Até onde vai a sustentabilidade aí na sua escola?
Olá!
É dia de HTPC (horário de trabalho pedagógico coletivo) ou de ATPC (aula de trabalho pedagógico coletivo)? Aproveite essa oportunidade para começar a colocar em prática o projeto de sustentabilidade na escola. Afinal, uma gestão escolar transformadora começa pela ação de “planejar junto”. Como o tempo é sempre curto, sugiro abaixo uma maneira objetiva de refletir em conjunto, avaliar o que já vem sendo feito e o que ainda pode ser adicionado. Mas, lembre-se de fazer isso com um novo olhar, baseado nos eixos que conversamos no post anterior: currículo, gestão e infraestrutura, resultando em cidadania.
Se você tiver um pequeno esboço (ou mapa) do espaço físico da escola será melhor, mas também é possível trabalhar usando apenas o projeto político-pedagógico (PPP), o currículo, algumas tarjetas (melhor ainda se forem papeis de rascunho reutilizados), canetas coloridas, fita crepe e uma parede.
Convide os docentes para vivenciar, de forma participativa, a construção de um pequeno diagnóstico: “o retrato da sustentabilidade em nossa escola”.
Vamos começar pelo currículo. Promova uma rodada de questões solicitando que cada docente (indicando a sua disciplina) escreva, separadamente, em tarjetas, as respostas que vêm na mente. Você pode ainda sugerir que usem cores diferentes para o que já é feito e o que ainda pode ser feito.
1ª reflexão: Conteúdos e habilidades
- Quais são os principais conteúdos e desafios pedagógicos que eu estou trabalhando (ou preciso trabalhar) no semestre? Eles estão sendo abordados com base em alguma questão socioambiental local ou regional ou se limitam aos livros didáticos? De que maneira?
- Quais habilidades eu pretendo estimular nos alunos neste ano letivo? Algumas dessas habilidades ajudarão a melhorar a relação e o comportamento dos alunos com atitudes mais sustentáveis?
2ª reflexão: Inter, multi e transdisciplinaridade da Educação ambiental
- Em quais disciplinas estamos trabalhando as questões ambientais e sociais? Elas são relacionadas aos aspectos locais e regionais, ou apenas a temas nacionais e globais?
- No total de disciplinas que trabalhamos temos: ( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) quatro ou mais que já tratam de questões ambientais.
- Se houver mais de três, elas envolvem áreas além de Ciências, Geografia e História?
- Conseguimos trabalhar um mesmo tema ambiental com mais de três disciplinas conjuntamente, conectando atividades e projetos pedagógicos? Quais? Como?
3ª reflexão: Do currículo para a atitude
- Algumas das aulas que focaram as questões socioambientais trouxeram como resultado concreto a mudança de atitude dos alunos?
- Surgiu da parte deles uma nova ideia ou projeto?
- Tivemos algum resultado que ultrapassou os muros da escola e envolveu a família e/ou o entorno da escola?
O segundo momento pode estar relacionado à gestão da escola com as relações evalores praticados no convívio de gestores, docentes, alunos, colaboradores e famílias.
1ª reflexão: Gestão transformadora e compartilhada
- Os docentes percebem a gestão da escola como algo que:
( ) oferece somente a diretriz do que fazer e avalia o desempenho dos docentes.
( ) possibilita momentos de construção compartilhada de ideias, projetos e ações e os coloca em prática no planejamento do ano letivo.
( ) valoriza as habilidades individuais dos docentes promovendo o seu fortalecimento no dia a dia.
( ) envolve o cuidado no trato com a equipe, os alunos e as famílias, promovendo momentos onde a comunidade atua junto com a escola.
2ª reflexão: Os valores para a boa convivência
- Valores como diálogo, respeito, cultura de paz, afetividade, cuidados, entre outros, fazem parte das relações cotidianas entre todas as pessoas, no ambiente e na rotina da escola? Eles são praticados com boa frequência?
- Há algum projeto em andamento abordando o tema “valores humanos”?
Uma vez que percorremos os conteúdos e a prática, é a vez de entender como o ambiente físico da escola está colaborando (ou não) para influenciar na formação da comunidade escolar (especialmente os alunos) para a aplicação da sustentabilidade em suas vidas e analisar se estão gerando o menor impacto possível nos recursos naturais.
Nesse momento, o ideal é fazer um estudo de meio dentro da própria escola, percorrendo os vários espaços com os docentes, anotando as percepções, ou apenas desenhando no mapa/croqui o cenário atual e o que poderia existir no lugar.
Para contribuir com essa reflexão, acesse aqui uma apresentação do Concurso Cultural Construindo Um Novo Planeta, promovido pelo Instituto Ayrton Senna, em parceria com o Instituto Supereco. Dessa iniciativa, surgiram desenhos inspiradores como o que ilustra este post. Veja outros aqui. Outro espaço rico em ideias é o site da Rede Vencer. Confira os cadernos de Educação para a Vida Sustentável.
Lembre-se que falta de espaço natural ou de recurso não são desculpas. Atualmente, existem muitas maneiras de usar pequenos cantos, dentro da sala de aula ou fora dela, como verdadeiros espaços sustentáveis, tornando-os agradáveis, estimulantes para o convívio e para a prática do que se ensina. Alguns exemplos são uma horta suspensa, uma pequena composteira, uma minicisterna de captação da água de chuva, um jardim aromático de ervas medicinais e temperos, uma ecobiblioteca ou uma cozinha com produção de alimentação saudável com receitas de reaproveitamento de talos, folhas e caules que iriam para o lixo.
Tenho certeza que irão surgir dezenas de ideias para múltiplas intervenções aí na sua reunião! Como não dá para fazer tudo de uma vez, organize todas as tarjetas num grande painel, agrupando por temas e afinidades a fim de que todos possam observar o produto final e eleger prioridades e ações , em cada um dos eixos propostos e em seu cronograma (de curto, médio e longo prazos). Depois, é só colocar as mãos na massa e envolver os alunos na grande transformação.
Mais uma dica importante: registre com depoimentos, fotos e vídeos de onde partiram, mostrando qual é o marco zero da sustentabilidade na escola. Depois inclua onde e como chegaram, para que todos possam comemorar as conquistas, divulgar nas redes sociais e contar aqui no nosso blog.
Comente, abaixo, como foi a experiência na reunião, trazendo dicas e dúvidas para nossa rede! E conte, também, se já vivenciou outras alternativas para traçar um diagnóstico sobre esse tema na sua escola.
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