A reflexão sobre essa referência pode ser uma porta de entrada para o
universo da escrita
O nome próprio é a
primeira referência que a criança tem da escrita convencional. Ela o vê nas
mochilas, nos uniformes, nos objetos de higiene e em outros pertences que fazem
parte da rotina da Educação Infantil. Ainda que não tenham conhecimento formal sobre
a escrita, muitos dos pequenos já têm familiaridade com essas palavras ao
chegar à pré-escola. Que tal aproveitar o vínculo e tornar a referência nominal
uma aliada na introdução à leitura e à escrita?
Algumas características do nome próprio fazem dele uma opção interessante para trabalhar com as crianças. Ele é um modelo estável, não muda em relação ao tempo e se refere à identidade de uma pessoa específica. É uma informação compartilhada entre quem chama e quem é chamado. Trata-se de uma referência com função social - identificar indivíduos -, sendo parte das trocas culturais do cotidiano. Por fim, ele não depende de classe social ou grau de conhecimento para ser entendido. Como explica Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita (152 págs., Ed. Vozes, tel. 24/2233-9029, 38,10 reais): "A escrita do nome próprio parece ser uma peça-chave para o início da compreensão da forma de funcionamento do sistema de escrita". Introduzir essa reflexão na rotina representa uma boa porta de entrada para aprender a língua escrita.
Foi esse o objetivo de Andréia Brandão com as crianças de 4 e 5 anos, na EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto, a 447 quilômetros de São Paulo. Para começar as atividades, ela sentou com os pequenos em roda e colocou no centro fichas individuais com o nome de cada um. Pegou uma por vez, mostrou à criança correspondente e leu apontando com o dedo. O objetivo era a turma se familiarizar com as cartelas, que se tornaram um modelo a ser copiado.
Andréia disse às crianças que escrever o nome próprio era algo muito
útil para a rotina escolar, pois elas precisavam nomear pertences e produções.
Deixou claro também que iriam aprender aos poucos e que as fichas poderiam
ajudá-las nessas primeiras experiências. O material foi pendurado em um suporte
e os pequenos passaram a ter livre acesso a ele. Algumas características do nome próprio fazem dele uma opção interessante para trabalhar com as crianças. Ele é um modelo estável, não muda em relação ao tempo e se refere à identidade de uma pessoa específica. É uma informação compartilhada entre quem chama e quem é chamado. Trata-se de uma referência com função social - identificar indivíduos -, sendo parte das trocas culturais do cotidiano. Por fim, ele não depende de classe social ou grau de conhecimento para ser entendido. Como explica Ana Teberosky no livro Psicopedagogia da Linguagem Escrita (152 págs., Ed. Vozes, tel. 24/2233-9029, 38,10 reais): "A escrita do nome próprio parece ser uma peça-chave para o início da compreensão da forma de funcionamento do sistema de escrita". Introduzir essa reflexão na rotina representa uma boa porta de entrada para aprender a língua escrita.
Foi esse o objetivo de Andréia Brandão com as crianças de 4 e 5 anos, na EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto, a 447 quilômetros de São Paulo. Para começar as atividades, ela sentou com os pequenos em roda e colocou no centro fichas individuais com o nome de cada um. Pegou uma por vez, mostrou à criança correspondente e leu apontando com o dedo. O objetivo era a turma se familiarizar com as cartelas, que se tornaram um modelo a ser copiado.
Rosa Monsanto, formadora do Programa Ler e Escrever, explica que para confeccionar as fichas é importante observar como cada um se reconhece. Se, por exemplo, uma menina se apresenta como Ana Clara, mas o nome está grafado como Ana, o material deixa de fazer sentido. Outro problema ocorre se há homônimos. "Nesse caso, deve-se acrescentar mais um nome para que sejam diferenciados, não só a inicial do segundo nome ou do sobrenome", diz. A lista deve conter João Pedro e João Marcelo, não João P. e João M. A proposta é que todos aprendam as palavras como uma parte inteira e não em fragmentos, por meio de letras descontextualizadas. Não é preciso, portanto, que o professor coloque a primeira letra com cor diferente nas fichas.
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