September 11, 2013 às
10:30 am | Direção - Sonia
Abreu
A alfabetização fora da idade certa é um problema
que nos afeta e que temos tentado combater
Entre os dramas que fazem parte do dia a dia do
diretor (e vocês sabem que são muitos!), um deles tira meu sono: a
alfabetização “fora” da idade certa (que o Ministério da Educação estabeleceu
como 8 anos). Em todo o Brasil, muitos alunos prosseguem nas séries mais
avançadas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio sem dominar a leitura e a
escrita. É um problemão que nos afeta também aqui em Itapetininga (SP).
Vocês sabem que neste ano surgiu uma novidade nessa
área: o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Nosso
município aderiu a esse programa. O pacto, proposto pelo Ministério da Educação
(MEC), prevê que todas as crianças sejam alfabetizadas até os 8 anos de idade,
no final do 3º ano do Ensino Fundamental, e oferece recursos para que a meta
seja alcançada.
Hoje, vou contar um pouco para vocês o que está
acontecendo aqui na minha escola.
Adaptações para enquadramento no programa
Para recebermos os recursos, mexemos na grade
curricular, introduzindo o portfólio como instrumento avaliativo nas aulas de
História, Geografia, Ciências e Artes. Nas áreas de Língua Portuguesa e
Matemática, continuamos realizando as avaliações mensais e bimestrais.
Também tivemos de designar professores interessados
em se tornar orientadores de alfabetizadores nos três primeiros anos do Ensino
Fundamental. São eles os responsáveis por formar os colegas depois de passar
por uma capacitação de 200 horas oferecida por universidades.
Um de nossos docentes se interessou e passou por
avaliações e entrevistas sob coordenação da supervisão escolar do município.
Depois disso, ele foi aprovado e iniciou a orientação dos outros colegas nesse
trabalho. Ele recebe bolsa de estudos no valor de 765 reais por mês por essa
atividade, enquanto os alfabetizadores recebem bolsa de 200 reais. Os dois
valores são pagos pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento de Educação (FNDE).
Formação continuada de alfabetizadores
Como eu disse, os orientadores passam por uma
capacitação. Inicialmente, eles têm uma formação, com encontros de acompanhamento
para avaliação permanente e monitoramento das ações. Depois, eles realizam
atividades de planejamento e também participam de seminários. O curso, baseado
no conceito de pró-letramento, é presencial e coordenado pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) e pelo Centro de Estudos em
Educação e Linguagem (CEEL) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A formação dos professores alfabetizadores é feita
pelos orientadores. Eles participam de cursos de 360 horas, distribuídas ao
longo de dois anos, das quais fazem parte encontros presenciais, estudos,
atividades extra sala e seminários finais. Os encontros são mensais e sempre
retomam o que foi visto no anterior. Neles, os professores socializam as
atividades planejadas e realizadas nas turmas de alfabetização, promovendo uma
discussão de estratégias didáticas
Materiais que recebemos
Do programa, já recebemos materiais no ano passado
e também no início deste ano. Mandaram para a gente obras literárias por meio
do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), o acervo de livros didáticos
do Programa Nacional de Livro Didático (PNLD), voltados para as turmas do 1º,
2º e 3º anos, kit de jogos pedagógicos para apoio na alfabetização das crianças
e obras de apoio pedagógico para o professor.
No que o Pnaic tem nos ajudado?
Ainda é cedo para avaliar os resultados… Então,
divido com vocês minhas primeiras impressões.
Percebo que já estamos conseguindo resultados
significativos. Os professores, por exemplo, têm repensado suas práticas pedagógicas
no dia a dia para melhor atender os nossos alunos. Entre si, eles comentam suas
atividades e os resultados que foram obtidos com elas. Os alunos também têm
mostrado alguns avanços no seu desempenho nas atividades e nas avaliações.
E quem ganha com tudo isso? Toda comunidade escolar
– alunos, pais, professores. Estou apostando todas as minhas fichas nesse novo
processo, acreditando que, quando buscamos melhorias, passamos a reconstruir os
saberes diversos que possuímos e humildade para confrontá-los, analisá-los e
aprendê-los novamente.
E você, diretor ou diretora, quais são suas
perspectivas em relação ao Pnaic? Seu município aderiu? Sua escola está
participando? O que está dando certo e o que precisa melhorar? Deixe seu
comentário e vamos juntos debater o assunto!
Sonia Abreu
Nenhum comentário:
Postar um comentário