terça-feira, 26 de agosto de 2014


A aprendizagem do controle da ejaculação.


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Trabalhar a ejaculação precoce com a turma também é uma estratégia para prevenção de gravidez e DSTs, pois permite aos alunos lidar de forma mais saudável com o sexo
Outro dia uma professora me confidenciou o seu desânimo com o trabalho de prevenção de DST/Aids na escola. Ela me disse, muito triste, que teve vontade de desistir quando um aluno lhe contou que, quando vai transar, a vontade de ejacular chega tão rápido que nem dá tempo de pensar em colocar a camisinha.
Na hora, eu me lembrei do quanto já vivi esse tipo de frustração ao longo da minha carreira como educadora sexual. De fato, por mais que a nossa aula promova o conhecimento sobre a importância da prevenção e ensine nossos alunos sobre as doenças sexualmente transmissíveis, suas formas de contágio e como colocar corretamente a camisinha, nem sempre isso é suficiente para que eles tenham uma postura responsável com relação a sua sexualidade. Há muitos fatores que podem interferir nesta conduta, como a ejaculação precoce. No entanto isso não pode ser um motivo para desistir desse trabalho.
Eu respondi a ela que a estratégia que transformou o meu desânimo em encanto por meu trabalho foi inserir na educação sexual temas que possam neutralizar fatores de vulnerabilidade dos jovens. Se uma das dificuldades de usar a camisinha é o controle da ejaculação, eu procuro trabalhar esse tema como uma nova forma de tocar os jovens para a prevenção de gravidez e DST/Aids. Por mais que o uso da camisinha seja recomendado desde o início da relação sexual e não somente quando o homem sente que vai ejacular, é importante trabalhar o tema da ejaculação precoce com os alunos, sempre reiterando que o uso da camisinha é fundamental, independentemente de qualquer coisa.
A relação sexual é o ato no qual a prevenção precisa acontecer. Entretanto, isso pode gerar insegurança e, consequentemente, ansiedade que, por sua vez, é a principal causa de ejaculação precoce. Esse é um fator, portanto, que o professor pode ajudar a eliminar se levar para a sala de aula esses temas, como a ejaculação e orgasmo masculino.
Isso pode ajudar tanto os meninos como as meninas a compreenderem melhor o processo e o funcionamento do corpo do garoto durante o ato sexual, além de ser um bom momento para ensinar a eles como podem controlar a ejaculação. Mais confiantes, poderão então abrir espaço mental para se concentrarem no uso da camisinha.
A ejaculação e o orgasmo masculino
Embora a ejaculação e o orgasmo sejam controlados por sistemas neurológicos diferentes (parassimpático e simpático, respectivamente), é comum que eles aconteçam ao mesmo tempo. É por isso que para muita gente, o sinal de que o homem teve orgasmo é a ejaculação. Isso é tão difundido que o sêmen é também chamado de gozo.
Um bom momento para falar na sala de aula da ejaculação e do orgasmo masculino é durante a aula sobre o aparelho reprodutor masculino. Depois de explicar sobre o funcionamento dos órgãos sexuais, o professor pode abrir um roda de conversa e perguntar para os alunos como se faz para que esses órgãos entrem em ação e cumpram a sua função reprodutiva? Quando eles responderem – receber estímulo sexual – Dê continuidade ao debate, voltando a questionar se sabem como ocorre a ejaculação.
Para dar essa explicação, faça com os alunos um levantamento sobre alguns estímulos sexuais que eles conhecem e em seguida explique que eles causam uma reação no corpo provocando a excitação, que é  responsável por ativar o processo ejaculatório. É muito importante que eles saibam que a ejaculação tem dois momentos. O primeiro vai do início da excitação até a fase de emissão, quando se dá a contração dos órgãos reprodutores internos: canal deferente, próstata, vesículas seminais. Eles lançam o sêmen no início da uretra. Este momento é chamado de inevitabilidade ejaculatória: o pênis está ereto e o sistema nervoso se encarrega de reter e acumular o sêmen na entrada da uretra. Imediatamente após, o homem entra na segunda fase, que é a ejaculação propriamente dita: consiste numa série de contração ritmadas da uretra e musculatura da base do pênis, que provocam a expulsão do sêmen pelo canal uretral.
Como controlar a ejaculação?
A ejaculação é um tipo de reflexo que pode ser controlado, de uma forma muito parecida com o controle do ato de urinar. Quando criança, as pessoas aprendem a identificar quando sua bexiga está cheia e os dois momentos que antecedem à eliminação da urina: aquele em que “dá para segurar” e o outro, quando a urina chega a um ponto em que é inevitável a sua saída. Na adolescência, quando o garoto começa a ejacular, ele precisa treinar segurar a saída do sêmen durante o tempo que ele julgar ser mais prazeroso. O segredo é desenvolver a capacidade de perceber que está a ponto de ejacular.
Basicamente, essa aprendizagem acontece por meio do treino do garoto em perceber as sensações e saber identificar o ponto da sua excitação, que antecede o momento dainevitabilidade ejaculatória. A aproximação deste momento é descrito pelos homens como uma sensação de que o pênis “está cheio” e desejoso de ser empurrado para frente para liberar a ejaculação. Diga aos alunos que a excitação sexual do homem pode ser controlada por ele até exatamente este ponto. Se ele não deseja ou não deve ejacular neste momento, a alternativa é interromper por alguns segundos a estimulação sexual direta, aquela que toca no corpo dele, principalmente no pênis ou em outro local muito sensível.
Se ele continuar a ser acariciado, a excitação vai aumentar ainda mais e, independente de sua vontade, o gatilho da ejaculação é acionado. Ele passa a ter as contrações que vão pressionar o pênis e a uretra e, então, expulsar o sêmen em jatos. Este movimento gera a ejaculação e provoca uma sensação sexual muito intensa levando o garoto ao orgasmo.
Para saber mais sobre ejaculação e outras formas de aprendizagem de seu controle acesse o meu artigo “O controle da ejaculação começa nas primeiras práticas sexuais”.

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