islâmico e instituir um governo formal na fundação de um dos mais importantes impérios da História. Osman conseguiu expandir as fronteiras do império que sonhou erguer até a fronteira do Império Bizantino e, após sua morte, o domínio otomano chegou ao Mediterrâneo Oriental e aos Balcãs. A expansão do Império Otomano o colocou em choque com o Império Bizantino, mas o poderio deste foi superado pelo filho de Osman I, Orhan I, que conquistou importantes cidades para o domínio estratégico e abriu caminho para a expansão na Europa. Nos dois séculos seguintes, o Império Otomano conquistou quase todas as terras pertencentes ao Império Bizantino, com destaque para a cidade de Constantinopla. A expansão dos islâmicos era sólida e sempre vitoriosa. O Império Otomano só fraquejou quando houve uma guerra civil na disputa pela sucessão, entre 1402 e 1413, que terminou quando Mehmed I sagrou-se sultão e restaurou o poderio islâmico. Constantinopla se tornou a capital do Império Otomano após sua definitiva tomada em 1453, iniciando seu período de apogeu. Neste momento, mostre o mapa abaixo para demonstrar a localização e expansão do Império Otomano e levantar questões aos alunos.
1ª etapa
Inicie a aula perguntando aos alunos o que eles conhecem sobre o Império Otomano. Anote no quadro as respostas pertinentes ao assunto para, mais tarde, contextualizá-las na explicação. Então informe à turma que o assunto das próximas aulas será o Império Otomano, com especial enfoque em sua queda e nas consequências de sua fragmentação.
2ª etapa
Para iniciar a abordagem, contextualize o Império Otomano no tempo e no espaço. Explique que ele foi um Estado turco que durou de 1299 a 1922 e foi um poderoso império islâmico. No final do século XIII, o Império Bizantino havia perdido grande parte de suas terras para os pequenos Estados independentes formados por muçulmanos no Norte da África, na Europa Oriental e no Oriente Médio. Entre seus governantes, destacou-se Osman I, um governante forte e dinâmico, capaz de unir o povo islâmico e instituir um governo formal na fundação de um dos mais importantes impérios da História. Osman conseguiu expandir as fronteiras do império que sonhou erguer até a fronteira do Império Bizantino e, após sua morte, o domínio otomano chegou ao Mediterrâneo Oriental e aos Balcãs. A expansão do Império Otomano o colocou em choque com o Império Bizantino, mas o poderio deste foi superado pelo filho de Osman I, Orhan I, que conquistou importantes cidades para o domínio estratégico e abriu caminho para a expansão na Europa. Nos dois séculos seguintes, o Império Otomano conquistou quase todas as terras pertencentes ao Império Bizantino, com destaque para a cidade de Constantinopla. A expansão dos islâmicos era sólida e sempre vitoriosa. O Império Otomano só fraquejou quando houve uma guerra civil na disputa pela sucessão, entre 1402 e 1413, que terminou quando Mehmed I sagrou-se sultão e restaurou o poderio islâmico. Constantinopla se tornou a capital do Império Otomano após sua definitiva tomada em 1453, iniciando seu período de apogeu. Neste momento, mostre o mapa abaixo para demonstrar a localização e expansão do Império Otomano e levantar questões aos alunos.
Mostre o mapa e peça aos alunos para identificar os territórios que ele apresenta. O que interessa nesse questionamento é fazer com que reconheçam os territórios europeu, africano e asiático. Assim, enfatize a abrangência do Império Otomano e sua presença em três continentes.
3ª etapa
Após apresentar a fundação do Império Otomano e deixar que os alunos se manifestem sobre sua expansão territorial com base no mapa, reserve esta etapa da aula para a explicação sobre o apogeu do império.
Foi a conquista de Constantinopla, em 1453, que consolidou o poderio do Império Otomano. Esse evento permitiu a ampliação das fronteiras na Europa e na África, resultando no bloqueio das principais rotas comerciais marítimas estabelecidas pelas cidades-estados italianas. Tendo isso em vista, pergunte aos alunos qual a consequência desse domínio para os países europeus. O intuito é fazê-los relacionar o conteúdo em questão com os motivos que influenciaram as grandes navegações e a expansão marítima promovida por Portugal e Espanha.
Os otomanos dominaram o comércio no Mar Mediterrâneo e prosperaram sob o domínio de vários sultões, que alargaram as fronteiras do império. O mapa exibido na etapa anterior mostra o poderio territorial no limite desse período de apogeu.
Passados os anos de apogeu, o Império Otomano começou a enfrentar suas dificuldades. As mudanças culturais e econômicas no Ocidente causaram grande impacto, mas não foram suficientes para derrubar o império dos islâmicos. Mesmo com os novos desafios que se apresentavam dentro e fora do império, os otomanos mantiveram-se de pé até o século XX.
