Critérios de seleção dos alunos para o grupo de apoio.
Ao definir, no plano de intervenção pedagógica, que é necessária a formação de grupos de apoio, torna-se primordial, também, organizar um plano de ação para o funcionamento deles. Esse plano precisa contemplar desde a seleção dos alunos integrantes e dos professores que trabalharão nos grupos, até as reuniões preparatórias e a seleção dos conteúdos e das atividades que serão desenvolvidas.
Hoje, proponho a reflexão sobre a seleção e a identificação de alunos que necessitam de ajuda para que continuem avançando e que, portanto, farão parte dos grupos de apoio. Já me deparei com seleções em que mais da metade da turma foi indicada para participar dos grupos e as justificativas para isso eram baseadas, geralmente, em relatos orais. Como resolver essa situação? Um das estratégias que podem e devem ser utilizadas é o estabelecimento de critérios para o encaminhamento dos estudantes, baseados em dados reais e em registros consolidados.
Dentre os critérios para esta seleção destaco:
- análise das produções dos alunos;
- análise de dados das séries, como gráficos e tabelas, sobre o índice de alfabetização;
- análise dos resultados das crianças com base em registros das atividades realizadas em sala de aula;
- identificação dos conteúdos em que os alunos apresentam mais dificuldades, como problemas de leitura, de interpretação de texto, de produção de texto e ortografia, e também de resolução de problemas ou memorização de conteúdo dos fatos fundamentais.
Ao solicitar que os professores selecionem os alunos, devemos pedir também que justifiquem os motivos das indicações. Assim, podemos identificar os critérios utilizados por cada docente e comparar com as normas citadas acima, estabelecidas para todo o conjunto. Muitas vezes, são indicados alunos com problemas de disciplina, concentração e atenção ou alunos com necessidades educacionais especiais (NEE). Para muitos desses, o grupo de apoio pode não ser a estratégia mais indicada.
Após os professores finalizarem a seleção, cabe a nós, coordenadores, questionar: Como organizar esses alunos de forma a atender as necessidades de aprendizagem que eles possuem? Como saber se eles realmente precisam da ajuda do grupo de apoio?
Neste momento, novamente é preciso ouvir os professores e discutir com eles o nível de aprendizado de cada estudante, oferecendo condições para que os docentes percebam que se tratam de necessidades de aprendizagem diferentes e, por isso, os grupos deverão ser divididos de acordo com tais características e não por série ou faixa etária. Isso pode ser realizado, por exemplo, em grupos de alfabetização, de ampliação das práticas de leitura e escrita, de desenvolvimento e de resolução de problemas matemáticos.
É importante criar instrumentos de avaliação que colaborem com todo esse processo. Logo no início da organização dos grupos, é preciso realizar uma avaliação diagnóstica para detectar quais são, de fato, as necessidades de aprendizagens e, com base nisso, levantar as habilidades e os conteúdos que serão trabalhados. Outro foco é identificar se os estudantes realmente apresentam as dificuldades que os docentes indicaram.
Todo esse processo deve ser discutido com o diretor e apresentado para os pais. Eles devem ser informados sobre os motivos da formação dos grupos, o processo de seleção dos alunos e o plano de trabalho do professor que trabalhará com as crianças, além de detalhes como periodicidade, carga horária, local e quantidade de estudantes. Com tudo organizado e todas as partes de acordo, é partir para a ação!
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