Depois de retomar os temas abordados em 2014, podemos iniciar nossos trabalhos de 2015. É hora de pensar em como organizar o primeiro encontro entre a escola e as famílias, com quem, certamente, precisamos estabelecer uma relação harmoniosa e equilibrada – afinal,buscamos e defendemos um trabalho de parceria entre as duas partes.
Naturalmente, a essa altura do calendário, a grande maioria de coordenadores, diretores e professores já começou a cogitar como organizará a primeira reunião de pais e responsáveis.São tantos os temas relevantes que vêm a nossa mente que é normal surgir a dúvida: o que abordar na primeira reunião com as famílias?
Proponho o seguinte exercício: como pai, mãe ou responsável por um aluno, o que vocêesperaria de uma primeira reunião? Quais questões gostaria de ter esclarecidas: as dofuncionamento da escola ou as que se referem ao processo de desenvolvimento do seu filho? Não tenha dúvida quanto à preferência pela segunda opção. Portanto, poupe seu tempo e o tempo das famílias! Jamais as convide para um encontro em que vão ser apenas listadas as normas da escola quanto ao uso do uniforme, atrasos, faltas, lanche e critérios de promoção para o ano seguinte. Essas informações, normalmente, são dadas no ato da matrícula ou podem ser encaminhadas via correspondência (impressa ou virtual). Independente da faixa etária, os responsáveis desejam conhecer a proposta da escola para o trabalho de formação dos alunos: qual a abordagem pedagógica, o que é considerado como esperado dos estudantes a cada ano, quais critérios são utilizados para avaliar os resultados obtidos em cada período e, mais do que tudo, quem é a pessoa – ou quem sãoas pessoas – que fará mais de perto tal acompanhamento, ou seja, quem é você, educador.
A premissa que seguimos no primeiro contato com os alunos – de fazer uma apresentação de quem somos antes de falar sobre o trabalho com o conteúdo – também deve ser estendida às famílias e aos responsáveis. Está em nossas mãos uma ótima oportunidade deromper com a tensão da reunião de estreia. A ideia é provocar nos pais o desejo de sempreatender aos convites da escola, e não afugentá-los logo no início. Sendo assim, é preciso menos burocracia e formalismo e mais humanidade e conhecimento.
A sugestão é relatar brevemente para as famílias algumas características simples da sua personalidade ou contar, por exemplo, como foi sua primeira experiência na escola: quais eram seus receios, suas preferências, o que você mais gostava e o que não gostava. Enfim, compartilhar um pouco da experiência que viveu como aluno, seja na Educação Infantil, no Fundamental I, no Fundamental II ou no Ensino Médio (que, provavelmente, recebiam outra nomenclatura na sua época: primário, ginásio, etc). O que estou sugerindo é que seu primeiro encontro tenha como principal objetivo criar empatia com os familiares. Ao contar sua vivência como estudante, você faz um convite silencioso para que todos os presentes busquem na lembrança suas próprias memórias. E nada mais propício para, a partir desse momento de descontração, iniciar a conversa sobre o projeto da escola.
O caminho estará aberto para apontar, sem receios, as mudanças de paradigma quanto ao trabalho com o conhecimento. Será o momento de esclarecer os pais sobre a ineficência já comprovada do processo embasado prioritariamente na memorização, que, provavelmente, predominou tanto na sua experiência estudantil, quanto na da maioria dos pais. Será o momento de apresentar as propostas mais coerentes e condizentes com um trabalho voltado para o desenvolvimento e a formação de raciocínios e atitudes cada vez mais elaborados. Enfim, será um momento produtivo de você se apresentar como ser humano comprometido com a Educação de qualidade.
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