Sultões fracos perderam parte significativa do efetivo militar existente outrora e o domínio da estrutura formada após 1566. As rotas alternativas para a Ásia encontradas pelos europeus contribuíram para o empobrecimento do Império Otomano. Com novos recursos, os reis europeus apresentaram resistência cada vez maior aos otomanos, causando a estagnação do império. Internamente, o regime já não tinha a mesma coesão de antes. Várias revoltas na luta pela liderança minavam sua estrutura, levando o império ao fim de sua capacidade expansionista sobre o território europeu, sendo forçado a adotar uma postura defensiva. Com a estagnação, territórios foram cedidos à Áustria e o Egito e a Argélia se tornaram independentes. Devido à proximidade geográfica, muitas guerras foram travadas entre o Império Russo e o Império Otomano nos séculos XVIII e XIX. Os islâmicos até tentaram promover reformas educacionais e tecnológicas para reerguer o império, mas, em geral, fracassaram. Todas essas dificuldades constituíram o período que se estendeu de 1566 até 1822.
Com base nesse recorte temporal, peça aos alunos para que comentem o que estava acontecendo de mais importante no mundo europeu. Deixe que a turma se manifeste e ressalte a simultaneidade dos eventos citados e como eles se relacionam. A abordagem temática da aula é importante para fazê-los compreender a coexistência de povos e de suas respectivas culturas, eliminando a ideia da história eurocentrista através de sua oposição.
4ª etapa
Nesta etapa, enfoque o declínio que se arrastou durante o último século de existência do Império Otomano, precedendo sua definitiva queda.
Explique aos alunos que os otomanos perderam vastos territórios em meio a instabilidade administrativa que se havia estabelecido. Para se defender da invasão estrangeira, o Império Otomano buscou alianças com países europeus que outrora foram inimigos em guerras, como França, Reino Unido e a própria Rússia. Os islâmicos ainda empreenderam algumas reformas ao estilo ocidental que foram satisfatórias, como a modernização do exército e do sistema bancário, mas a influência do Ocidente trouxe também uma ideia que ganhou grande força no decorrer do século XIX, o nacionalismo. O Império Otomano foi forçado a lidar com esta importação e viu surgir muitos partidos políticos revolucionários com base no nacionalismo étnico. A pressão interna e externa eram grandes sobre o império e os otomanos entraram no século XX tentando novas reformas em busca de adaptação às novas exigências.
Neste momento, pergunte aos alunos qual foi o evento mais significativo do começo daquele século. Peça-os que contextualizem os anos que precederam a Primeira Guerra Mundial e insira o Império Otomano no cenário de instabilidade internacional. Informe à turma que o Império Otomano havia assinado um acordo secreto com a Alemanha contra a Rússia, que era um inimigo comum aos dois. O exército otomano participou diretamente do conflito internacional, conseguindo grandes vitórias em batalhas, mas também sofrendo grandes derrotas. Foi durante a Primeira Guerra Mundial que o Império Otomano promoveu o genocídio armênio, que levou à morte aproximadamente 1,5 milhão de pessoas desta etnia.
Em 1916, a Revolta Árabe fragmentou completamente o poderio otomano. Após a Primeira Guerra Mundial, o império havia se reduzido a uma pequena porção territorial e suas posses foram partilhadas entre 40 países. Para ilustrar o recuo do Império Otomano, mostre o mapa a seguir.
3ª etapa
Após apresentar a fundação do Império Otomano e deixar que os alunos se manifestem sobre sua expansão territorial com base no mapa, reserve esta etapa da aula para a explicação sobre o apogeu do império.
Foi a conquista de Constantinopla, em 1453, que consolidou o poderio do Império Otomano. Esse evento permitiu a ampliação das fronteiras na Europa e na África, resultando no bloqueio das principais rotas comerciais marítimas estabelecidas pelas cidades-estados italianas. Tendo isso em vista, pergunte aos alunos qual a consequência desse domínio para os países europeus. O intuito é fazê-los relacionar o conteúdo em questão com os motivos que influenciaram as grandes navegações e a expansão marítima promovida por Portugal e Espanha.
Os otomanos dominaram o comércio no Mar Mediterrâneo e prosperaram sob o domínio de vários sultões, que alargaram as fronteiras do império. O mapa exibido na etapa anterior mostra o poderio territorial no limite desse período de apogeu.
Passados os anos de apogeu, o Império Otomano começou a enfrentar suas dificuldades. As mudanças culturais e econômicas no Ocidente causaram grande impacto, mas não foram suficientes para derrubar o império dos islâmicos. Mesmo com os novos desafios que se apresentavam dentro e fora do império, os otomanos mantiveram-se de pé até o século XX.
