O quanto os brasileiros sabem de Ciências?
Uma pesquisa inédita acaba de ser divulgada com dados muito interessantes para todos que trabalham com Educação, especialmente na área de Ciências.
O resultado dessa investigação é o Indicador de Letramento Científico (ILC), um parâmetro que tem o objetivo de aferir o quanto os brasileiros dominam conhecimentos e habilidades relacionados às Ciências Naturais. O levantamento, que ouviu mais de 2 mil pessoas nas nove principais regiões metropolitanas do país, foi realizado pela Abramundo, em parceira com o Ibope, o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa.
O aspecto mais interessante do ILC é que ele buscou abordar conhecimentos científicos em um contexto cotidiano. Nesse sentido, ele difere do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – veja aqui mais detalhes), do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e de outras avaliações, pois não aborda estritamente conhecimentos escolares. Além disso, ao contrário desses exames que se destinam apenas aos estudantes, o ILC incluiu pessoas de 15 até 40 anos na amostra.
Em linhas gerais, o objetivo do ILC é descobrir se os respondentes dominam a linguagem científica, se possuem saberes práticos relacionados a ciências e em que medida esses saberes contribuem para a visão de mundo que possuem.
A análise das respostas classificou os respondentes em quatro grupos:
- 16% deles possui letramento não-científico. Conseguiram localizar informações em textos breves e que tenham relações com o cotidiano (ex.: contas de luz, bulas de remédio simplificadas), mas não demonstraram habilidades científicas.
- O segundo e maior grupo é o de letramento científico rudimentar, com 48% dos entrevistados. São pessoas capazes de ler e comparar textos com informações científicas básicas, também relacionadas a temáticas do cotidiano.
- O terceiro grupo é o de letramento científico básico, que abarca 31% da amostra. Conseguiram resolver problemas de maior complexidade usando procedimentos científicos e informações presentes em textos técnicos, manuais, infográficos e tabelas.
- O último grupo é o de letramento científico proficiente, que engloba apenas 5% da amostra. Esse pequeno contingente é formado por pessoas que resolvem problemas que exigem saberes científicos em contextos não necessariamente cotidianos (ex.: genética ou astronomia). Além de possuírem domínio de procedimentos, operam com conceitos científicos.
Chama a atenção o fato de que 64% de todos os entrevistados estão nos dois primeiros grupos. Veja, por exemplo, a questão a seguir, indicativa do nível rudimentar:
Se analisarmos com cuidado, essa questão exige apenas uma leitura atenta do texto. Se o entrevistado respondesse que “as estrias aumentam a aderência”, “permitem o escoamento de água” ou “aumentam o atrito”, ele acertaria. Mas 50% de todos que responderam erraram essa questão.
Portanto, 64% dos respondentes dominam apenas leitura e, no máximo, conhecimentos muito básicos de Ciências. Ou seja: segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros possui um conhecimento muito incipiente de Ciências Naturais e não o utiliza para resolver problemas em suas vidas.
Isso nos leva a uma reflexão. Todas as duas mil pessoas entrevistadas frequentaram a escola por pelo menos quatro anos. O que aprenderam de Ciências? O que supostamente foi ensinado sobre Ciências? O que deveríamos mudar em nossas escolas para que isso não se repetisse?
Uma pesquisa inédita acaba de ser divulgada com dados muito interessantes para todos que trabalham com Educação, especialmente na área de Ciências.
O resultado dessa investigação é o Indicador de Letramento Científico (ILC), um parâmetro que tem o objetivo de aferir o quanto os brasileiros dominam conhecimentos e habilidades relacionados às Ciências Naturais. O levantamento, que ouviu mais de 2 mil pessoas nas nove principais regiões metropolitanas do país, foi realizado pela Abramundo, em parceira com o Ibope, o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa.
O aspecto mais interessante do ILC é que ele buscou abordar conhecimentos científicos em um contexto cotidiano. Nesse sentido, ele difere do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – veja aqui mais detalhes), do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e de outras avaliações, pois não aborda estritamente conhecimentos escolares. Além disso, ao contrário desses exames que se destinam apenas aos estudantes, o ILC incluiu pessoas de 15 até 40 anos na amostra.
Em linhas gerais, o objetivo do ILC é descobrir se os respondentes dominam a linguagem científica, se possuem saberes práticos relacionados a ciências e em que medida esses saberes contribuem para a visão de mundo que possuem.
A análise das respostas classificou os respondentes em quatro grupos:
- 16% deles possui letramento não-científico. Conseguiram localizar informações em textos breves e que tenham relações com o cotidiano (ex.: contas de luz, bulas de remédio simplificadas), mas não demonstraram habilidades científicas.
- O segundo e maior grupo é o de letramento científico rudimentar, com 48% dos entrevistados. São pessoas capazes de ler e comparar textos com informações científicas básicas, também relacionadas a temáticas do cotidiano.
- O terceiro grupo é o de letramento científico básico, que abarca 31% da amostra. Conseguiram resolver problemas de maior complexidade usando procedimentos científicos e informações presentes em textos técnicos, manuais, infográficos e tabelas.
- O último grupo é o de letramento científico proficiente, que engloba apenas 5% da amostra. Esse pequeno contingente é formado por pessoas que resolvem problemas que exigem saberes científicos em contextos não necessariamente cotidianos (ex.: genética ou astronomia). Além de possuírem domínio de procedimentos, operam com conceitos científicos.
Chama a atenção o fato de que 64% de todos os entrevistados estão nos dois primeiros grupos. Veja, por exemplo, a questão a seguir, indicativa do nível rudimentar:
Se analisarmos com cuidado, essa questão exige apenas uma leitura atenta do texto. Se o entrevistado respondesse que “as estrias aumentam a aderência”, “permitem o escoamento de água” ou “aumentam o atrito”, ele acertaria. Mas 50% de todos que responderam erraram essa questão.
Portanto, 64% dos respondentes dominam apenas leitura e, no máximo, conhecimentos muito básicos de Ciências. Ou seja: segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros possui um conhecimento muito incipiente de Ciências Naturais e não o utiliza para resolver problemas em suas vidas.
Isso nos leva a uma reflexão. Todas as duas mil pessoas entrevistadas frequentaram a escola por pelo menos quatro anos. O que aprenderam de Ciências? O que supostamente foi ensinado sobre Ciências? O que deveríamos mudar em nossas escolas para que isso não se repetisse?
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