Universitários criam - bronca digital -
Além de ser um meio de informação, interação social e pesquisa de conteúdo, a internet tornou-se uma ferramenta de protesto e alerta da população. Na era da ‘bronca digital’, tudo pode ser postado e compartilhado, desde buracos nas ruas a relatos de roubo.
Na região, estudantes e ex-alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, criaram um aplicativo de celular e um site, pelos quais o cidadão pode monitorar os problemas de sua cidade.
O Cidadera foi lançado em agosto e já registrou mais de 900 problemas em todo Brasil. Destes, apenas 25 foram resolvidos, segundo o site. Em Ribeirão Preto, as principais reclamações são de buracos no asfalto e pichações.
Mais ideias
O site “Onde Fui Roubado” e o grupo do Facebook “Crimes USP-RP” são outros exemplos de criações que fazem do internauta um cidadão participativo. (Leia mais abaixo).
“Nós fomos motivados por essa onda de protestos. As pessoas têm que tomar alguma atitude e usar o conhecimento que têm para melhorar o país”, afirma um dos idealizadores do Cidadera, o engenheiro físico Victor Stabile, de 25 anos.
Ele afirma que a ideia é tratar um buraco na rua, por exemplo, como um vírus de computador. Através do aplicativo, o cidadão poderá acompanhar a remoção do “bug”.
“Hoje as pessoas não têm visibilidade de tudo que está errado nas cidades e qual o tempo que a prefeitura demora para resolver a reclamação. A opção ‘Protesto’ funciona como o ‘curtir’ do Facebook. Assim é possível saber quais os problemas mais relevantes”, explica o engenheiro.
Novos projetos
Os criadores do aplicativo pretendem oferecer uma plataforma de gestão das reclamações às prefeituras e elaborar uma comparação entre cidades do mesmo porte.
“Queremos estar próximos das prefeituras para que os problemas sejam solucionados. Esperamos que outras cidades tenham essa mesma iniciativa”, diz Victor.
Facebook rastreia crimes na USP
Dois estudantes de Informática Biomédica da USP de Ribeirão Preto criaram o grupo “Crimes USP-RP” no Facebook, para alertar alunos, professores e frequentadores do campus sobre crimes que acontecem na universidade.
“Mostramos os pontos mais perigosos e horários de assalto”, diz um dos criadores do grupo, Augusto Nery, de 20 anos.
Para publicar, a pessoa deve curtir a página e enviar uma mensagem aos criadores com os dados da ocorrência. Depois, as informações são postadas no grupo sem identificar a vítima.
Site disponibiliza dados informais sobre violência
Dois estudantes de Ciências da Computação da Universidade Federal da Bahia criaram um site onde a vítima de um crime pode registrar onde, quando e que tipo de violência sofreu. A página “Onde fui roubado” já tem 19 denúncias em Ribeirão Preto.
“O registro possibilita compartilhar com seus amigos um fato desagradável que aconteceu com você. E o objetivo é que as pessoas possam se prevenir e cobrar atitudes dos órgãos responsáveis, para combater tais acontecimentos”, afirma um dos idealizadores do site, o estudante Fillipe Norton.
No entanto, segundo a Polícia Militar (PM), é com base nos boletins de ocorrência que as ações de polícia investigativa e preventiva podem ser tomadas. A PM orienta às vítimas de crimes que procurem uma delegacia de polícia para realizar o registro formal da ocorrência.
Os dados são colocados em um programa de computador que mapeia os locais onde ocorreram os crimes no estado de São Paulo.