Sultões fracos perderam parte significativa do efetivo militar existente outrora e o domínio da estrutura formada após 1566. As rotas alternativas para a Ásia encontradas pelos europeus contribuíram para o empobrecimento do Império Otomano. Com novos recursos, os reis europeus apresentaram resistência cada vez maior aos otomanos, causando a estagnação do império. Internamente, o regime já não tinha a mesma coesão de antes. Várias revoltas na luta pela liderança minavam sua estrutura, levando o império ao fim de sua capacidade expansionista sobre o território europeu, sendo forçado a adotar uma postura defensiva. Com a estagnação, territórios foram cedidos à Áustria e o Egito e a Argélia se tornaram independentes. Devido à proximidade geográfica, muitas guerras foram travadas entre o Império Russo e o Império Otomano nos séculos XVIII e XIX. Os islâmicos até tentaram promover reformas educacionais e tecnológicas para reerguer o império, mas, em geral, fracassaram. Todas essas dificuldades constituíram o período que se estendeu de 1566 até 1822.
Com base nesse recorte temporal, peça aos alunos para que comentem o que estava acontecendo de mais importante no mundo europeu. Deixe que a turma se manifeste e ressalte a simultaneidade dos eventos citados e como eles se relacionam. A abordagem temática da aula é importante para fazê-los compreender a coexistência de povos e de suas respectivas culturas, eliminando a ideia da história eurocentrista através de sua oposição.
4ª etapa
Nesta etapa, enfoque o declínio que se arrastou durante o último século de existência do Império Otomano, precedendo sua definitiva queda.
Explique aos alunos que os otomanos perderam vastos territórios em meio a instabilidade administrativa que se havia estabelecido. Para se defender da invasão estrangeira, o Império Otomano buscou alianças com países europeus que outrora foram inimigos em guerras, como França, Reino Unido e a própria Rússia. Os islâmicos ainda empreenderam algumas reformas ao estilo ocidental que foram satisfatórias, como a modernização do exército e do sistema bancário, mas a influência do Ocidente trouxe também uma ideia que ganhou grande força no decorrer do século XIX, o nacionalismo. O Império Otomano foi forçado a lidar com esta importação e viu surgir muitos partidos políticos revolucionários com base no nacionalismo étnico. A pressão interna e externa eram grandes sobre o império e os otomanos entraram no século XX tentando novas reformas em busca de adaptação às novas exigências.
Neste momento, pergunte aos alunos qual foi o evento mais significativo do começo daquele século. Peça-os que contextualizem os anos que precederam a Primeira Guerra Mundial e insira o Império Otomano no cenário de instabilidade internacional. Informe à turma que o Império Otomano havia assinado um acordo secreto com a Alemanha contra a Rússia, que era um inimigo comum aos dois. O exército otomano participou diretamente do conflito internacional, conseguindo grandes vitórias em batalhas, mas também sofrendo grandes derrotas. Foi durante a Primeira Guerra Mundial que o Império Otomano promoveu o genocídio armênio, que levou à morte aproximadamente 1,5 milhão de pessoas desta etnia.
Em 1916, a Revolta Árabe fragmentou completamente o poderio otomano. Após a Primeira Guerra Mundial, o império havia se reduzido a uma pequena porção territorial e suas posses foram partilhadas entre 40 países. Para ilustrar o recuo do Império Otomano, mostre o mapa a seguir.
Para complementar a compreensão sobre o declínio e a queda do império, distribua cópias da reportagem A Longa Decadência e leia o texto junto com a turma. Peça a eles que destaquem os elementos enfatizados na matéria que contribuíram para a queda do Império Otomano. Oriente-os de modo que compreendam os principais fatores que levaram ao colapso do regime: o fracasso da estrutura econômica, as dificuldades pelo próprio tamanho do império, a defasagem tecnológica e as tensões entre diferentes grupos étnicos.
Avaliação
Verifique, através das respostas obtidas durante as atividades, se os alunos compreenderam a coexistência de impérios e suas relações. Então, separe a turma em dois grupos e peça a um deles que pesquise sobre a queda do Império Romano e seu desdobramento. Ao outro, solicite a síntese sobre as causas aprendidas da queda do Império Otomano e uma pesquisa sobre seu desdobramento. Na aula seguinte, construa um quadro comparativo com o resultado apresentado pelos dois grupos apresentando os elementos semelhantes e divergentes nas quedas e nos desdobramentos do Império Romano e do Império Otomano. Estimule os alunos a pensar na coexistência de povos e na história não focada apenas na Europa.
Para saber mais:
LOUREIRO, Heitor de Andrade Carvalho. A Queda da Casa do Islã: o genocídio armênio como práxis paradigmática no século XX. Dissertação de Mestrado defendida na UFJF. Juiz de Fora, 2009.PALMER, Alan. Declínio e Queda do Império Otomano. Rio de Janeiro: Globo, 2013.
Documentário O Império Otomano, disponível aqui.
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