A preocupação com o meio ambiente não pode ficar restrita a algumas datas
Olá,
Ontem (21 de setembro) foi o Dia da Árvore, hoje (22 de setembro) é o Dia da Defesa da Fauna e, ainda nesta semana, teremos o Dia do Trânsito (25 de setembro), que, atualmente, tem tudo a ver com poluição, saúde e energia. São tantos temas no calendário ecológico, que eles podem alimentar muitos conteúdos e disciplinas.
Essas datas vêm sendo utilizadas, há anos, como mote principal para desenvolver a Educação ambiental nas escolas brasileiras. Isso já é um começo, mas é essencial ir além dessas comemorações.
Veja o caso do Dia da Árvore. Quantas ações de plantio são realizadas por aí, onde os alunos voltam felizes para casa porque fizeram a sua parte por um dia! Quantas dessas árvores irão sobreviver sem o cuidado adequado (rega, combate às pragas etc) após o plantio e sem um combinado com o pessoal da limpeza urbana e da vizinhança para não arrancar as mudas com o passar do tempo? Sem cuidado, a ação pode causar frustração, desmobilização e desperdício de recursos!
Essa data é uma boa oportunidade para avaliar quanto e como estamos fazendo para que as ações do calendário ecológico sejam conectadas com a rotina escolar. Antes de mais nada, elas precisam fazer sentido no aprendizado e na vida do aluno. Se ele planta uma árvore e, no dia a dia, arranca folhas do caderno sem motivo, destrói carteiras e lápis que são fabricados com árvores e envolvem muita água na produção, há muito a ser repensado. Veja que interessante os dados apresentados no texto Mochila sustentável, no site do Instituto Akatu.
Um lembrete para o ano todo
Em 2010, uma grande mandala coletiva, construída pelos alunos com restos de folhas e cascas de árvores, ocupou o corredor principal da EMEF Professora Marli Aparecida Borelli Bazeto, em Valinhos, a 90 quilômetros de São Paulo. A ideia de usar mandalas, simbolizando a relação dinâmica entre o ser humano, a natureza e a unidade, foi iniciativa das coordenadoras pedagógicas Ivani Padovan e Mônica de Almeida Julio Onisto, com base em um seminário ministrado pelo Instituto Supereco no Programa de Educação Ambiental da empresa MWV Rigesa. Rodas de conversa, inspiradas pelos conteúdos, temas e disciplinas da sala de aula, definiram o que cada aluno achava que deveria estar presente em cada uma das muitas mandalas produzidas. Depois, elas foram usadas como material pedagógico o ano todo.
Uma delas, que você pode conhecer na foto acima, foi feita com casca de árvores e rolhas. No meio, um espelho e uma semente foram colocados para que as pessoas refletissem que podem semear um mundo melhor. Tudo isso foi realizado com o envolvimento das famílias, muitas delas compostas por trabalhadores rurais, trazendo a realidade delas para o currículo.
Todo o trabalho realizado pela escola culminou na mostra da Semana da Água, aberta à visitação, onde eu pude conhecer de perto e apreciar tanta criatividade e trabalho interdisciplinar. Tenho certeza que, assim como a Ivani e a Mônica, você já foi muito além da comemoração do calendário.
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