Já pensou em fazer uma retrospectiva sobre a Aids com sua turma?
A recente premiação do norte-americano Matthew McConaughey com o Oscar de melhor ator por sua atuação no filme Clube de Compras Dallas trouxe à tona um assunto que assombrou a vida de muitos nos anos 1980: a epidemia da Aids.
Aproveitando o sucesso nas telas, uma professora me indagou se trabalhar esse filme era um bom caminho para sensibilizar os alunos sobre a importância da prevenção.
Na minha experiência como educadora sexual, percebo que as conversas com os alunos se tornam muito mais produtivas quando a gente apresenta a história de um fato e abre a discussão para uma análise comparativa com os dias de hoje.
Assistindo ao filme não pude deixar de lembrar de Filadélfia (veja aqui), outro sucesso que marcou época ao tratar do assunto e que também garantiu ao seu protagonista (Tom Hanks) a cobiçada estatueta de melhor ator. E, para completar, ainda tive uma grata surpresa ao me deparar com a nova série lançada pelo grupo humorístico Porta dos Fundos (link aqui), que aborda com humor a visão da Aids nos dias de hoje, mais de 30 anos depois de seu surto inicial, e mostra os avanços no diagnóstico da doença e a perspectiva de os infectados poderem levar a vida com qualidade.
Analisando três obras tão distintas, me dei conta de que os diferentes enfoques e questões levantadas são um valioso material para traçar um panorama do surgimento da doença, sua proliferação, avanços do tratamento até os dias de hoje.
Mas ainda precisamos falar de Aids com nossos alunos?
Muitos de nós vimos toda essa evolução da Aids, mas nossos alunos que estão no Ensino Médio, em plena atividade sexual, não! Atualmente, boa parte dos jovens encara a Aids de maneira simplificada, subestimando seu alcance e seus efeitos devastadores.
Muitos de nós vimos toda essa evolução da Aids, mas nossos alunos que estão no Ensino Médio, em plena atividade sexual, não! Atualmente, boa parte dos jovens encara a Aids de maneira simplificada, subestimando seu alcance e seus efeitos devastadores.
Uma boa forma de promover essa reflexão é fazê-los perceber que, mesmo não sendo tão fatal quanto no passado, a Aids é uma doença que deve ser evitada a todo custo, além de mostrar o quanto ela ainda está presente no cotidiano dos jovens.
Muitos de nossos alunos ainda são surpreendidos com o diagnóstico de HIV, como nas décadas de 1980 ou 90. Das 700 mil pessoas que o Ministério da Saúde estima que têm a doença, mais de 150 mil não têm a menor ideia de que estão contaminadas. Outro dado alarmante é que grande parte dos casos de detecção de HIV em meninas só ocorre durante o pré-natal. E, em alguns casos, o feto já pode estar contaminado. Mas, se a gestante fizer o tratamento e receber todos os cuidados necessários durante a gravidez e o parto, a chance de o bebê se livrar do vírus é grande. Segundo o Ministério da Saúde, quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de transmissão vertical cai para menos de 1% (para mais informações acesse aqui).
Dados como esses deixam claro que o trabalho de prevenção nunca pode ser negligenciado. E mais, é importante que o professor oriente os alunos sexualmente ativos a fazerem periodicamente o teste de DST/Aids. Ele pode ser feito de forma gratuita e anônima em um Centro de Testagem e Aconselhamento do Ministério da Saúde.
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